Urbano cindido: tensões da metrópole em AU3 – Autopista Central (original) (raw)
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São Paulo: a metrópole curvilínea
Revista Do Centro De Pesquisa Comunicacao E Cultura Barroco E Mesticagem Issn 2317 3971, 2012
Resumo: Esta resenha apresenta alguns aspectos relevantes da obra Um olhar francês sobre São Paulo. Os autores, François Laplantine e Claude Olievenstein, expõem em oito breves ensaios as contradições de uma cidade desmesurada e estimulante que não se acomoda nos estereótipos estrangeiros sobre o país. A obra, que mais se aproxima de uma crônica urbana, coloca em foco uma metrópole mestiça, combinação étnica ternária única no mundo: o caldo cultural advindo do índio, do negro e do europeu.
Revista RUA - Revista do Laboratório de Estudos Urbanos do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade, 2021
Natália Alves dos Santos; Andréa Vieira Zanella. Este artigo tem como objetivo problematizar as relações que a cidade de Florianópolis/SC estabelece com as pessoas em situação de rua. Partimos de um olhar cartográfico (DELEUZE; GUATTARI, 2011) para a cidade e flanamos (BENJAMIN, 1994) por suas ruas a fim de registrar, via fotografia, algumas das tensões que emergem dos encontros entre cidade e as pessoas em questão. Transversalizamos a essa discussão, a análise de uma das legislações mais importantes de uma cidade, que a organiza e planeja: o Plano Diretor. A partir daí, problematizamos os efeitos da lei nos corpos das pessoas em situação de rua e o lugar que a elas é destinado na tessitura da cidade.
Tensōes entre periferia e centro no longa-metragem "A cidade é uma só?"
ENPOS (UFPel) Anais, 2017
O texto completo trata-se de um resumo expandido. INTRODUÇÃO: O trabalho tem como objeto de análise o filme A cidade é uma só? (2012), penúltimo do cineasta Adirley Queirós, radicado na Ceilândia/DF. O que nos interessa é a maneira como se constrói um olhar sobre a Ceilândia, em relação interdependente com Brasília. A perspectiva adotada é interseccional, ou seja, considera os marcadores de diferenciação social-como raça, clase e gênero-como mutuamente constitutivos. O texto tem como foco a questão sócio-espacial e simbólica, ou seja, a maneira como são representadas as diferenças entre as cidades no filme analisado. Esta escolha não é arbitrária, mas se ancora na relevância do enfoque sobre a interdepência constitutiva e hierárquica de Brasília e suas periferias, representadas no cinema de Adirley Queirós. Articulada à construção desta oposição sócio-espacial, privilegiaremos também os outros aspectos que estão nela imbricados, como a denúncia da existência de uma segregação racial. Nos filiaremos à perspectiva dos estudos culturais, programa de investigação sintetizado por autores como MATTELART e NEVEU (2004) e RESTREPO (2012). De forma suscinta, ampara-se em um "contextualismo radical" (RESTREPO, 2012, p. 133), ou seja, em oposição a perspectivas que partem de modelos teóricos abstratos (culturalistas, economicistas, textualistas). Dá primazia às relações entre texto e contexto, com o foco na especificidade e densidade do concreto. Assim, temos que a perspectiva dos estudos culturais, particularmente em seus desdobramentos pós-coloniais, é profícua para o estudo deste problema sociológico que se refere à maneira com que um filme gestado na periferia de Brasília representa as diferenças locais entre centro e periferia, em um movimento oposto ao usualmente feito na história do cinema brasileiro: narrar do "centro" sobre a "periferia", ou da "cidade" sobre o "sertão", padrão demonstrado nos escritos de autores como BENTES (2007) e BERNARDET (1985), por exemplo. 2. METODOLOGIA Como exposto de forma sumária, adotamos uma perspectiva própria dos estudos culturais. Sua pertinência começa pela tradição ao lidar com o tipo de objeto elegido, um filme, embora nem todos os trabalhos que se detenham sobre tais sejam estudos culturais. Nesta perspectiva a análise da obra articula-se à evocação do contexto e à mobilização de teorias, sem uma separação abrupta entre texto e contexto. Justamente as relações mutuamente constitutivas entre texto e contexto, na análise, evocam teorias. Visa-se identificar como as disputas simbólicas em jogo fora dos filmes os constituem, ou seja, como os objetos de cultura estão atravessados por processos de disputa por poder, tomando parte nos mesmos. Dada a natureza qualitativa da metodologia, não seria possível exaurir as possibilidades de interpretação acerca do longa-metragem: cabe priorizar elucidar o problema da construção de um olhar sobre a Ceilândia a partir de suas relações com a capital. (...)
