O chamado da pandemia de Covid-19 a repensar a centralidade dos trabalhos de cuidado (original) (raw)

Atividades essenciais no contexto da Pandemia da Covid-19 e a centralidade do trabalho digno

Política & Sociedade, 2021

A pandemia da covid-19 ocasionou uma crise sanitária global, com graves desdobramentos para a vida humana e para a economia mundial. Para a satisfação de necessidades básicas da coletividade, algumas atividades, por força da sua essencialidade, continuaram a ser exercidas. A indeterminação do conceito jurídico de atividade, historicamente relevante para o direito coletivo do trabalho, mas que passou a adquirir novos sentidos com a pandemia, favoreceu uma desenfreada edição de normas jurídicas durante a pandemia, que são problematizadas nesse artigo. A análise considera o paradoxo da racionalidade neoliberal, que, embora lastreada na suposta perda da centralidade do trabalho humano, aliou-se, no caso brasileiro, a uma política de governo que reputou essenciais para o bem estar da coletividade inúmeras atividades, sem contudo prestigiá-las com a contrapartida suficiente para o risco que os profissionais nelas engajados enfrentam.

O ping-pong da pessoa mais velha: (Re)pensar a integração de Cuidados

Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social, 2021

Background and Aim: This study aimed to understand and analyze the experiences and knowledge of various health professionals, the social area, and an informal caregiver on the integration of care for the elderly in a pandemic context. Method: a qualitative investigation was carried out in which seven participants with distinct but complementary roles in the essence of care participated. Data collection was carried out through the communications of the participants of the seminar “The ping-pong of our elderly – (Re)think, (re)build and Integrate Care” promoted by the Portuguese Association of Integrated Care (PAFIC) within the scope of the VIII Value Conference of the Portuguese Association of Hospital Administrators (APAH). Results: From the participants' perspective, the integration of care in the person's path is fundamental, and for this, it is necessary to strengthen the articulation between the National Health Service and the social. As well as centering care on the per...

O trabalho humano e a sua centralidade

2015

As seguintes reflexoes formam parte de um estudo mais amplo que estaem curso e sera editado em breve. O tema e o impacto do processo de trabalhona saude dos trabalhadores, em particular como gerador de condicoes, ambientee riscos psicossociais no trabalho.

Reorganização da atenção à saúde mental na pandemia de Covid-19

Revista de Saúde Pública do Paraná

A pandemia por COVID-19 exigiu a reorganização dos serviços da saúde, inclusive da saúde mental. Este artigo é um relato de experiência, estruturado por meio de abordagem crítico reflexiva e descritiva, sobre as ações da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná para favorecer a reorganização da Atenção à Saúde Mental diante do surto de coronavírus. Foi elaborada uma Nota Orientativa para possibilitar a manutenção do cuidado para usuários anteriormente atendidos pela Rede, assim como o acompanhamento daqueles que possam apresentar sofrimento mental em decorrência desse período de pandemia.

EDITORIAL - Crítica da centralidade do trabalho

O presente número da Verinotio -Revista on-line de Filosofia e Ciências Humanas tem como tema a crítica da centralidade do trabalho. Nas últimas décadas, a tradição marxista tem procurado melhor compreender a categoria trabalho, seu papel na sociedade capitalista e no processo de emancipação humana. Durante algum tempo foi moda falar em fim do trabalho, fim do proletariado etc. No entanto, aqui objetivamos precisar a centralidade (ou não) do trabalho na sociedade em que domina o modo de produção capitalista. Para tanto, apresentamos um conjunto de artigos que abordam diretamente esta questão, tendo por destaque, na maioria desses trabalhos, para além da evidente referência aos textos de Marx, a obra magna de Lukács, Para uma ontologia do ser social, e a contribuição teórica de Moishe Postone, cujo ponto alto é o livro Tempo, trabalho e dominação social. O primeiro artigo que apresentamos é do economista marxista indiano Paresh Chattopadhyay, intitulado Sobre alguns aspectos da dialética do trabalho na Crítica da economia política. O autor discute as contradições inerentes à categoria trabalho que Marx sublinhara em diversos de seus escritos (trabalho em geral, trabalho abstrato, concreto, necessário e excedente) e explora, ao final, o lugar do trabalho na vida social livre da lógica do capital. Trata-se de um texto rigoroso, embora curto, que pode ser de ajuda aos leitores menos familiarizados com tais categorias. O segundo artigo é de María Fernanda Escurra, intitulado O trabalho como categoria fundante do ser social e a crítica à sua centralidade sob o capital. Nele a autora trata da diferença entre o trabalho como categoria fundante do ser social e a centralidade que adquire na sociedade capitalista. Centralidade que unidimensionaliza os indivíduos e produz um tipo especial de dominação social, uma dominação abstrata. A conclusão é a de que a crítica de Marx é uma crítica negativa do trabalho no capitalismo, logo, que a crítica à centralidade do trabalho é um imperativo para a crítica do capital. O terceiro artigo (Marx e a crítica ontológica da sociedade capitalista: crítica à centralidade do trabalho), de Mario Duayer, na mesma linha do anterior, procura demonstrar que o propósito central da obra marxiana, que 1 Professor da Faculdade de Economia da UFF e membro do Niep-Marx-UFF. 2 Professor titular da UFF (aposentado).

