Povos indígenas na rede das temáticas escolares: o que isso nos ensina sobre identidades, diferenças e diversidade? (original) (raw)

Base Nacional Comum Curricular Brasileira: a história indígena e a diversidade em questão

TEMPORIS [AÇÃO], 2018

Resumen: Desde meados de 2015, o Ministério da Educação do Brasil (MEC) vem elaborando coletivamente a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), um documento que visa orientar a educação básica brasileira. Investigar o tratamento dado à história indígena e à diversidade cultural nas primeiras fases de elaboração destas orientações constitui-se nosso objetivo. Analisamos, detidamente, as avaliações feitas por professores, gestores educacionais, pareceristas e a sociedade como um todo ao Portal da Base durante o processo de elaboração entre 2015-2016. Enquanto a BNCC preliminar propunha ampliar o conhecimento das culturas indígenas, na BNCC revisada percebemos um recuo nesta proposta. A ênfase recai sobre os direitos adquiridos pelos povos indígenas na contemporaneidade em detrimento do passado indígena, essencial na composição cultural brasileira.

Sobre identidade e diferença no contexto da educação escolar indígena

Psicologia & Sociedade, 2014

Neste texto se analisa a educação escolar indígena, mediante as concepções de identidade e de diferença, para traçar uma compreensão sobre como as políticas multiculturais de educação vêm sendo concebidas e praticadas historicamente no Brasil. Trata-se de uma pesquisa realizada segundo a metodologia qualitativa, sendo utilizados como procedimentos a pesquisa documental e a entrevista semiestruturada. A análise discursivo-interpretativa do documento Plano Nacional de e da entrevista semiestruturada feita com a vicecoordenadora de educação indígena da SECADI evidenciou que, historicamente, a escola afirmou a exclusão social dos povos indígenas e, hoje, visa prepará-los para relações de negociação cultural, de constituição de novas posições identitárias e de valorização de sua diferença. A investigação efetuada contribuiu com o estudo das políticas multiculturais de educação brasileiras visando ao desenvolvimento da Psicologia Social, numa perspectiva crítica.

A diversidade dialogante num processo educativo indígena : observações num curso de etnomatemática

2012

Como aprendi nesta experiência da minha vida, o que importa é continuar a caminhar em direção àquilo que sonhamos para o futuro, deixando sempre que o diálogo seja o fio condutor das nossas vidas, revelando-nos a diversidade dialogante que nos cerca e que nos envolve. Por ter permanecido a meu lado, acompanhando os meus passos num processo de respeito, cooperação e solidariedade (D'Ambrosio, 2002), lembrando-me sempre da importância do Amor em tudo o que fazemos, agradeço à Professora Doutora Mônica Mesquita. À minha família, agradeço o imensurável apoio e paciência neste processo. Deixo, aqui, um especial obrigada à Bárbara, cujos sorrisos e brincadeiras me deram alento, mesmo nos momentos mais difíceis. Obrigada pelo carinho! Agradeço à Comunidade Fronteiras Urbanas, na sua diversidade, por ter dialogado comigo e pelo tanto que me ensinou e continua a ensinar. E ao GEPEm PT, agradeço o combustível teórico que me fez olhar para esta licenciatura em diálogo. Não posso deixar de agradecer a todos os que vivenciaram ao meu lado a LICEEI e o curso de Etnomatemática, por todas as partilhas e pelos laços estabelecidos e que, ainda hoje, permanecem. De entre estes, agradeço especialmente à Equipe NossosRiachos, na pessoa de Luisa Soares e de Ronaldo Pinheiro, pela cedência de imagens; à coordenação da LICEEI; e a Puhuyakuã, Merk e Mayõ pelos incansáveis e afetuosos diálogos.

A temática indígena no contexto escolar: uma proposta de intervenção diagnóstica

2017

O presente trabalho tem por objetivo perceber como a tematica da historia indigena esta inserida no curriculo escolar dos alunos do Ensino Fundamental Anos Finais. Para dar conta de tal objetivo realizou-se uma atividade diagnostico com os alunos do Nono Ano da Escola de Ensino Fundamental Clara Donner, localizada no municipio de Timbo em Santa Catarina. Tambem fez parte do diagnostico as observacoes em torno da colecao didatica Historiar de Gilberto Cotrim e Jaime Rodrigues, publicada pela Editora Saraiva em 2015. Partindo destas observacoes procuramos avaliar as representacoes que os alunos e a colecao didatica observada fazem das comunidades indigenas. Neste processo nosso trabalho foi pautado nas seguintes questoes; Onde estao as liderancas indigenas nos materiais didaticos? O livro didatico e os alunos consideram a diversidade dos povos indigenas, ou reforcam a concepcao de que indigena e tudo igual? O indigena e representado como primitivo e atrasado? O indigena aparece congel...

O currículo e a produção das identidades/diferençasde crianças indígenas em espaço escolar

Reflexão e Ação, 2020

O artigo busca refletir como o currículo escolar interfere na produção da identidade/diferença de crianças indígenas de uma escola. Amparado por reflexões teóricas dos estudos da Antropologia da Criança, das teorias pós-coloniais e pós-estruturalistas o texto pretende criar visibilidade para debates envolvendo uma temática, ainda vista, como silenciada no espaço da academia. Trata-se de pesquisa qualitativa, baseada em trabalho de campo, a partir da técnica da observação participante e diálogos informais com professores/as das séries iniciais. No decorrer do artigo, fica possível verificar que os docentes da escola, não possuem uma dificuldade em reconhecer as diferenças, mas de realizar e desenvolver práticas pedagógicas que não discrimine, exclua, hierarquize e nem trate todas as crianças indígenas, matriculadas na escola, como “iguais”, mas construa com elas um espaço de diálogo e de produção de novos saberes.

