REPENSANDO O TRÁFICO TRANSATLÂNTICO DE AFRICANOS ESCRAVIZADOS NA ERA DA ILEGALIDADE (original) (raw)
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A ESCRAVIDÃO AFRICANA TRÁFICO NEGREIRO
Povos africanos desterrados e escravizados Na Idade Moderna, Portugal foi o primeiro país da Europa a realizar o comércio de escravos africanos. Isso foi possível porque os portugueses, ao longo dos séculos XV e XVI, dominaram muitas regiões no litoral da África, onde fundaram feitorias. Os conquistadores portugueses estabeleceram alianças com comerciantes e sobera-nos africanos e passaram a fazer tráfico de escravos através do Atlântico. Os primeiros escravos africanos destinaram-se às terras portuguesas na Europa e nas ilhas do oceano Atlântico que pertenciam ao governo português onde já havia sido iniciada a produção de açúcar.
Africanos penitenciados pela Inquisição portuguesa REVISTA LUSÓFONA
Revista Lusofona De Ciencia Das Religioes, 2014
Saídos das suas comunidades de origem na África, ao longo da travessia atlântica, em direção a Portugal ou à América, os africanos começaram, desde aí, a restabelecer novas relações entre seus colegas de infortúnio, em regra pertencentes a outras diferentes etnias, e depois de desembarcados, nos lugares onde iriam servir, recriando novos laços entre si e com os próprios brancos.
A DIÁSPORA NEGRA E A PRESENÇA DE AFRICANOS ESCRAVIZADOS EM
Resumo Este trabalho pretende relacionar a Diáspora Negra a presença de africanos escravizados em Itapemirim-ES, entendendo que estes estudos contribuem para os novos trabalhos da historiografia brasileira e para o movimento que estuda a Diáspora Africana, uma vez que procura revelar a existência de africanos escravizados em Itapemirim. De fato, muitas questões continuaram obscuras, mas é certo que havia africanos nas escravarias capixabas e itapemerinenses que, como será demonstrado, era uma das principais regiões econômicas capixabas no século XIX, cobiçada, inclusive por muitos navios carregando africanos escravizados clandestinos após a promulgação da Lei Euzébio de Queirós, conforme descrito pelos presidentes provinciais nos Relatórios da Província do Espírito Santo. Os dados sobre estes africanos podem ser observados através da análise de registros de óbitos e batismos de escravos de Itapemirim, que apresentam um número significativo de africanos, revelando que esta região era ponto de chegada de muitos dos que vieram da África. Assim, através de análise quantitativa e qualitativa dos registros eclesiásticos de Itapemirim, uma parte da história dos africanos espalhados pelo mundo com a escravidão poderá ser remontada, contribuindo para os novos trabalhos historiográficos brasileiros.
A " DELAÇÃO ALCOFORADO " E O COMÉRCIO ILEGAL DE AFRICANOS NO VALE DO CAFÉ: NOTAS DE PESQUISA
Os casos de corrupção que nos dias de hoje ocupam grande parte dos noticiários, politizando o cotidiano e potencializando a incerteza do futuro, configuram um dos muitos capítulos de uma cultura política que encontra raízes na formação histórica do Estado brasileiro. Como sabemos, a consolidação do Brasil como nação, em curso no segundo quartel do século XIX, ocorreu entremeada pelo flagrante desrespeito à lei de 7 de novembro de 1831 que determinava em seu artigo 1º que "todos os escravos que entrarem no território ou portos do Brasil, vindos de fora, ficam livres". 3 De fato, entre 1837 e 1850, da ascensão do "regresso conservador" à nova lei de 4 de setembro de 1850, o comércio atlântico de africanos foi reaberto na clandestinidade. Naquele tempo, imperou como política de Estado um dos maioresse não o maiorcaso de corrupção sistêmica da história brasileira. Nele, Estado e sociedade foram cúmplices no processo de desmoralização dos estatutos legais que determinavam o fim do trato de africanos novos no território brasileiro. O assinte a tratados internacionais e às determinações contidas no dispositivo de 1831 se converteram em práticas sociais legítimas, fazendo com que o Império do Brasil, nos anos cruciais de sua formação e consolidação, fosse transformado em um "Estado negreiro independente", como o definiu Alencastro. 4
O CAMINHO DA LIBERALIZAÇÃO DOS TRANSGÊNICOS NO BRASIL
Agroecología, 2018
Resumo A introdução das plantas geneticamente modificadas na agricultura é produto do período de globalização neoliberal. Seu processo decisório no Brasil responde mais aos interesses da in-dústria do que aos do meio ambiente e da saúde pública. A Organização Mundial do Comércio definiu em meados dos anos 1990 padrões globais de proteção de propriedade intelectual vincu-lantes a todos países membros, que no Brasil deu origem a uma lei de patentes reconhecendo o direito de proteção de inovações biotecnológicas. No mesmo período, o país também promulgou uma lei de cultivares, garantindo o direito dos melhoristas, e uma legislação de biossegurança estabelecendo licenciamento ambiental para organismos transgênicos. A indústria, no entanto, preferia o modelo norte-americano de desregulamentação, à época já implantado na Argenti-na. A soja transgênica cultivada no país vizinho passou a ser trazida ilegalmente para o Brasil e amplamente cultivada na região Sul – na ausência de controle por parte do Estado. Em 2003, ao assumir seu primeiro mandato de presidente da República, Lula deparou-se com essa situação de fato consumado e, para surpresa dos setores sociais que o apoiaram, paulatinamente oficializou os plantios ilegais de soja transgênica. Os parlamentares da chamada bancada ruralista, histori-camente opositores de Lula, pressionaram por uma legislação de biossegurança mais