Revisão do pensamento sanitário como foco no Centro de Saúde

2000

Sob o referencial da história das idéias, este estudo revisa o pensamento sanitarista brasileiro, norteado pela figura do Centro de Saúde. A reforma do Serviço Sanitário paulista de 1925 e a instituição das Unidades de Saúde da Família em 1994 definem os limites gerais da revisão. Considera-se a possibilidade de que o discurso sobre o Centro de Saúde inaugurou uma nova era epistemológica na saúde pública, definida pela dimensão individual da "educação sanitária", em detrimento da "medicina das cidades" ou "era bacteriana". As novas concepções surgiram, sustentaram e foram sustentadas pelo deslocamento da influência política e intelectual francesa para os Estados Unidos, materializada nas ações da Fundação Rockefeller, tendo por base a Universidade Johns Hopkins. São Paulo foi uma das cidades escolhidas para investimento maciço, como "efeito demonstração" do novo ideário. Embora a atuação institucional da Fundação tenha tido escala planetária, a apropriação discursiva e adaptação local se mostrou mais precoce e coesa na América Latina, dando ensejo a criação e fortalecimento de um verdadeiro pan-americanismo na saúde pública, com a participação do Brasil. No país, o discurso da "era sanitária" e seus corolários "medicina preventiva", "medicina integral", "medicina comunitária" e atenção básica/primária", foi clivado por três grandes matrizes políticas, que se sucederam e predominaram em momentos distintos: "pensamento clássico", de matriz liberal e que dá significação cultural local às idéias que prevalecem no debate internacional a partir dos anos 1920; o "pensamento radical", de matriz marxista, que aflora na segunda metade dos anos 1970, principalmente no seio da intelectualidade acadêmica; e o "pensamento comunitário" em saúde pública, de raízes no pensamento político da assistência social, estimulado pela estratégia da Saúde da Família nos anos 1990. O pensamento radical em saúde pública nasce sob incisiva oposição ao regime militar e ao pensamento clássico. Em sua matriz discursiva a "saúde coletiva" substitui as expressões anteriores e se concentra no determinantes sociais da saúde, relegando o debate setorial ao segundo plano. Embora sem a devida clareza, o pensamento comunitário recupera e busca atualizar muitas das concepções clássicas, sem fugir da composição com o discurso radical. Alguns conceitos originalmente ligados ao ideário dos Centros de Saúde se destacam ao longo do período analisado: integração (integralidade); descentralização (desconcentração); e socialização (universalidade). Num plano histórico mais abrangente, reconhece-se atualmente que a saúde pública brasileira esteve na essência de um projeto de construção nacional iniciado na Primeira República, mas efetivamente posto em ação na era Vargas. Os Centros de Saúde, hoje representados no ideário da Atenção Básica, não só participaram desta história, como, na realidade, lhe foram em grande parte seus protagonistas.

Atenção Primária à Saúde e a pandemia de COVID-19: reflexão para a prática

2020

1 Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Medicina, Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade. Campinas, SP, Brasil. 2 Faculdade São Leopoldo Mandic, Curso de Medicina, Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade. Rua José Rocha Junqueira, 13, Swift, 13045-755, Campinas, SP, Brasil. Correspondência para: G Dimarzio. E-mail: <giuliano.dimarzio@gmail.com>. 3 Faculdade São Leopoldo Mandic, Curso de Medicina. Campinas, SP, Brasil.