Apresentação do Dossiê “Conexões Transversais entre a Antropologia da Ciência e a Etnologia” (original) (raw)

Apresentação do Dossiê Ensino de Antropologia no Brasil

Café com Sociologia, 2015

O debate em torno do Ensino de Ciências Sociais tem sido fomentado nos últimos anos devido ao retorno da Sociologia no currículo escolar em nível nacional a partir de 2008, todavia deve-se chamar a atenção para o fato de que a reflexão sobre o ensino dessas ciências não é algo novo no Brasil, porém é profundamente descontínuo. Um dos marcos para esse debate foi o Symposium sobre o Ensino de Sociologia e Etnologia, que ocorrera em 1949, promovido pela Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo, e que apesar do nome possuía uma forte orientação antropológica em seu programa, como atesta o depoimento de uma de suas egressas: Penso que a gente recebia um ensino de primeira qualidade. Fora Durkheim, que era ensinado por Emilio Willems, ensinava-se uma matéria chamada Ecologia Humana a partir da Escola de Chicago. Pierson dava um autor sueco, Gunnar Myrdal. Agora, pensando melhor, acho que a escola era mais de antropologia que de sociologia. Tenho a impressão que era mais voltada para esse lado; de política também tinha pouco, apesar de termos História da Política. As disciplinas de antropologia eram mais fortes. Líamos a escola funcionalista, Radcliffe-Brown, tínhamos Antropologia Cultural, dada pelo Octávio Eduardo da Costa, e também havia toda a parte da antropologia física, que eu também não sei mais como é que se chama hoje em dia. (Farkas, 2009, p. 193 [grifo nosso]) Vale destacar ainda o seminal trabalho de Eunice Durham e Ruth Cardoso (1961) que apontava para os problemas presentes no Ensino de Antropologia nos cursos de graduação no país, e que fora escrito num momento bastante oportuno, tendo em vista que se tratava do período no qual ocorreu uma significativa expansão dos cursos de Ciências Sociais no Brasil (LIEDKE FILHO, 2005). Não podemos olvidar aqui duas questões de suma importância: 1ª) que a antropologia se constituiu ma tradição intelectual brasileira dentro do que se convencionou denominar de Ciências Sociais, de tal modo que a formação em nível de graduação existente para os antropólogos no país

Apresentação do Dossiê “Diálogos entre antropologia e arqueologia: contribuições e desafios”

REVISTA TRÊS PONTOS | Centro Acadêmico de Ciências Sociais da UFMG| Ano 14, N. 1 Jan/Jun 2017, 2017

Em seu breve texto "Antropologia hoje" (2011), a antropóloga Bela Feldman-Bianco discorre sobre a constante renovação dos horizontes empíricos da antropologia e chama atenção para o crescimento do número de pesquisas realizadas na disciplina através de uma intersecção com outras áreas do conhecimento. Segundo Feldman-Bianco (2011), essa nova tendência estaria relacionada à ampliação do mercado de trabalho, ao aumento da demanda de discentes por cursos de antropologia e às mudanças no campo de atuação da disciplina frente às políticas públicas. Nesse contexto atual, a antropóloga afirma também que emergiu um novo uso do modelo norte americano dos "quatro campos" (arqueologia, antropologia social/cultural, antropologia biológica e antropologia linguística) e uma mudança significativa no ensino dessa disciplina, que prevê uma ênfase em pesquisas de campo em interface com outras áreas interdisciplinares. Neste dossiê, em particular, chamamos atenção para a interdisciplinaridade da antropologia com a arqueologia, tendo como fio condutor para as nossas reflexões a seguinte questão: quais os desafios e as contribuições dos diálogos entre esses dois campos do saber? Apesar de serem disciplinas afins e que, muitas vezes, compartilham os mesmos objetos e sujeitos de pesquisas, antropologia e arqueologia nem sempre caminham lado a lado. Tendo em vista tal cenário, a proposta de discutir a interdisciplinaridade em diálogo com essas duas disciplinas emergiu durante a organização da V Semana de Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), idealizada por estudantes do Pronoturno-Antropologia

Apresentação Dossiê Antropologia Norte e Nordeste

Revista Zabelê - Discentes PPGAnt/UFPI, 2021

Nesta edição, buscamos dar visibilidade às pesquisas, concluídas ou em andamento, de autores/as que se propõem a pensar nas problemáticas presentes no Norte e Nordeste, e que tenham uma interface com o diálogo teórico-metodológico da antropologia. Ressaltamos assim, a importância da aproximação com os seguintes campos de estudos antropológicos: antropologia urbana, estudos das relações de gênero, das relações raciais, antropologia política, antropologia e/da educação, antropologia visual, antropologia das ontologias entre outros.

