História, historiografia e educação: pressupostos teórico-metodológicos (original) (raw)

História, historiografia e pesquisa em educação histórica

Educar em Revista

RESUMO O pensamento histórico, cuja articulação produz a consciência histórica, conduz todo agente racional humano a produzir sobre si e sobre seu meio ambiente uma narrativa histórica, fator de identidade (própria e social) e feitora de cultura. A cultura histórica como meio ambiente intelectual envolvente da educação histórica esteia-se, ao menos desde a cientificização da História a partir de meados do século 19, em dois pilares: a narrativa histórica em geral e a narrativa historiográfica em particular. A relevância para a pesquisa em educação histórica da interação e do diálogo entre essas narrativas e de sua interdependência é argumentada neste artigo.

História Como Pressuposto Filosófico Para a Formação (Política) Docente

Reunina, 2021

Este artigo tem como objetivo compreender a matriz teórico-metodológica a Organização do Trabalho Didático, como fundamento para entender a História da Escola Pública Contemporânea. Considera-se que esse pressuposto é importante para formação docente na relação entre educador e educando. A base da análise sobre a discussão partirá da crítica ao modelo manufatureiro, ora negligenciado à formação docente, mas que consideramos fundamental para compreendermos a escola do nosso tempo. Para a realização do trabalho utilizamos a pesquisa qualitativa, com base na análise bibliográfica acerca da discussão sobre a produção da escola moderna. A análise sobre a teoria da história para compreensão do processo da formação docente será questão fundamental para a discussão da organização didática de nosso tempo. Nesta perspectiva será fundamental trazer para a discussão, algo que categoricamente está sendo banalizado nos dias de hoje, o ser humano e sua formação docente. Entendermos o sentido da organização do trabalho didático, a fim propiciarmos um mundo educativo melhor para os trabalhadores da educação básica. Palavras-chave: (Escola Pública, Organização do Trabalho Didático, Formação de Professores) ABSTRACT This article aims to understand the theoretical-methodological matrix the Organization of

Ensino de História e concepções historiográficas

Espaço Plural, 2009

Esse ensaio propõe e discute uma tipologia das relações entre o ensino de História e as concepções historiográficas. Inicia estabelecendo uma primeira grande divisão entre as concepções historiográficas, para as quais o ensino de história ou educação histórica não são um problema da história, e as concepções que consideram que o problema do ensino é imanente à produção e utilização social do conhecimento histórico. A seguir, sugere que as concepções historiográficas, na sua relação com o ensino de História, dividem-se em concepções tradicionais, críticas e genéticas, conforme as linhas gerais da teoria do conhecimento que praticam.

Os caminhos da historiografia educativa portuguesa: da história à educação

History of Education Journal, 2012

Os caminhos e as tendências da historiografia educativa portuguesa, no período contemporâneo, retractam as características significativas da evolução da educação e da escola nos séculos XIX-XX. O autor realiza urna abordagem àhistoriografia educativa do ensino e da escola pública, cujo desenvolvimento regeu-se por três condicionalismos: o discurso legalista, politico e normalista (legislação e intervenções políticas nos órgãos); a explicação pedagógica da realidade educativa; e as condições estruturais da educação e da escola oficial. As resistências à<; mudanças educativas ficaram marcadas pelo analfabetismo, pelos níveis percentuais de escolaridade, pelo insucesso e abandono escolar, pela formação e estatuto dos professores e, ainda pela política de centralização e descentralização do ensino.

Retórica e historiografia

aristotélica, uma segunda escola gramatical, a língua é, por convenção de agrupamentos humanos, analogia, regularidade, proporção, enfim ratio, razão.

DESAFIOS AO ENSINO DE HISTÓRIA EM TEMPOS DE NEGACIONISMOS E REVISIONISMOS

Ensino de História: Teorias e Metodologias, 2020

Nas últimas décadas, a área das ciências humanas tem sofrido alguns impactos advindos do fenômeno negacionista em torno de temas considerados sensíveis como a memória do Holocausto e o revisionismo histórico relacionado aos debates acerca das histórias indígena, africana e da escravidão. Sendo assim, neste artigo, busco refletir sobre a atual conjuntura de ataques ao campo historiográfico e subsequentemente ao ensino de história, principalmente nas discussões em torno das ditaduras latino-americanas, com ênfase no caso brasileiro.

