Um Breviário Para O Diretor Teatral as Relações Diretor-Espectador Sob Uma Perspectiva De Recepção (original) (raw)
2013, O Teatro Transcende
As transformações no século XX foram responsáveis pelas abordagens mais significativas no que tange ao trabalho do ator. Os mais complexos elementos são investidos de atenção ao se conjeturar caminhos e possibilidades de relação com o ator. Ao remontarmos a virada para o novo século, sabemos que saímos do século XIX sob a influência do textocentrismo, em que não se concebia um teatro fora do texto e que os atores tinham de ser singulares, ou seja, tinham que ter uma disposição para o trabalho, porém, não tinham uma técnica pessoal sistematizada. Talvez esta seja uma das razões de tão significativas transformações. A partir de então, a tríplice relação autor-ator-diretor passou por diversas configurações e, ao que parece, está sujeita a muitas outras ainda. Sobretudo se incluirmos aí o espectador, num esquema quádruplo que dê ênfase às questões relacionadas aos estímulos do público para com a arte. Numa breve descrição, poderíamos dizer que o ator teve, ao longo dos séculos, seu manancial criador apoiado no texto; que o autor, a partir do século XVIII, adquiriu o estatuto de artista, sumidade da arte dramática; e que o diretor, especialmente a partir das vanguardas engendradas nas décadas de 60, obtém o êxito de autoridade artística. Mas é com o advento do espectador como elo fundamental nas relações teatrais que podemos verificar algumas rupturas que levaram o público a ser tratado de forma diferente daquela habitualmente aplicada 2. Ruptura com a quarta parede. Utilização de outros espaços como ambiente cênico (inclusive espaços urbanos). Instalações. O público no palco.