DRd - Desenvolvimento Regional em debate, 2016
O objetivo deste paper foi verificar e analisar, através dos trabalhadores pendulares, os determinantes do movimento pendular na Aglomeração Urbana do Nordeste (AUNe) do RS que se deslocavam através de transportes coletivos. Esses determinantes são indicativos relevantes de dimensionamento do mercado de trabalho, assim como de desenvolvimento regional, e a importância em estudá-los, se faz devido à difusão das tendências urbanas ocorridas nos grandes centros, pelo potencial que esse movimento tem em se alastrar pelo território nacional e, fundamentalmente, em razão do crescimento das cidades de porte médio e das aglomerações urbanas no interior do país. Metodologicamente, foi utilizada uma survey através da aplicação de questionários a uma amostra de 430 trabalhadores pendulares. A pesquisa apontou que é forte a tendência dos efeitos da polarização sobre o mercado de trabalho, e que esses efeitos são proporcionados pela cidade de porte médio de Caxias do Sul a qual apresentou um mai...
Centralidade em São Paulo: trajetórias, conflitos e negociações na metrópole
Revista de Sociologia e Política, 2000
No filme "Sábado", o diretor Hugo Giorgette usou a crítica irônica e bem humorada para representar o encontro insólito de duas 'tribos' estrangeiras uma à outra, pois habitantes de uma metrópole fragmentada. Menos do que um encontro, o filme tematizou um confronto de olhares, gestos, interesses e comportamentos. Para ser mais preciso: o diretor tratou de um esbarrão casual de dois grupos que se falam quase sem se comunicar. Não por acaso, o lugar desta história é o centro velho de São Paulo, território
Os constrangimentos da mobilidade na metrópole de São Paulo
Revista Transporte y Territorio
A mobilidade cotidiana das pessoas na metrópole de São Paulo vincula-se cada vez mais pela perda de tempo no trânsito, aos imensos congestionamentos e aos transportes coletivos ineficientes e superlotados. Este artigo visa compreender os resultados mais atuais da mobilidade no cotidiano na metrópole de São Paulo, no que se refere aos deslocamentos e percepções dos usuários dos transportes motorizados (coletivos e individuais). Para tanto, este artigo baseia-se em uma metodologia multiestratégica, que visa integrar os enfoques quantitativos e qualitativos. No enfoque quantitativo, buscou-se enfocar a Pesquisa Origem-Destino do Metrô de São Paulo nos anos de 1997 a 2012 e os relatórios de Volumes e Velocidades da Cia. de Engenharia e Trafego (CET) de São Paulo dos anos de 1994 a 2012. Já para a pesquisa qualitativa, o trabalho valeu-se de uma metodologia que enfocou dois grupos em especial: de um lado, entrevistou 25 usuários dos transportes coletivos (ônibus, trem e metrô) e 25 usuários dos transportes individuais (motoristas de automóveis e motociclistas). Constata-se o aumento do tempo perdido nos deslocamentos cotidianos, relacionado com o aumento da lentidão e diminuição da velocidade média, que ajuda a revelar a mobilidade como constrangimentos na metrópole de São Paulo.
Vazios Urbanos e a Metrópole de Lisboa
A cidade de Lisboa tem uma centralidade dispersa. A cidade tem problemas de gestão da sua ou das suas centralidades, tanto a nível turístico como funcional. As opções para promover a reabilitação e criar novo não têm sido equiparadas. Pode comparar-se o fenómeno de sucesso da Expo 98 com o fenómeno de cidade difusa da Alta de Lisboa, e em relação à reabilitação e regeneração urbana muito pouco se tem feito. As políticas desajustadas e a falta de processos de governança local tem provocado o surgimento de vazios urbanos tanto no interior da cidade histórica e tradicional, como na cidade moderna.
Tensões da modernidade na cidade latino-americana
Revista Eletrônica da ANPHLAC
Este artigo analisa a passagem do entusiasmo ao desencanto face à modernização urbana de Buenos Aires a partir de 1880 no pensamento de Miguel Cané. Por meio da análise de obras ficcionais e não ficcionais do intelectual portenho da Generación de Ochenta, o objetivo é compreender o papel da cidade na idealização da modernidade latino-americana por elites letradas que criticaram os rumos do progresso e desenvolveram um discurso nostálgico, de cunho conservador e aristocrático, como resposta às transformações sociais e urbanas as quais se viram incapazes de domesticar.