Guerra Psicológica: o conceito no jornal Ultima Hora (1961-1963) (original) (raw)

A "Operação mata-mendigos" e o jornal Ultima Hora (Rio de Janeiro, 1961-1969)

Revista Vozes, Pretérito & Devir; Dossiê Temático: História e Criminalidade, 2019

"Operação mata-mendigos" remete a um conjunto de execuções de moradores de rua pela polícia carioca no início da década de 1960. O caso foi inicialmente denunciado pelo jornal Ultima Hora e se tornou um grande fenômeno político e midiático, mas uma revisão recente da literatura nos apresenta um assunto periférico, subordinado a narrativas maiores, bem como algumas lacunas e inconsistências. Apresentamos a "Operação mata-mendigos" a partir das narrativas diárias do Ultima Hora publicadas ao longo da década de 1960, uma vez que o jornal figura como centro emanador de denúncias sobre o caso. Abordamos o processo construtivo do assunto na esfera pública, o inquérito parlamentar proposto para investigar o caso e os julgamentos e condenações dos implicados. Posteriormente buscamos suprir algumas lacunas e solucionar inconsistências encontradas na literatura. Palavras-chave: Operação mata-mendigos; Chacina do rio da Guarda; Ultima Hora; Rio de Janeiro; Violência. Abstract: "Operation killer of beggars" refers to a set of executions of homeless people by the Rio de Janeiro's police in the early 1960s. The case was initially denounced by the newspaper Ultima Hora and became a major political and media phenomenon, but a recent literary review presents us a peripheral subject, subordinated to larger narratives, as well as some gaps and inconsistencies. We present the "Operation killer of beggars" based on the daily narratives of the Ultima Hora published throughout the 1960s, since the newspaper is the emanating center of complaints about the case. We approach the constructive process of the subject in the public sphere, the proposed parliamentary inquiry to investigate the case and the trials and convictions of those involved. Later, we aim to fill some gaps and solve inconsistencies found in the literature.

O Golpe de 1964, no Brasil, pelas páginas do jornal Ultima Hora (UH)

Estudos Ibero-Americanos, 2023

O artigo analisa como o jornal Ultima Hora (UH) representou o golpe de 1964 em suas páginas, nos primeiros meses do ano. Tal aspecto justifica-se por essa publicação ter uma das maiores circulações no Brasil e, diferentemente dos outros diários impressos, ter um posicionamento favorável ao governo de João Goulart, não coadunando com as movimentações oposicionistas que defendiam, abertamente, uma intervenção militar para derrubar o então mandatário e que recebiam ampla acolhida na imprensa de grande tiragem, conforme apontado em extensa bibliografia sobre o assunto. Como resultado, o texto apresenta que a UH manteve-se coerente com sua cultura política desde a sua fundação, em 1951, defendendo os princípios trabalhistas e as práticas ligadas a Getúlio Vargas, considerando que Goulart era uma espécie de “herdeiro político” de Vargas e, segundo a UH, era atacado exatamente por esse aspecto, uma vez que os gru-pos opositores, civis ou militares, não aceitavam a consolidação de um governo cujas bases remetiam a esse modelo de organização do país.

A (re)construção da categoria "mendigo" no jornal Ultima Hora (1961-1962)

Anais do XV Encontro de Pesquisadores em Comunicação e Cultura/ III Encontro Internacional de Pesquisadores em Comunicação e Cultura, 2021

Na presente comunicação, examinamos os processos de (re)construção da categoria "mendigo" no jornal Ultima Hora a partir de conteúdos publicados entre 1961 e 1962. O período compreende antecedentes próximos da chamada "Operação mata-mendigos", um conjunto de chacinas contra pessoas em situação de rua perpetradas por policiais do estado da Guanabara entre 1962 e 1963. Através de uma análise de enquadramento indutiva, apresentamos como o jornal projeta e altera seus juízos de valor sobre a categoria "mendigo", que representa inicialmente entes daninhos e posteriormente vítimas. Os conteúdos publicados evidenciam a instrumentalidade da categoria para fins de oposição política ao então governador da Guanabara, o que reforça a condição subalterna do indivíduo retratado como "mendigo".

Os Veteranos das Guerras Psíquicas: A história da Psicologia no front da primeira guerra mundial

2021

A primeira guerra mundial foi um momento decisivo na história da psicologia. Enterrou a tradição introspeccionista da psicologia e fez com que psicólogos saíssem dos armários dos Departamentos de Filosofia para estabelecer uma nova ciência e uma nova profissão. Neste livro, apresentas-e uma experiência sobre como ensinar história da psicologia na Primeira Guerra Mundial como um estudo de caso sobre as controvérsias sociais e científicas da área,aomesmo tempo em que coloca alguns pontos cruciais sobre as trajetórias biográficas e as circunstâncias sociais que operaram sobre o desenvolvimento da ciência e da profissãode psicóloga(o) em todo o mundo.

