Globalização e internacionalização: democracia vertical de um convênio estudantil brasileiro (original) (raw)
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DECOLONIALIDADE & EDUCAÇÃO: ESPERANÇAR EM TEMPOS DE PERPLEXIDADE, 2023
Nossa proposta neste texto é refletir sobre o que entendemos como alguns desafios da internacionalização das universidades a partir da lente dos estudos decoloniais. Nesse sentido, entendemos que as delimitações de disciplinas, áreas e campos correspondem ao fatiamento do conhecimento nas universidades, o que é próprio da Modernidade/Colonialidade (Castro- Gómez, 2007; Grosfoguel, 2016a). Próprias também da Modernidade/Colonialidade são, por um lado, a negação dos conhecimentos dos sujeitos colonizados e, por outro lado, a usurpação desses conhecimentos, invisibilizando quem os produz e atribuindo-os aos grupos colonizadores/dominantes.
GLOBALIZAÇÃO E O DÉFICIT DEMOCRÁTICO DAS INSTITUIÇÕES REPRESENTATIVAS BRASILEIRAS
em decorrência da globalização, o Estado perdeu o monopólio da mediação política. Por exemplo, passou a compartilhar decisões com múltiplos atores, internos e externos, e não é capaz de controlar diversas variáveis que interferem na vida nacional. Isso tem impactos sobre o funcionamento e a legitimidade das instituições representativas. Entretanto, há paradoxos que as acompanham desde seus primórdios e, em Estados semiperiféricos como o Brasil e outros latino-americanos, há questões histórico-culturais, como bloqueios internos e externos à soberania, cultura política patrimonialista, clientelista e populista, bem como uma sociedade precariamente integrada e com profundas desigualdades, que também explicam os problemas da democracia. Assim, o propósito desta pesquisa consistiu em investigar quais elementos caracterizadores do déficit democrático das instituições representativas brasileiras foram, de fato, causados ou potencializados pela globalização. Com isso, procurou-se superar análises simplificadoras, que atribuem todos os problemas da democracia contemporânea à globalização, ou, então, insistem em restringir o campo de análise aos limites estabelecidos pelo modelo democrático representativo de base territorial, cujo potencial explicativo apresenta limites severos em um contexto de policentrismo político, e em que as instituições representativas se revelam incompatíveis com as exigências de mediação social.
Organismos Internacionais e O Manifesto Da Educação Hegemônica Do Capital
Revista Trabalho Necessário
Este escrito evidencia a concepção dos organismos internacionais referente ao ensino médio e profissional. Cabe ressaltar que não se trata de enveredar na discussão sobre a imposição ou influência nas políticas do Governo federal brasileiro, mas de trazer para análise alguns elementos relativos à educação presentes nas publicações do Banco Mundial e da Comissão Especial para a América Latina − CEPAL. Em linhas gerais, os diversos documentos elaborados por esses organismos apontam uma concepção de educação restrita ao mercado, cuja eficiência se relaciona ao funcionamento das parcerias público-privado. Dessa maneira, cumpre destacar que a educação hegemônica do capital tem como eixo a sua funcionalidade instrumental à competição entre os trabalhadores e entre países.
Revista Eletrônica de Educação, 2014
A emergência do Brasil no âmbito da economia mundializada como participante do BRIC (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) mobilizou o governo federal brasileiro a estabelecer um programa estatal de mobilidade acadêmica (Programa Ciência sem Fronteiras) de modo a fazer avançar o capital social do país (general intellect) e a infraestrutura em STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) relacionadas à indústria. Investimentos públicos e privados no programa de mobilidade acadêmica transformaram o modo como o governo brasileiro e as universidades valorizam o intercâmbio estudantil com os Estados Unidos. As áreas de conhecimento relacionadas à ciência, à tecnologia, à engenharia e à matemática recebem maiores financiamentos se comparadas às humanidades, às ciências sociais e às artes. Este desenvolvimento alterou a forma como a mobilidade estudantil nos Estados Unidos é organizada e, ao mesmo tempo, mudou a trajetória da internacionalização educacional brasileira. Este texto apresenta uma análise conceitual do Programa Ciência sem Fronteiras, baseando-se na perspectiva de economia política crítica. O ensaio conceitua a iniciativa do Programa Ciência sem Fronteiras nos níveis mundial, nacional e local. O texto explora, ainda, as implicações que a parceria educacional bilateral Brasil-EUA poderá ter sobre a política, as práticas universitárias e, finalmente, sobre o financiamento da mobilidade dos estudantes brasileiros.
Ensino Superior no Brasil: Internacionalização hoje e os acordos MEC-USAID
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O artigo parte da hipótese que a Internacionalização do Ensino, compreendida como intercâmbio cultural e científico, decorrente da universalização da Ciência e da integração econômica entre os povos, constitui-se em grande desafio para os países em desenvolvimento. Assim, ao trazer novamente à tona elementos do processo de internacionalização da educação forçada através dos acordos MEC-USAID (1965-1968), tece considerações sobre a atual inserção brasileira no processo de internacionalização do Ensino Superior, apresentando, através de dados institucionais, as formas de acesso ao ensino terciário.
2016
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GLOBALIZAÇÃO E A MUDANÇA DO PAPEL DA UNIVERSIDADE FEDERAL BRASILEIRA
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