liberali-zante. O caminho adotado foi revogar a lei anterior criando uma comissão de especialistas com poderes não só deliberativos mas também normativos. Os exemplos da definição de regras de coexistência para o milho e da liberação comercial do feijão são apresentados para ilustrar o viés pró-transgênicos da comissão. Summary The road for the transgenics liberalization in Brazil The introduction of genetically modified seeds in agriculture is product of the neoliberal globalization period. In Brazil, its decision making process responded more to industry interests than to those of public health or environment. The World Trade Organization determined in the middle of the nineties global intellectual property patterns with biding effects to all its parties. This gave rise in Brazil to a patent law recognizing the right to the protection of biotechnological innovations. In the same period, the country also passed a plant variety protection act, assuring plant breeders' rights, and a biosafety act stablishing environmental licensing for transgenics organisms. The industry, however, preferred the US deregulation model, at the time already implemented in Argentina. As the state failure to control its borders, the transgenic soy cultivated in the neighbor country was smuggled to Brazil and largely sown in the Southern part of the country. In 2003, just elected to its first mandate as president of the republic, Lula faced this fait accompli situation but for the surprise of the social sector that supported him, he officialized the illegal growings. The sector of rural conservative parliamentarians, historically opposed to Lula, pushed for a more liberalizing biosafety legislation. The way adopted was to revoke the former biosafety act creating instead a commission of experts with wide powers, both normative and deliberative. Examples of rules definition for maize coexistence and the common bean commercial release are presented to illustrate the commission pro-transgenic bias.
Mundos do Trabalho, 2011
Ao lançar uma nova luz sobre o abolicionismo britânico depois da abolição da escravidão nas colônias britânicas, este trabalho trata do ramo brasileiro do recrutamento de africanos, um fluxo de aproximadamente 2.550 pessoas resgatadas do tráfico e outros recrutas levados para colônias britânicas do Caribe entre o final da década de 1830 e a década de 1850. Com base na correspondência do Ministério Britânico das Relações Exteriores sobre o tráfico de escravos (série FO 84), em relatórios ministeriais brasileiros, debates parlamentares e outras fontes, o trabalho mostra que o esquema de recrutamento resultava da coordenação entre diferentes setores do governo britânico e cumpria dois objetivos principais: fornecer trabalhadores por contrato para as colônias britânicas do Caribe, onde a abolição se deu em 1834, e enfraquecer a escravidão brasileira. Casos de recrutamento individual ilustram como ao longo dos anos os britânicos ampliaram o significado de “africano livre” para estender s...
ÀS ORIGENS DOS ESCRAVIZADOS BANTU DA ÁFRICA CENTRAL DEPORTADOS PARA AS AMÉRICAS DOS SÉCULOS XVI-XIX
Anais Electrônicos da ANPUH, 2017
O comércio transatlântico, que durou quatro séculos (séculos XVI-XIX), atividade comercial que deixou a África Preta na cauda das civilizações para o benefício das Américas, contou com a participação muito ativa da África Central. Do século XVI ao século XIX, os principais portos dos escravizados da África Central como o porto de Mpinda (província do Soyo -Estado Kongo), primeiro e mais antigo porto de exportação dos escravizados, no Golfo da Guiné, os portos de Luanda, Benguela, Loango, Kabinda, Malemba exportaram milhares dos escravizados Bantu para as plantações das Américas através dos navios portugueses, holandeses, franceses e ingleses. Ao lado disso, deve ser adicionado o principal comércio português, que começou em 1468, no qual escravizados africanos foram exportados para a Madeira, Lisboa, sul da Espanha, cuja África Central teve uma ligação vital nesse tráfico com a participação do porto dos escravizados de Bulambemba (país Kongo), localizado em uma ilha no rio Congo. Ao todo, cerca de 13.250.000 milhões Bantu-Kongo, foram exportados para as Américas, de acordo com análises de conjecturas do historiador Rinchon (Kabolo Iko, 2004:138), seja cerca 50% do total do comércio negreiro. A maioria absoluta dos escravizados Bantu teve uma influência crescente cultural (língua, cultura), que deu à luz a um importante património cultural, tais como: Samba, Capoeira (Brasil), o palenqueiro (Colômbia) e muitos outros aspectos que vamos estudar em breve. Palavras-chave: África Central, Bantu, Reino-Kongo, M'banza-Kongo, Encomiendas.
O TAMBOR AFRICANO; A QUEST CRISTOLÓGICO
The purpose of this research is to analyses, interpret, and translate the image and person of Jesus, the Christ in the African context particularly in Sub-Saharan Africa - its great diversity and cultural beauty, situations of poverty and exploitation, secularism, African traditional religion and other religions, etc. For its relevance and fidelity to Council Vatican II, all theology must be contextualized and incultured. In this sense, responding who is Jesus to Africans today is the concern of all evangelization in Africa. How Jesus is understood and made present in the African´s vision is the central attention of this research. This Christological essay will have the following binomials: Inculturation and Integral Liberation. Moreover, the religiosity, worldviews, and popular philosophy of the people will be the base of this theological articulation.