Políticas curriculares em contextos amazônicos: desafios para uma educação indígena com/na/pela diferença

Ciência Geográfica Ensino - Pesquisa - Método, 2020

Esse artigo se propõe a refletir sobre os sentidos de escola na relação da produção do conhecimento escolar e a educação indígena intercultural a partir de um duplo exercício: primeiramente, refletir acerca da educação escolar indígena em uma perspectiva pós-estruturalista, sob a ótica da Teoria do Discurso em diálogo com estudos pós-coloniais e decoloniais que nos ajudam a pensar pela/com/na diferença; e por outro lado, compartilhar uma experiência na Escola Indígena de Educação Básica Samuel Sahutuwe, bem como algumas questões construídas a partir dessa experiência com/de/na uma escola outra. Isso significa reconhecer que a escola, modelo como tradicionalmente a conhecemos, é uma instituição que molda uma produção de arcabouço político-institucional, intelectual e material sobre o qual é produzido/selecionado o conhecimento escolar em geral, e os saberes geográficos em específico. Com isso o modelo de escola hegemônico estabelece seus princípios, sistema de conceitos, visões de mundo e regulação espaçotemporal como universais, ou seja, cabível em todas as escolas, inclusive as indígenas. O encontro intercultural, de múltiplas trajetórias, cosmovisões e saberes exige negociação da multiplicidade. Eis ai o nosso desafio!

Diferença, interculturalidade e autosus- tentação na educação escolar indígena pataxó

A proposta em questão nasce de experiências tecidas no campo da Educação Escolar Indígena, com o Povo Pataxó do Território Indígena Kaí-Pequi, no estado da Bahia. O estudo se apresenta a partir das experiências realizadas com o Povo Pataxó, no período de 2006 a 2011. O mesmo objetiva refletir acerca das experiências de formação deste grupo étnico nos caminhos de interculturalidade e autossustentação, tecidos na construção da escola indígena diferenciada Pataxó. Em síntese, o que se reflete com esta tessitura são esforços de construção da educação escolar indígena que ainda é tratada de maneira marginal e menor no sistema educativo brasileiro; sendo que há, por parte das comunidades, a tentativa de implementação de uma educação escolar indígena diferenciada em que esteja enviesada em diálogos com seus projetos societários de interculturalidade e autosustentação. Neste entendimento, se percebe por parte das comunidades os esforços de uma educação escolar indígena diferenciada, mesmo diante de tantos engessamentos em que a educação escolar indígena está submetida. Palavras-Chave: Interculturalidade; Autosustentação; Educação Escolar Indígena Pataxó

Práticas pedagógicas interculturais sobre a temática indígena em uma escola do Distrito Federal

Revista Educação e Pesquisa, 2023

Este artigo apresenta reflexões sobre uma experiência pedagógica com a temática indígena em uma escola pública do Distrito Federal. Embora a Lei Federal 11.645/2008 tenha sido promulgada há mais de uma década, instituindo a obrigatoriedade do ensino das histórias e culturas afro-brasileira e indígena no currículo da educação básica brasileira, a sua implementação permanece um problema multifatorial para o sistema escolar. O objetivo da pesquisa foi abordar as percepções de estudantes sobre os povos indígenas e os desafios enfrentados por professores participantes da iniciativa sobre o ensino dos conteúdos previstos na Lei. A pesquisa foi desenvolvida com base nos princípios metodológicos da pesquisa-ação. Nesse sentido, envolveu a execução de um conjunto de intervenções pedagógicas em cooperação com docentes da disciplina de artes e a observação dos efeitos dessa ação à luz de uma perspectiva intercultural crítica. Os resultados desse exercício revelam que ainda há uma forte reprodução de imagens estereotipadas do imaginário nacional brasileiro nas percepções estudantis acerca dos “índios”. Mostram também que permanecem lacunas e superficialidade na formação de professores e nos recursos didáticos sobre o assunto, ainda que atualmente tenhamos uma variedade de fontes produzidas por indígenas em diferentes linguagens. Por outro lado, a intervenção pedagógica indica a fertilidade da temática indígena para a diversificação de práticas pedagógicas e a descolonização dos currículos, com efeitos significativos no ambiente educativo do ensino fundamental.

Currículo multicultural: refletindo a educação escolar indígena

Revista Contrapontos, 2008

Estas reflexões são parte do trabalho desenvolvido para compor a Tese de Doutorado: "Gênese de um currículo multicultural: tramas de uma experiência em construção no contexto da educação escolar indígena" defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação-Currículo da PUC/SP.

A Interculturalidade nas opiniões de professores de uma escola indígena de Roraima

Revista EntreRios do Programa de Pós-Graduação em Antropologia

Os debates sobre interculturalidade e educação intercultural, tem sido uma constante nos últimos 20 anos aqui no Brasil. Dentro dos debates sobre educação intercultural destaca-se a educação escolar indígena. Neste artigo, nosso intuito é refletir acerca das opiniões que professores indígenas e não indígenas de uma escola indígena, possuem sobre a interculturalidade a educação intercultural. Para tanto, nos utilizamos de um material recolhido durante o trabalho de campo antropológico realizado nos anos 2011 e 2013 em uma comunidade indígena no estado de Roraima. Os resultados apontam que há uma polifonia relacionada a interculturalidade, bem como a ausência de formação específica e de convivência na comunidade por parte professores não indígenas que atuam nessa escola, como fatores importantes para a ausência de uma educação intercultural. Por outro lado, o professor indígena considera a interculturalidade como ferramenta importante de respeito entre os mundos indígena e o não indí...