Bolívar, 200 years later (original) (raw)

200 anos da Batalha do Vimeiro

Nas guerras é habitual conhecermos melhor as versões contadas pelos vencedores. É natural, venceram, querem contar, podem fazê-lo, muitos querem demonstrar que fizeram parte da vitória, outros pretendem provar que são feitos da “mesma fibra”. Também há muitos que escrevem para as estudar, analisar, interpretar o que aconteceu e, como a maioria das referências são as escritas pelos vencedores, existe uma tendência, diríamos infelizmente normal, de usar mais estes relatos, porque estão em maior número ou, em muitos casos, porque são mesmo os únicos testemunhos.

200 ANOS EM UM PAÍS DISTANTE E DESIGUAL

v. 10 n. 2 (2022): Dossiê "EmDependênciasSeculares" , 2022

O artigo revisa o debate historiográfico brasileiro relacionado ao tema da Independência do Brasil no âmbito do Grão-Pará, destacando os limites das abordagens fincadas na ideia da passividade do processo e da "adesão" daquela região ao Império do Brasil. Manuseando registros oficiais de época, fontes consulares, literárias e periodistas, além de larga gama de estudos históricos produzidos tanto no contexto da Amazônia quanto de outras regiões do Brasil, a análise adotada caminha para o registro do processo de emancipação política brasileiro nas "Províncias do Norte" como desastroso e violento, gerando na região recalques e ressentimentos que, já naquela ocasião, traduziam uma forma de relacionamento desigual e hierárquico entre nação e região que, perdurando no tempo, assimilava a Amazônia pelo viés da subalternidade, como fosse região conquistada, num mal disfarçado colonialismo interno que é preciso denunciar e romper.

América Latina: 200 anos de fatalidade

Germinal: marxismo e educação em debate

Este foi provavelmente o último artigo escrito pelo filósofo equatoriano Bolívar Echeverría. Traduzido por Thays Fidelis

República De Simón Bolívar

Abya-yala: Revista sobre Acesso à Justiça e Direitos nas Américas, 2019

Baseado nos discursos, decretos e correspondências de Simón Bolívar, assim como nas constituições e leis da Grã-Colômbia, este ensaio examina as tensões na visão de Bolívar sobre a sociedade da Venezuela e da Nova Granada produzidas por suas ideias republicanas, ainda que autoritárias e hierárquicas, sua preocupação de manter as classes populares de descendência africana sob controle e a sua negação da agência dos povos indígenas. O texto demonstra que mesmo no Peru, a principal preocupação de Bolívar foi impedir a guerra racial e a desintegração social, que alegadamente seriam trazidas para as nações recém independentes por escravos e povos afrodescendentes livres. Com o objetivo de prevenir tal resultado, ele advogava a igualdade legal por meio da abolição dos privilégios coloniais e, desde meados de 1816, a abolição da escravatura, mas, simultaneamente, defendia a preservação do monopólio de poder nas mãos da elite criolla branca. Ele assegurava a perpetuação da hierarquia socior...

200 ANOS DE MARX

Um breve apanhado de algumas contribuições teóricas de Marx e o porquê de sua atualidade

LIVRO Inquisicao portuguesa 200 anos

Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, por qualquer meio, seja total ou parcial, constitui violação da Lei n. 9.610/98.

“Para afianzar esa libertad tan deseada, no basta solo la muerte de Bolívar” Antibolivarismo e o dilema constitucional venezuelano de 1830

Almanack, 2024

Neste trabalho, analiso sob quais pressupostos as elites política e intelectuais produziram uma nova legitimidade constitucional para a Venezuela, após a dissolução da Grã-Colômbia. O artigo se concentra em recompor campos discursivos prevalentes no contexto do Congreso de Valencia, assembleia que elaborou a Constitución Política del Estado de Venezuela de 1830. Neste cenário, examino o intenso debate político, no qual diversos atores desconstruíram os fundamentos e explicitaram as convenções e contingências dos sistemas republicanos precedentes — a Primeira República da Venezuela (1811), a Grã-Colômbia (1819, 1821) e o Projeto Bolivariano (1824) — impactando, de formas negativas ou positivas, a redefinição da arquitetura constitucional. Em paralelo, examino como as elites dirigentes enfrentaram o desafio de se equilibrar entre ideias liberais, republicanas e autoritárias para fundar uma precária ordem política diante das ameaças de guerras civis e convulsões sociais. Em especial, chama atenção como o debate público venezuelano expressava a tensão entre dois modelos de organização da República: a lógica do homem providencial, portador e difusor das virtudes republicanas, e a proposição de um pacto social de cidadãos (a parte sã da sociedade). Por fim, proponho uma análise de aspectos políticos e simbólicos do rechaço a Simón Bolívar e do antagonismo entre a nova República e o legado Libertador. Através dessas abordagens, pretendo contribuir para uma compreensão dos conflitos inerentes à configuração e acomodação do Estado venezuelano no século XIX.