Arqueologia Homoerótica de A Cruz na Praça : um filme desaparecido de Glauber Rocha [1959] (original) (raw)

Arqueologia Homoerrática de A Cruz na Praça - Um filme desaparecido de Glauber Rocha [1959]

2017

Esta dissertação se arrisca na produção de uma arqueologia para o curta-metragem A Cruz na Praça (1959), de Glauber Rocha, um filme desaparecido na história do cinema brasileiro, com o objeto de compreender o inacabamento e o desaparecimento do copião de um filme com abordagem sobre a perambulação homoerótica na Bahia de 1959 – tema historicamente transgressor, de confronto com a hegemonia heteronormativa.

Um projeto (an)arqueológico do curta-metragem Cruz na praça, de Glauber Rocha (1959)

2017

este artigo pretende apresentar o projeto arqueologico para o curta-metragem Cruz na Praca (1959), de Glauber Rocha. Considerado o primeiro tratamento direto sobre o tema da homossexualidade no cinema queer brasileiro, os negativos deste filme estao desaparecidos ha mais de 50 anos, de acordo com registro na Cinemateca Brasileira. O trabalho de escavacao dos vestigios desta producao audiovisual pretende retomar um periodo em que Glauber Rocha havia concluido o seu primeiro filme, Patio (1959), e, no mesmo ano, filmado Cruz na Praca , um projeto filmico que antecede a realizacao do seu primeiro longa-metragem Barravento (1961). A execucao desta arqueologia cinematografica serao utilizadas abordagens metodologicas historiograficas, propostas por Michel Foucault ( Arqueologia do Saber ) e Ziegfried Zielinski ( Arqueologia da Midia ).

Mateus Araujo. "Figurações da História no Glauber Rocha maduro". In: AGUIAR, Carolina A.; CARVALHO, Danielle C; MORETTIN, Eduardo; MONTEIRO, Lúcia R. e ADAMATTI, Margarida (Org.). Cinema e História: circularidades, arquivos e experiência estética. Porto Alegre: Sulina, 2017, p. 62-89.

Mateus Araujo. "Figurações da História no Glauber Rocha maduro". In: AGUIAR, Carolina A.; CARVALHO, Danielle C; MORETTIN, Eduardo; MONTEIRO, Lúcia R. e ADAMATTI, Margarida (Org.). Cinema e História: circularidades, arquivos e experiência estética. Porto Alegre: Sulina, 2017, p. 62-89., 2017

ENTRE O CROCHET, O XADREZ E O BANHEIRÃO: CINEMA, LITERATURA E EROTISMO EM O MENINO DO GOUVEIA (1914), LA NARRACIÓN DE LA HISTORIA (1959) E NO SE LO DIGAS A NADIE (1994)

Revista Antares, 2019

RESUMO Neste trabalho, analiso três textos literários que narram experiências eróticas em cinemas não pornográficos. Para isso, analiso textualidades que atravessam as três fases do cinema: o período de narratividade crescente, o surgimento das grandes salas de exibição e o deslocamento dos cinemas de rua para os shopping centers. Um dos objetivos desse texto também é problematizar a afirmação do pesquisador James Green (GATTI, 2000) que diz serem os cinemas, desde o início do século XX, um lugar de pegação. PALAVRAS-CHAVE Cinema; literatura latino-americana; espaços de pegação. ABSTRACT In this work, I analyze three literary texts that narrate erotic experiences in non-pornographic cinemas. To do this, I analyze textualities that go through the three phases of cinema: the period of increasing narrativity, the emergence of the large exhibition halls and the displacement of the street cinemas for the shopping centers. One of the objectives of this text is also to problematize the affirmation of the researcher James Green (GATTI, 2000) who says that cinemas are crusing spaces, since the beginning of the twentieth century.

