A Philosophiae partitio de Gregor Reisch. Um mapa para ler o Renascimento (original) (raw)

Arte, ciências e filosofia no Renascimento (vol. 1)

2018

Este livro oferece ao público algumas das mais importantes produções do projeto "Arte, ciências e filosofia no Renascimento", desenvolvido no âmbito do Programa Capes-Cofecub 2014 (Edital nº. 021/2013; projeto 812-14) em uma parceria da École Normale Supérieure de Lyon com as Universidades Federais Fluminense e do Rio de Janeiro. É o segundo de um conjunto de dois volumes, ambos fazendo parte da Coleção Reverso, editada pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal Fluminense e publicada pela editora 7Letras. O que é o "Renascimento"? E como se define isto que se chama "filosofia renascentista"? Tudo o que se pode ler nas páginas deste livro constitui também uma tentativa de responder a estas questões. A filosofia renascentista tem seus objetivos e formas próprias, questionamentos e soluções típicas, cuja peculiaridade deve ser bem discernida para que se possa avaliar corretamente o alcance de suas concepções. Estava então em curso o mais violento alargamento de horizontes da história da humanidade: o ressurgimento do saber antigo, os grandes descobrimentos, a Reforma religiosa, a revolução técnica-que traz, entre outras invenções importantes, a imprensa com seu efeito cultural decisivo-são alguns dos eventos tremendos que abalam o Velho Mundo até suas fundações-um mundo, ademais, sacudido pela guerra, pela peste, por calamidades, fanatismos, fome e visões do apocalipse. No entanto, precisamente a tensão entre este panorama e a recepção e renovação das antigas ambições artísticas, científicas e filosóficas ambienta a brilhante e sensual atmosfera que envolve a cultura renascentista. Pois lá se tornou claro que não se tratava mais somente de estar de acordo com os deuses ou com a natureza, como queria até então em geral a filosofia, mas da necessidade de reposicionar de todos os termos da relação a partir das novas disposições. A Renascença foi um tempo de transições, rupturas, transformações, ambiguidades, ambivalências: encontramo-las também nas obras dos homens daquele tempo e a justificação e/ou a superação destas contradições constituiu seu grande vetor temático. Assim, mais do que a história de um período ou de um movimento cultural talvez se trate aqui da história de uma metáfora, de uma imagem que está bem viva hoje: aquela da possibilidade de uma transformação do mundo e do homem. Em momentos de crise, a ideia de Renascimento foi, e continua a ser, uma forma de se orientar em direção ao Novo Mundo.

Arte, ciências e filosofia no Renascimento (vol. 2)

2019

Este livro oferece ao público algumas das mais importantes produções do projeto "Arte, ciências e filosofia no Renascimento", desenvolvido no âmbito do Programa Capes-Cofecub 2014 (Edital nº. 021/2013; projeto 812-14) em uma parceria da École Normale Supérieure de Lyon com as Universidades Federais Fluminense e do Rio de Janeiro. É o segundo de um conjunto de dois volumes, ambos fazendo parte da Coleção Reverso, editada pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal Fluminense e publicada pela editora 7Letras. O que é o "Renascimento"? E como se define isto que se chama "filosofia renascentista"? Tudo o que se pode ler nas páginas deste livro constitui também uma tentativa de responder a estas questões. A filosofia renascentista tem seus objetivos e formas próprias, questionamentos e soluções típicas, cuja peculiaridade deve ser bem discernida para que se possa avaliar corretamente o alcance de suas concepções. Estava então em curso o mais violento alargamento de horizontes da história da humanidade: o ressurgimento do saber antigo, os grandes descobrimentos, a Reforma religiosa, a revolução técnica-que traz, entre outras invenções importantes, a imprensa com seu efeito cultural decisivo-são alguns dos eventos tremendos que abalam o Velho Mundo até suas fundações-um mundo, ademais, sacudido pela guerra, pela peste, por calamidades, fanatismos, fome e visões do apocalipse. No entanto, precisamente a tensão entre este panorama e a recepção e renovação das antigas ambições artísticas, científicas e filosóficas ambienta a brilhante e sensual atmosfera que envolve a cultura renascentista. Pois lá se tornou claro que não se tratava mais somente de estar de acordo com os deuses ou com a natureza, como queria até então em geral a filosofia, mas da necessidade de reposicionar de todos os termos da relação a partir das novas disposições. A Renascença foi um tempo de transições, rupturas, transformações, ambiguidades, ambivalências: encontramo-las também nas obras dos homens daquele tempo e a justificação e/ou a superação destas contradições constituiu seu grande vetor temático. Assim, mais do que a história de um período ou de um movimento cultural talvez se trate aqui da história de uma metáfora, de uma imagem que está bem viva hoje: aquela da possibilidade de uma transformação do mundo e do homem. Em momentos de crise, a ideia de Renascimento foi, e continua a ser, uma forma de se orientar em direção ao Novo Mundo.