Apresentação do Dossiê – Quando o “Outro” é o antropólogo: reflexões sobre produções etnográficas contemporâneas

Mediações - Revista de Ciências Sociais

Apesar das diversas transformações pelas quais já passou a antropologia, ainda predomina na disciplina a ideia de que o fazer antropológico se dá no encontro com um “Outro”, muitas vezes distante espacialmente e “culturalmente” daquele que produz o texto etnográfico. Desdobra daí que o trabalho do antropólogo é disparado por um deslocamento físico que o leva da sua “casa” para o “campo”. Este modelo tem sofrido uma desestabilização ainda mais profunda com a maior presença, nos últimos anos, de antropólogos negros e indígenas nos cursos de pós-graduação em antropologia do país. No presente texto, apresentamos um panorama dessas questões, e como elas dialogam com a proposta do dossiê e os textos aqui publicados.

Antropologia da Ciência - UFRJ

Objetivos: Este curso como objetivo apresentar e discutir alguns eixos estruturantes do campo reconhecido como Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia (STS). Partindo de uma literatura dedicada a refletir sobre as formas de produção do conhecimento científico e de suas consequências políticas. Para tanto, o curso está dividido em duas partes. Na primeira será privilegiado a apresentação e o debate de conceitos e princípios metodológicos fundamentais, que servirão para compreendermos a emergência, consolidação e as bases desse campo de estudos. Na segunda, as leituras serão dedicadas a artigos temáticos, que nos permitirão acompanhar a amplitude e variedade empírica e teóricometodológica de pesquisas contemporâneas inscritas nesse universo de debate. Sobretudo os textos da segunda parte enfatizarão a produção de autoras brasileiras contemporâneas.

Resenha do Livro “O Campo da Antropologia no Brasil”

2017

é um dos produtos do projeto "Formação acadêmica, pesquisa e mercado de trabalho em antropologia no Brasil", elaborado pela direção da ABA, gestão 2002-2004. Entre os objetivos do projeto estavam: "a) a análise das condições de formação dos antropólogos e da pesquisa desenvolvida no âmbito dos programas de pós-graduação em antropologia no Brasil; e b) o estudo das inserções profissionais dos egressos da pós-graduação" (pág. 13). O grande esforço de pesquisa levado a cabo pela direção da ABA e por uma equipe de investigadores, cumpriu a tarefa de "realizar um levantamento, o mais extenso até hoje, das características da antropologia tal como ela é praticada no Brasil" (pág. 7). A massa de dados gerados pela pesquisa, como em outras iniciativas desse porte, possibilita diversos recortes analíticos. Este material será disponibilizado pela ABA, como indicado na "apresentação" do livro, assinada por Gustavo Lins Ribeiro e Antonio Carlos de Souza Lima. Na "Introdução" faz-se um breve histórico da pesquisa e das diretrizes que assumiu ao longo do seu processo de realização, além de informações fundamentais na compreensão dos termos de referência que estruturam os capítulos do livro. O referido projeto foi encaminhado a Wilson Trajano Filho, que conduziu a pesquisa ao lado de Carlos Benedito Martins, especialista na investigação sobre a pós-graduação no Brasil. De modo a dar conta dos objetivos traçados, elegeram-se como fontes privilegiadas de dados os relatórios anuais dos programas de mestrado e doutorado em antropologia social, enviados a CAPES, os bancos de dados das agências governamentais de apoio à pesquisa e dos programas, e a busca de informações junto aos egressos dos programas, através de questionário aplicado. O recorte temporal dos dados da pesquisa abrangeu de 1996 a 2001, para o caso dos relatórios da CAPES, isto é, a partir do ano de implantação de uma nova metodologia de avaliação por aquela instituição, e de 1992 a 2001, para o levantamento junto aos egressos dos programas, cobrindo uma década. Portanto, foram considerados 10 programas de mestrado (UFF, UFPA, UFPE, UFPR, UFRGS, UFRJ, UFSC, UnB, UNICAMP e USP) e 6 de doutorado (UFPE, UFRGS, UFRJ, UFSC, UnB e USP). Ficaram de fora o programa de mestrado profissionalizante da UCGO e os doutorados da UFF e UNICAMP, pois foram constituídos após o recorte temporal estabelecido; e programas mistos como os de Sociologia e Antropologia do IFCS/UFRJ e de Ciências Sociais, da PUC-SP, UERJ e UNICAMP, pois não era possível selecionar, nos relatórios enviados a CAPES desses programas, as informações requisitadas na pesquisa. É importante destacar que este recorte no tempo abrange um período de significativas mudanças nas políticas de pós-graduação, particularmente no que diz respeito ao financiamento da pesquisa, à redução do Tempo Médio de Titulação (TMT) e ao expressivo aumento no número de egressos, mestres e doutores, entre outros aspectos.

Dossiê: Antropologia E(M) Campo

Vivência: Revista de Antropologia

O presente número da Vivência-Revista de Antropologia, organizada pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), tem a honra e a satisfação de trazer ao leitor um conjunto variado, heterogêneo, de artigos, orientados por certos eixos interpretativos, mas destacando o projeto pluralista de nosso programa de pós-graduação e de suas publicações institucionais. São 14 textos ao todo: doze deles artigos, além da conferência do professor João Pacheco de Oliveira Filho (Museu Nacional/UFRJ), que abre o presente número, e do memorial do professor Luiz Assunção (PPGAS/UFRN), que fecha a Vivência.