América Nuestra: Glauber Rocha e o cinema cubano

Nos anos sessenta, cineastas argentinos, chilenos, cubanos e brasileiros, tais como Fernando Solanas, Fernando Birri, Miguel Littín, Julio García Espinosa, Tomás Gutiérrez Alea, Glauber Rocha, compartilharam um desafio comum: a criação de um novo cinema latino-americano, que fosse esteticamente original, consolidasse uma identidade própria no panorama internacional, e que tivesse como projeto subjacente a reflexão sobre os problemas peculiares à América Latina como o subdesenvolvimento, o abuso do poder, as gran-

Artista, intelectual: Glauber Rocha e a utopia do cinema novo. (1955-1971)

2006

Glauber Rocha teve uma existencia marcada pela pesquisa constante deoriginalidade para sua criacao artistica e sua producao intelectual. Desde jovem, ele seesforcou para produzir uma obra e um discurso consistente de significado, distante dosenso comum e do pensamento formatado. A melhor maneira, segundo o cineasta, paraser original em arte era procurar toda uma simbologia que remetesse a obra a sua culturade origem.

(2015) Bracara Augusta. Rituais e espaços funerários

RESUMO Nos últimos anos temos vindo a realizar trabalhos de investigação em torno das necrópoles romanas, espaços sagrados que se desenvolveram em torno da periferia da cidade de Bracara Augusta, que registam uma ampla cronologia de utilização, entre a transição da Era e a Antiguidade Tardia. Com este artigo pretendemos dar a conhecer as particularidades dos contextos sepulcrais romanos re-conhecidos até ao momento nas escavações realizadas em Braga-Portugal, evidências essas, recuperadas a partir da análise das sepulturas, dos monumentos funerários, bem como do espólio votivo associado aos dis-tintos rituais funerários que se sucedem entre finais do século I a.C. e o século VII. Pretendemos ainda abor-dar as alterações ocorridas na topografia funerária ao longo dos períodos cronológicos mencionados. ABSTRACT With this article we intend to present the particularities of sepulchral Roman contexts known so far in the excavations carried out in Braga-Portugal, evidence recovered from the analysis of the graves, funerary monuments and the grave goods associated with different funeral rites that follow from the late first century BC and the seventh century. We intend to address the changes in funeral topography over the chronological periods mentioned.

O cinema de Glauber Rocha em tempos de ditadura

Revista Maracanan, 2014

A cinematografia de Glauber Rocha integra um conjunto de obras de artistas brasileiros de esquerda cuja produção foi profundamente marcada pela conjuntura política e cultural tanto do pré quanto do pós-Golpe de 1964, quando os militares instalaram-se no poder, promovendo, principalmente após o AI-5, a radicalização da repressão, seguida pelo exílio de parcela significativa de representantes da arte engajada e de protesto no país. A filmografia de Glauber Rocha, bem como a sua reflexão teórica, expressam, de forma aguda, as utopias, as ideologias e, sobretudo, as tensões que envolveram a cultura brasileira de esquerda nos anos sombrios da ditadura militar.

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS CURSO DE HISTÓRIA CINEMA EM PERSPECTIVA HISTÓRICA: TERRA EM TRANSE (1967

Introdução Para um historiador é muito difícil olhar e ouvir qualquer coisa sem imaginar o contexto histórico do porque foi produzido, como, onde e para quem. Assistir um filme como Terra em Transe (1967), com todas as suas nuanças e representatividade, num momento histórico extremamente importante para a história contemporânea brasileira, ou ainda, deixar de usar a metodologia teórica para análise, é uma tarefa quase impossível. Seria como pedir para um jardineiro ver a beleza de um jardim sem que possa dizer quais plantas existem no jardim. Por mais que tente, irá, em algum momento, dizer quais plantas existem e quais talvez deixasse o jardim mais belo. Assim posto, este trabalho tem por finalidade enumerar todas as belezas da obra. Contudo, objetiva também esboçar um diagnóstico reflexivo e critico do filme Terra em Transe, do diretor Glauber Rocha. O filme, que teve seu lançamento em 1967, tinha como pano de fundo o Cinema Novo e traz uma proposta totalmente nova de direção, tendo por objetivo a disseminação de uma nova leitura para o cinema nacional, a estética da fome. Inicialmente será realizada uma breve apresentação da obra e o contexto no qual está inserido, em seguida será exposto o arcabouço teórico que fundamentará a metodologia empregada, para só então realizar uma análise propriamente dita do material em análise.