Receber de "braços abertos": o papel da sociedade civil no acolhimento de refugiados em Portugal (original) (raw)

O acolhimento de refugiados recolocados em Portugal: a intervenção das instituições locais

2019

O afluxo de refugiados a Europa e a implementacao de um programa europeu de recolocacao e um desafio para a Uniao Europeia, mas tambem para Portugal, o qual se mostrou bastante recetivo para acolher um elevado numero de refugiados, tendo, para o efeito, a Comissao Europeia estabelecido uma quota nacional de 1.642 refugiados. Face a ausencia de uma tradicao historica de acolhimento de refugiados e a falta de estruturas estatais para o fazer, o programa de recolocacao portugues esta largamente fundado na sociedade civil, que independentemente da decisao politica se mobilizou nesse sentido. Deste modo, o acolhimento dos refugiados recolocados em Portugal foi desenvolvido por um conjunto de organizacoes caracterizadas pela diversidade institucional e de objetivos e pela dispersao geografica. Para compreender o modo como este processo esta a decorrer, nomeadamente o papel e as praticas das instituicoes locais, estamos a realizar o projeto de investigacao “Integracao de refugiados em Port...

O acolhimento de refugiados recolocados em Portugal: a intervenção das instituições locais Costa, P., Sousa,L., Bäckström, B., Magano, O. & Albuquerque, R. (2019)

Livro de atas do II Congresso Internacional de Mediação Social: a Europa como espaço de diálogo intercultural e de mediação, 2019

Resumo O afluxo de refugiados à Europa e a implementação de um programa euro-peu de recolocação é um desafio para a União Europeia, mas também para Portugal, o qual se mostrou bastante recetivo para acolher um elevado nú-mero de refugiados, tendo, para o efeito, a Comissão Europeia estabelecido uma quota nacional de 1.642 refugiados. Face à ausência de uma tradição histórica de acolhimento de refugiados e à falta de estruturas estatais para o fazer, o programa de recolocação portu-guês está largamente fundado na sociedade civil, que independentemente da decisão política se mobilizou nesse sentido. Deste modo, o acolhimento dos refugiados recolocados em Portugal foi de-senvolvido por um conjunto de organizações caracterizadas pela diversidade institucional e de objetivos e pela dispersão geográfica. Para compreender o modo como este processo está a decorrer, nomeada-mente o papel e as práticas das instituições locais, estamos a realizar o pro-jeto de investigação "Integração de refugiados em Portugal: papel e práticas das instituições de acolhimento". Em termos metodológicos, é feita uma combinação de métodos qualitati-vos e quantitativos. Assim, numa primeira fase, foram realizadas entrevistas exploratórias a representantes de entidades públicas e instituições privadas com intervenção no processo de acolhimento, com o objetivo de nos permi-tir fazer uma primeira aproximação ao objeto de estudo e perceber os princi-pais eixos do fenómeno social em análise. Numa segunda fase, foi aplicado um questionário online às instituições envolvidas com o objetivo de perce-ber quais as suas motivações, como decorreu o processo de acolhimento e que balanço fazem do mesmo. Neste texto apresenta-se uma síntese preli-minar parcial dos dados recolhidos. Os resultados preliminares recolhidos mostram que ocorreu um movimento significativo de mobilização social e institucional em Portugal, por razões de caráter solidário e humanitário, com numerosas instituições locais a acolhe-rem e a acompanharem o processo de integração dos refugiados recoloca-dos, apesar da maioria delas não ter qualquer experiência prévia de trabalho com refugiados.

