CADERNO DE RESUMOS, II COLÓQUIO DE ESTUDOS VIKINGS E ESCANDINAVOS/ I CICLO DE PESQUISAS MEDIEVAIS, UFPB, 2014 (original) (raw)

Caderno de Resumos Página 3 APRESENTAÇÃO Em continuidade ao evento promovido em 2012 nas dependencias da Universidade Federal Fluminense (co-parceria com o Centro de Estudos Interdisciplinares da Antiguidades, CEIA), promovemos agora a segunda edição do Colóquio de Estudos Vikings e Escandinavos. Realizado em conjunto com o Programa de Pós Graduação em Ciências das Religiões e o Centro de Educação da UFPB, o evento foi conjugado com uma proposta mais ampla nos estudos acadêmicos, originando o I Ciclo de Pesquisas Medievais. A idéia era ampliar as investigações e os debates além da Escandinavística, somando as pesquisas das áreas de História, Letras, Filosofia e Artes e obviamente, estudos de religião e religiosidade. O tema do evento procurou abordar dois campos que se integram e ao mesmo tempo possuem uma grande abrangência em ressignificações contemporâneas: a mitologia e a literatura. Com isso verificamos uma amplo interesse por parte dos graduandos e pós-graduandos de diversas universidades do Nordeste em divulgar suas pesquisas a respeito da Idade Média, propiciando um maior crescimento e divulgação da área. A Escandinavística ficou representada pelos integrantes do Núcleo de Estudos Vikings e Escandinavos, tanto por meio de cursos e mesas redondas, como pela organização direta no evento. O colóquio contará com a apresentação de dois grupos de música medieval e renascentista, Iamaká e Alegretto, propiciando ao público presente a oportunidade de conhecer outras facetas do Medievo. A organização agradece o fomento propiciado pela CAPES e ao apoio direto do curso e departamento de Ciências das Religiões da UFPB. Richard Wagner introduziu na ópera uma nova concepção: a da arte integral, mas também algumas idéias decorrentes das suas convicções germanófilas, socialistas e românticas. Os libretos das óperas que compunha eram totalmente redigidos por ele mesmo, e a temática era na maior parte dos casos de assuntos históricos, principalmente medievais. Só nas quatro composições que constituem a Tetralogia do Anel dos Nibelungos -O Ouro do Reno, A Valquíria, Siegfried, O Crepúsculo dos Deuses -é que se inspira na mitologia nórdica, mas sem esquecer seus outros ideais. R. Wagner estudou as Sagas e os Eddas, mas adaptou-os às suas intenções e inspirações, tanto na ação dos deuses como na estrutura dos personagens. O resultado foi uma obra grandiosa, fortemente evocadora e empolgante, mas onde mais do que a mitologia se refletem suas aspirações cerca do futuro da humanidade: no mundo dos homens os grandes heróis divinos como Siegfried e Brunhilde não têm lugar, por isso devem morrer; mas a morte dos deuses deve dar lugar a uma nova ordem social, depois que a maldade foi purificada pela enchente das águas do Reno e pelo fogo do Valhala. AS RUNAS LATINAS NA ESCANDINÁVIA MEDIEVAL Prof. Dr. Álvaro Alfredo Bragança Júnior (UFRJ/NIELIM) O conhecimento da Escandinávia medieval deve-se sobremaneira aos seus monumenta e aos registros escritos, dentre os quais as fontes rúnicas se sobressaem. As tradições desses povos, com sua visão de religiosidade alicerçada no panteão pagão germânico, eram expressas preferencialmente através do alfabeto rúnico. Contudo, encontram-se textos que podem ser datados da Idade Média Tardia, nos quais ocorre a transliteração do alfabeto II Colóquio de Estudos Vikings e Escandinavos/I Ciclo de Pesquisas Medievais, 2014 Caderno de Resumos Página 5 latino em runas, como demonstram Macleod and Meeds (2006). Interessa-nos investigar em que medida a apropriação daquelas pelos grafemas latinos com vistas à divulgação da mensagem do cristianismo demonstram um espaço de intermediação de dois planos do sagrado, em que o suporte linguístico das crenças pagãs é utilizado para veicular as novas cristãs (Bragança Júnior, 2014). Como interface de comparação com o mundo germânico escandinavo mostrarse-ão alguns elementos presentes na Englaland anglo-saxônica em uma fórmula de encantamento em antigo-inglês, anterior ao período escandinavo e que nos leva a conjecturar sobre a procedência e o processo de evangelização dos nórdicos. Palavras-chave: Runas -Transliteração -Cristianização -Práticas de religiosidade MINI-CURSOS INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DE LITERATURA NÓRDICA MEDIEVAL Profa. Ms. Luciana de Campos (PPGL-UFPB/NEVE) O objetivo do minicurso é estabelecer um panorama da Literatura Nórdica Medieval e, assim propor um primeiro contato com algumas obras dessa Literatura que ainda permanecem pouco conhecidas tanto no meio acadêmico brasileiro como do grande publico. Iniciaremos com as definições básicas dos estilos literários das Sagas Islandesas, compostas nos séculos XII e XIII, a Edda Poética e Prosaica, a poesia éddica, a poesia escádica e as crônicas históricas. Serão analisadas também as principais obras de autores como Saxo Gramaticus e Snorri Sturlusson -autores medievais responsáveis pelas grandes obras histórico-literárias da Escandinávia. Como pressupostos teóricos utilizaremos Frank, entre outros. Também serão comtempladas análises das obras literárias II Colóquio de Estudos Vikings e Escandinavos/I Ciclo de Pesquisas Medievais, 2014 Caderno de Resumos Página 6 francesas traduzidas para o nórdico no século XIII. Nossas principais referências são os manuais sistematizadores: Old Norse iIelandic-literature: a critical guide (2005), organizado por Clover e Lindow e A company to Old Norse-Icelandic Literature and Culture (2007), editado por Rory Mcturk. REALEZA E RELIGIÃO NA ERA VIKING. Prof. Ms. Munir Lutfe Ayoub Mestre (PUC-SP/NEVE) O presente trabalho pretende analisar a religião nórdica pré-cristã buscando por um repositório imaginário que nos auxilie na explicação dos ideais, das funções