O sensacionalismo no jornal Ultima Hora-RJ : sinais e ícones do Esquadrão da Morte (1968-1969)

RESUMO: O presente trabalho analisa a representação do Esquadrão da Morte pelo jornal carioca Ultima Hora no período de 1968 e 1969 com destaque para os sinais e ícones do grupo de extermínio presentes nas reportagens e suas fotografias. Inicialmente a pesquisa trata das origens e influências do jornal Ultima Hora, apresentando aspectos como seu público-alvo e sua linha editorial. Num segundo momento, apresentamos as origens do Esquadrão da Morte na cidade do Rio de Janeiro, grupo que pretendia eliminar marginais considerados "irrecuperáveis" como forma de barrar a criminalidade crescente na cidade. Abordamos, concomitantemente à história do grupo, sua repercussão midiática e os critérios de exterminabilidade utilizados contra suas vítimas através da sujeição criminal. Posteriormente analisamos cinco reportagens sobre o grupo, confrontando as fotografias capturadas durante a cobertura do evento e o jornal impresso, para evidenciar os processos envolvidos na confecção da reportagem, como triagem de dados, redação e intervenções técnicas sobre a fotografia, que resultam na produção de uma das fontes documentais mais abundantes para se abordar o Esquadrão da Morte: os jornais. ABSTRACT: This work analyses the representation of the Esquadrão da Morte through the newspaper Ultima Hora from Rio de Janeiro in 1968 and 1969 highlighting the signs and icons of the death squad presented in the news and their photographs. Initially the research brings the origins and influences of the newspaper Ultima Hora, showing aspects like its target audience and the editorial line. In a second moment, we present the origins of the Esquadrão da Morte in Rio de Janeiro city, group that intended to eliminate marginals considered "unrecoverable" as a way to detain the growing criminality in the city. We show, concurrently to the group history, its mediatic repercussion and the exterminability criteria used against its victims through the criminal subjection. Later we analyse five news about the group, confronting the photographs captured during the news coverage and the printed newspaper, to evidence the processes regarding the news making, like data sorting, writting and technical interventions on the photograph, that produce one of the most abundant historical sources to study the Esquadrão da Morte: the newspapers.

Jornal da Tarde (1966-75): ideologia liberal e ditadura militar

2004

Esta tese de doutorado contou com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior-CAPES. Agradeço pela concessão da bolsa de doutorado sanduíche, juntamente com a Comissão Fulbright. Este apoio foi fundamental para o meu desenvolvimento intelectual e profissional. Nos Estados Unidos, estive vinculada ao Centro de Estudos Ibéricos e Latino-Americanos (Center for Iberian and Latin American Studies-CILAS) da Universidade da Califórnia, San Diego (UCSD). Gostaria de agradecer a agradável receptividade do diretor do centro, Charles Briggs e às funcionárias Monica Arciga, Kari Lambert e Ramona Mason, pela ajuda constante. Os contatos com os professores do Departamento de Comunicação da UCSD foram essenciais para ampliar a minha visão sobre as relações entre mídia e poder. Sou especialmente grata ao professor Daniel Hallin, que me ajudou a entender o papel da imprensa na América Latina. Ao meu orientador nos Estados Unidos, Kenneth Serbin, e à sua esposa, Regina Serbin, agradeço muito pelo companheirismo, gentileza e conselhos sempre honestos. Agradeço também aos funcionários do Arquivo do Estado de S. Paulo por terem possibilitado o acesso aos exemplares do Jornal da Tarde. E aos jornalistas que cederam entrevistas para esta pesquisa. Aos professores Marco Antônio Villa e Tânia Pellegrini, presentes na banca de qualificação, pelas valiosas sugestões e comentários úteis. À banca examinadora composta pelos professores Maria da Glória Bonelli, Valter Roberto Silvério, Beatriz Kushnir e Maria Aparecida de Aquino, agradeço pela leitura rigorosa e pelas propostas para o enriquecimento do texto da tese. Ao meu orientador, João Roberto Martins Filho, por suas sugestões pertinentes e leituras criteriosas, por seu incentivo ao meu crescimento intelectual, e pela amizade e respeito que sempre me dedicou. Finalmente, agradeço à minha família pela confiança e paciência durante o período de realização da tese.

Os cárceres da Guanabara através do jornal Ultima Hora (1960-1961)

SÆCULUM - Revista de História, 2020

O presente artigo busca analisar quatro séries de reportagens sobre alguns presídios do estado da Guanabara publicadas pelo jornal carioca Ultima Hora, entre 1960 e 1961. Os anos escolhidos compreendem a criação de um novo estado, a eleição de Carlos Lacerda como governador, a reorganização dos serviços de segurança pública, a renúncia de um presidente da República e tentativas de barrar sua sucessão legal, resultando em diversos ruídos possíveis do campo político sobre o campo jornalístico. Não obstante, deve-se pontuar que Carlos Lacerda já apresentava um longo histórico de conflitos com o jornal Ultima Hora, levando a uma ferrenha oposição do jornal ao longo de sua gestão. Cientes desse cenário e dos diversos ruídos possíveis, nossa análise prioriza as formas e alterações de enquadramento jornalístico sobre os presídios, detentos, agentes prisionais e policiais, bem como o Poder Público de forma ampla. A análise revela, ao mesmo tempo, mudanças nas representações coletivas sobre esses assuntos e permanências históricas de arbitrariedades policiais, usualmente associadas ao contexto autoritário posterior a 1964, bem como as denúncias que eclodiriam em 1963 quanto ao extermínio de moradores de rua.

As charges políticas no jornal Binômio durante a sua fase humorística (1952-1956)

InfoDesign - Revista Brasileira de Design da Informação

O jornal mineiro Binômio, publicado entre 1952 a 1964, foi marcado por uma personalidade oposicionista durante toda sua trajetória. À vista disso, este artigo versa especificamente sobre imagens assinadas por chargistas colaboradores, veiculadas durante a fase humorística do periódico, compreendida entre 1952 a 1956. O objetivo é resgatar parte da memória gráfica deste jornal, com base em análise do conteúdo caricato e denunciatório de obras produzidas por artistas representativos à época. Por meio de investigações em fontes primárias, pesquisa bibliográfica e entrevista com um dos fundadores, os resultados demonstram que a charge política foi elemento essencial na construção da abordagem crítico-humorística do Binômio naquele período.