Refugiados Recolocados em Portugal: Práticas de acolhimento

Refugiados Recolocados em Portugal: Práticas de acolhimento, 2019

Esta brochura apresenta de modo sucinto um conjunto de dados relativos aos refugiados no mundo e em Portugal, e expõe de forma concisa alguns dos resultados do projeto "Integração de refugiados em Portugal o Papel das Instituições de acolhimento", um projeto apoiado pelo FAMI - Fundo de Apoio Migração e Asilo: PT/2017/FAMI/151. Este projeto pretendeu analisar o papel e as práticas desenvolvidas pelas instituições locais no acolhimento e integração de refugiados recolocados provenientes da Grécia e de Itália, no quadro do acordo Europeu de recolocação. A equipa do projeto é constituída por Lúcio Sousa, Paulo Manuel Costa, Rosana Albuquerque, Olga Magano e Bárbara Bäckström, investigadores do Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais (CEMRI) e docentes do Departamento de Ciências Sociais e de Gestão da Universidade Aberta.

A política de acolhimento de refugiados - considerações sobre o caso Português

REMHU: Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana

Resumo A eclosão de conflitos armados e civis no Médio Oriente, bem como a expansão do autoproclamado Estado Islâmico provocou um fluxo considerável de refugiados com destino ao espaço comunitário europeu, sendo a maior vaga migratória desde a II Guerra Mundial. A atratividade do espaço europeu, associado às políticas de acolhimento, constitui o ponto de partida para esta análise que incide sobre os mecanismos de acolhimento registados pelo Estado Português. Através de um estudo iminentemente exploratório e recorrendo ao método de análise descritiva, optámos por analisar as estratégias de acolhimento, bem como os dados existentes sobre os processos em vigor em Portugal, considerando igualmente uma visão comparativa com os demais Estados-membros da União Europeia.

Imigrantes e Sociedade De Acolhimento: Percepções e Realidades No Caso De Portugal

Psicologia & Sociedade, 2015

ResumoA imigração e o seu impacto nas sociedades são um dos maiores desafios sociais do século XXI. Tanto a população imigrante como a população de acolhimento, optam por diferentes estratégias de aculturação. Com o objetivo de analisar as perceções de imigrantes e sociedade de acolhimento, face a questões como a aculturação, a discriminação, a ameaça, a integração ou as barreiras linguísticas em Portugal, desenvolvemos um estudo qualitativo. Foram realizadas 40 entrevistas (20 imigrantes de diferentes nacionalidades e 20 portugueses), cujos resultados indicam que tanto os imigrantes como a sociedade de acolhimento são favoráveis à integração. Os portugueses não se consideram discriminatórios e em geral, todos os imigrantes se sentem integrados em Portugal. Em síntese, Portugal, aparenta ser um país aberto à diversidade de culturas e um país hospitaleiro, tanto que os imigrantes se sentem bem e não pretendem abandonar o país.

O Patrocínio Privado de Refugiados e o Brasil: o papel da sociedade civil

Refúgio e Hospitalidade, 2016

O presente artigo tem como objetivo analisar a política do Patrocínio Privado de Refugiados (Private Sponsorship of Refugees, em inglês), que se mostra como uma alternativa para encarar os fluxos massivos de refugiados. Nascido no Canadá na década de 1970, o Patrocínio Privado de Refugiados baseia-se na participação do setor privado, mas não é exclusivo das empresas, pois a sociedade também pode participar, assumindo o patrocínio, ou a responsabilidade de ajudar financeiramente as pessoas que procuram refúgio no Estado de Destino. Dessa forma, o Patrocínio Privado de Refugiados pode dar uma resposta rápida diante do fluxo massivo de refugiados originados pela guerra civil síria, além de conscientizar a sociedade local sobre os sofrimentos e a realidade em que vivem os solicitantes de refúgio. The goal of this article is to analyze the Private Sponsorship of Refugees policyas an alternative to face the mass influx of refugees. Born in Canada in the 1970s, the Private Sponsorship of Refugees is based on the participation of the private sector but is not exclusive to businesses, as society can also take part by sponsoring or undertaking the responsibility to financially support persons that seek refuge in the State of Destination. Thus, the Private Sponsorship of Refugees can provide give a rapid answer to the mass influx of refugees caused by the Syrian civil war, and also sensitize the local society about the suffering and the reality faced by asylum seekers.