Breve hermenêutica da Renascença através de sua arte.pdf

1999

Diante de algumas considerações e dificuldades apontadas, na tentativa de se compreender um pouco melhor a Renascença, esta “época ambígua” no dizer de Gusdorf (1967), tomaremos uma obra maior de Rafael, como um caso exemplar da arte como possível revelação de uma cultura. Escolhemos a Stanza della Segnatura pela junção de idéias e estilo que parecem realizar o impossível: sintetizar uma época de tanto esplendor.

As escolas e o ressurgir da filosofia no Renascimento Carolíngio

Filosofia e Educação, 2018

Com o fim do Império Romano, a estrutura educacional foi abalada. A religião cristã foi capaz de preservar a tradição da antiguidade. Pouco a pouco uma nova civilização vai surgindo, erguendo-se a partir de três bases: a cultura romana subsistente, o impacto dos bárbaros e a religião cristã. No reino dos francos, Carlos Magno faz renascer a cultura, através de sua aliança com a Igreja. Surgem novas escolas e há uma retomada das artes liberais; a dialética, particularmente, será a base para a retomada dos debates filosóficos, mesmo inseridos em polêmicas teológicas, tais como a discussão em torno da predestinação divina que colocou em lados opostos Godescalco e Scoto Eriúgena.

Resenha do livro " a história entre a filosofia e a ciência " de José Carlos Reis

Resenha do livro " a história entre a filosofia e a ciência " de José Carlos Reis. Por Diego José Fernandes aluno do 4º período de história da UFRN Introdução José Carlos Reis inicia seu livro tecendo comentários sobre o século XIX, o qual foi marcado, na atmosfera intelectual, pelo Cientificismo[1]. As ciências estavam embebedadas pelas idéias de Darwin e pela herança científica do passado. Razão, Método, Objetividade e Imparcialidade eram as bandeiras de tal época. Essa maré científica inundou a História, que até então era reduto de filósofos metafísicos[2]. Como estes davam mais ênfase ao geral (humanidade) e eram especulativos e idealísticos, beirando ao misticismo, logo entraram em choque com a mentalidade de tal época. A história decidiu-se pela ciência, abandonando a filosofia. Essa decisão tinha uma série de implicações; rejeita a qualquer a priorismo, valorização da pesquisa, fortalecimento de um método empírico, delimitação de um objeto próprio e ênfase ao singular. A história agora pretendia ser científica. Nesse percurso para fazem da história uma ciência, surgem três grandes escolas; Metódica (dita positivista), Marxista e Annales. Todas estas possuíam em comum a crença na cientificidade de Clio e a recusa categórica a filosofia da história, pois esta era a-histórica, especulativa e metafísica. O autor, porém, afirma que mesmo tentando romper com a filosofia da história, tais escolas estavam carregadas, sem saber e sem confessar, de pressupostos filosóficos, sobretudo as duas primeiras. Assim, caminhando para os braços da Mãe-Ciência, a historia carregava no seu calcanhar a filosofia da história. Advém daí o titulo do livro. O autor pretende analisar essas três escolas históricas, mostrando como a filosofia esteve em suas entranhas. A escola Metódica, dita " positivista " [3] O autor pretender mostrar as principiais características desta escola bem como sua ligação com a filosofia da história, ainda que tal escola tenha postulado a recusa total da " história especulativa " [4]. O autor inicia tratando da escola metódica Alemã, mais precisamente de seu principal representante; L. V. Ranke. Alemanha e França, em termos de escola histórica, foram as principais herdeiras da crítica filológica do século XVI e XVII. Nesses dois países desenvolveu-se, quase simultaneamente, um grande desenvolvimento da pesquisa histórica, baseada nos métodos dos exegetas bíblicos. Ranke vai absorver toda essa atmosfera de crítica textual, ao ponto de valorizá-la demasiadamente, afirmando ser possível, a partir de tal, uma história completamente objetiva. Sua pesquisa histórica contemplava assuntos relacionados aos Estados nacionais, tidos por ele como " agentes universais do processo histórico " .