ENSINO DE HISTÓRIA: TEORIAS E METODOLOGIAS

ENSINO DE HISTÓRIA: TEORIAS E METODOLOGIAS, 2020

Coletânea sobre Ensino de História: Teorias e Metodologias. A obra congrega diversos docentes do ensino superior e básico, assim pensando propostas pedagógicas que envolvam o campo do Ensino de História. Há contribuições e relatos de pibidianos e alunos que desenvolvem o olhar para o ensino de História.

UMA INSERÇÃO TARDIA: EDUCAÇÃO BÁSICA E PROBLEMATIZAÇÃO DA HISTÓRIA

Relatório Final de Estágio Supervisionado de Formação de Professores (História), DPEC-UFRN, 2012

No decorrer do século XX diversos movimentos historiográficos propuseram reformulações no metiér do historiador. Entre esses, os que mais influenciaram na renovação da escrita da história foi o movimento dos Annales na França, idealizado por Lucien Febvre e Marc Bloch, e o que se convencionou chamar de Escola Social Inglesa, que tem na figura dos historiadores Eric Hobsbawm e Edward P. Thompson seus principais representantes. Na historiografia brasileira esses movimentos tiveram ecos. Reapropriando-se das metodologias e teorias desenvolvidas e utilizadas por esses movimentos, os historiadores brasileiros passaram a estudar e interpretar as realidades pretéritas brasileiras, promovendo também uma renovação de temas-fontes-métodos. Contudo, o objetivo do presente estudo não é discutir uma “história da historiografia” que levou a esse estreitamento das reapropriações brasileiras às proposições desses movimentos, mas elas terminam servindo como “pano de fundo” para essa nossa proposta: refletir em que medida uma prática docente que prioriza a problematização da História na educação básica contribui para a formação cidadã dos estudantes, proposta pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e os destinados ao ensino médio (PCN+). Tal proposta surgiu a partir das experiências nos estágios supervisionados de formação de professores, em que pudemos observar que, mesmo com essas novas discussões no campo da historiografia, o mais comum na prática dos professores de História na educação básica das escolas campo de estágio observadas, foi a perpetuação do estudo dos conhecimentos históricos a partir dos paradigmas da Escola Metódica e de correntes ortodoxas do marxismo. Neste sentido, os estudantes terminam construindo um conceito de História em que ideias não mais trabalhadas pela historiografia permeiam todas as aulas. Cenário este já apresentado por Josep Fontana, em Introdução ao estudo da Historia Geral, para delinear essas realidades: em que os professores das escolas de ensino básico buscam uma simplificação teórica e dos conteúdos ao ponto de subestimar a capacidade dos estudantes em aprender e se integrarem às discussões propostas atualmente, simplificando ao ponto de se perder importantíssimos elementos das temáticas estudadas; limitando-os a aprender, de forma simplista e caquética, flashes da história econômica e/ou política. Fontana defende, pelo contrário, que os profissionais de história que atuam na educação básica devem apresentar os problemas norteadores da historiografia atual aos seus estudantes, partindo de questionamentos complexos e conduzindo-os a uma tentativa de criticar, analisar e perceber como esses conhecimentos podem ser utilizados em suas vivências sociais. Nessa perspectiva, mesmo que tardia, a inserção da História problema se faz necessária para que os estudantes possam ser melhor preparados para as realidades vivenciadas dentro e fora dos muros da escola, ou seja, por defendermos que essa História viabiliza uma formação cidadã aos estudante, é que ela deve se fazer presente na realidade da educação básica – não de maneira provisória ou em curtos planos de ensino propostos por professores-estagiários, mas como práticas habituais dos professores efetivos que assumam as turmas desse nível de ensino, inclusive, se for o caso, regimentado nos projetos políticos pedagógicos das escolas. Como já mencionado, o presente estudo é o resultado das reflexões feitas durante os quatro estágios de formação de professores de História, cursados entre os anos de 2010 e 2012. Durante este período tivemos a oportunidade de estagiar em duas escolas da rede pública de ensino do Estado do Rio Grande do Norte: E. E. Des. Floriano Cavalcanti e E. E. Prof. Anísio Teixeira. Sendo os três primeiros estágios vivenciados apenas nessa primeira escola, em que realizamos a observação da prática docente em uma turma da 1ª série do ensino médio, a intervenção na escola e o estágio supervisionado no ensino fundamental em uma turma de 9º ano. No estágio supervisionado de formação de professores para o ensino médio é que inserimos a segunda escola como campo de reflexão para a problemática estudada.