O olho e as ideias. Uma indagação sobre as representações filosóficas do Renascimento - José Emilio Burucúa

Figura: Studies on the Classical Tradition, 2017

O texto abaixo foi lido na conferência de abertura da terceira sessão do trigésimo quarto colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte, realizado em Uberlândia, MG, em 2014. Para abrir a sessão – que, coordenada por nós, intitulou-se “Conectando histórias da arte: desdobramentos da tradição clássica em contexto global” – nenhum nome pareceu mais apropriado que o de José Emílio Burucúa (Buenos Aires, 1946), um dos maiores historiadores da arte e da cultura vivos na atualidade. Seu currículo, extenso e variado, inclui, entre muitas outras, publicações sobre a história do riso no Renascimento (Corderos y elefantes. Nuevos aportes acerca del problema de la modernidad clásica, 2001, ou La imagen y la risa. Las Pathosformeln de lo cómico en el grabado europeo de la modernidad temprana, 2007), historiografia cultural (Historia, arte, cultura: De Aby Warburg a Carlo Ginzburg, 2003), a transmissão histórica e cultural do mito de Ulisses na modernidade (El mito de Ulises en el mundo moderno, 2013) e a representação do massacre histórico (‘Cómo sucedieron estas cosas’: Representar masacres y genocidios, 2009). Uma das ideias centrais que norteia os estudos da recepção clássica desde as formulações iniciais deste registro acadêmico – isto é, a de que seja possível detectar, na “longa duração”, sistemas coesos de pensamento, imagens dialogantes, fluxos conceituais ressignificados – emerge, nos escritos de Burucúa, de modo natural e orgânico: é sem esforço, com elegante sprezzatura, que conceitos e imagens nascentes em distintas coordenadas espaço-temporais produzem 1 Universidad Nacional de San Martín – Argentina. * A tradução do espanhol ao português foi realizada pela professora Adelina Chaves José Emilio Burucúa O olho e as ideias 134 um sentido tão potente que parece ter sempre estado lá. Para nós, portanto, é um privilégio poder apresentar em língua portuguesa, na Revista Figura, um texto inédito de José Emílio Burucúa sobre um dos aspectos mais importantes dos estudos clássicos: a representação visual de sistemas filosóficos – ou de parte deles – entre os séculos XV e XVIII.

Para Estudar o Catecismo de Heidelberg

A minha primeira leitura do Catecismo de Heidelberg foi quase fortuita. Eu era um calouro no Seminário Teológico Presbiteriano JMC e havia recebido alguns livros do Editorial FeLiRe, dentre eles veio uma cópia do CH 1 em espanhol. Desde a primeira leitura fiquei fascinado pela simplicidade da linguagem e profundidade teológica contida numa estrutura tão bem elaborada. Recordo que no decorrer dos cinco anos de estudos teológicos, por motivo devocional, li o texto pelo menos dez vezes. E desde então, continuo estudando e sendo confortado e instruído por ele. O meu interesse em usá-lo com certa assiduidade aumentou, apesar de não ser um documento confessional exigido pela IPB.