Racismo É Maus-Tratos: O Eca e a Proteção Às Crianças Negras (original) (raw)
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Racismo é maus-tratos: o ECA e a proteção à criança negra
Anais do XII Congresso Brasileiro de Pesquisadoras/es Negras/os, 2022
Pensar o racismo no Brasil é um grande desafio considerando o processo histórico de colonização e escravização que mancham a nossa formação sócio-histórica e que a elite burguesa, ou aburguesada, do nossso país insiste em não reconhecer sua existência e as consequências nefastas sobre a vida de trabalhadoras/es negras/os brasileiras/os. Especialmente quando ainda pouco se discute, em termos acadêmicos, políticos e sociais, a incidência do racismo e seus rebatimentos na infância negra brasileira.
A Dor Do Inocente: Implicações Do Racismo Para a Criança Negra
2021
Em tempos de discussoes sobre a obrigatoriedade ou nao do psicologo nas escolas, nossas experiencias no campo da Educacao e da Psicologia nos levaram a produzir esta reflexao sobre o racismo e seus efeitos, sobretudo, as consequencias sobre o processo de formacao identitaria, aproveitamento/rendimento escolar e processos de adoecimento. Somos uma nacao que se construiu tendo a escravidao como base do sistema economico e ordenamento social. As consequencias deste sistema ainda se fazem sentir, como chagas abertas em um corpo doente. O racismo, a exclusao, a discriminacao e o preconceito sao males que precisamos combater diariamente. A Psicologia Clinica tem funcao essencial no processo de restituir a saude mental das vitimas do racismo. A Psicologia Social devera atuar como orientadora das praticas pedagogicas sadias e acolhedoras, que tornem o ambiente escolar prazeroso para todas as criancas. Ha muito que fazer para erradicar o racismo da nossa sociedade. Para este artigo, revisam...
O Estigma Da Raça: Crianças Negras, Educação Básica e Racismo
Resumo: Este artigo apresenta um fragmento do trabalho de pesquisa que abrange a Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais, no biênio 2011/2012, na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Trata-se de um estudo etnográfico que investiga o significado da cultura negra no contexto escolar da Escola Montezuma, localizada em Cachoeira, Estado da Bahia, ou, como os estudantes representam a cultura negra nesse contexto e suas relações com o mundo negro e africano. A compreensão das determinações materiais e históricas da desigualdade racial, em nosso País, e as possibilidades de superação das mesmas tomará corpo nessa comunicação ao se entrelaçarem com as temáticas raça e educação. Discutem-se estudos sobre relações raciais, identidade negra e representação de raça a partir de narrativas etnográficas elaboradas na interlocução com os grupos pesquisados. Esses extratos etnográficos referem aspectos do trabalho de campo em tal contexto, a partir da escolha metodológica de seguir...
O Olhar Do Outro No Meu Olhar: Racismo e Formação Da Identidade De Crianças Negras
Bahia Análise & Dados
Este estudo tem por objetivo refletir sobre a influência do racismo na formação da identidade da criança negra, aqui, especificamente, da criança preta. Essa temática toma corpo diante das muitas matérias jornalísticas denunciando ações de violência cotidiana dirigidas às pessoas negras. Esse é um trabalho com foco em dados bibliográficos, em que se envereda pela literatura que atravessa os temas em foco, tais como; construção da identidade; construção histórico-social do racismo, em destaque o racismo estrutural, a formação da identidade infantil e a identidade da criança negra. Nesse contexto, foi destacado que o processo histórico e cultural definiu uma identidade negra aversiva aos indivíduos, os sujeitos compuseram seu arsenal comportamental com contingências que legitimam a raça dominante, branca, eurocêntrica e masculina. Tomando por base uma identidade que passam por processos que buscam aproximação da identidade grupal e individual que enalteçam as características fenotípic...
Pedagogia Da Crueldade: Racismo e Extermínio Da Juventude Negra
Educação em Revista
RESUMO: A juventude negra é o foco central do artigo. Para compreendê-la buscou-se analisar a relação entre juventude, desigualdade, raça e racismo na conformação da situação de extermínio da juventude negra. O texto apresenta e discute dados estatísticos sobre homicídios da juventude negra e os interpreta à luz das discussões sobre a branquitude e o racismo. Compreendendo a violência como um fenômeno multicausal discute ainda o racismo como a macrocausa dessa situação, fruto da ideia de raça que se construiu desde os tempos coloniais no Brasil. Raça e racismo se tornaram ideias e práticas ainda mais complexas após a abolição da escravatura possibilitando a política de branqueamento. Elas fazem parte da estrutura de desigualdade vivida pela população negra brasileira. A análise também aponta o protagonismo da juventude negra na denúncia da situação de violência por ela vivida, indo além da ideia de extermínio e politizando-a como genocídio.
O ECA e a proteção às crianças negras Anais I Seminário SRDCA Publicação em anais 2023 final
Anais do I Seminário Regional dos Direitos da Criança e do Adolescente_UNIOESTE, 2023
A violação dos direitos de crianças e adolescentes no Brasil é uma constante. Expressa nos diversos indicadores das desigualdades sociais. Quando nos referimos às violações desses direitos das crianças negras, o quadro se agrava ainda mais e em várias esferas da produção e da reprodução da sua vida e das suas sociabilidades. Objetivamos apresentar uma reflexão crítica sobre os maus-tratos contra crianças e adolescentes negras/os como expressão do racismo, especialmente a violação do direito à convivência familiar e comunitária, considerando a expressiva disparidade entre crianças e adolescentes negras/os e não negras/os em unidades de acolhimento institucional como expressão do racismo no Brasil. Analisamos essas circunstâncias por meio de uma revisão bibliográfica crítica e criteriosa. Infere-se uma correspondência direta entre maus-tratos (privação da convivência familiar e comunitária) e racismo contra crianças negras brasileiras.
Infâncias, Educação Infantil e Relações Étnico-raciais: Possibilidades de desafios nos 20 anos da Lei 10.639/2003, 2024
©2024 E-BOOK TODOS OS DIREITOS RESERVADOS Os capítulos, materiais publicados, a revisão textual e normativas (ABNT), são de inteira responsabilidade de seus autores. Direito autoral do texto © 2024 Os autores Direito autoral da edição © 2024 Editora IFSertãoPE Publicação de acesso aberto por Editora IFSertãoPE. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e autoria. SUMÁRIO Em defesa da educação infantil contra-adultocêntica e contracolonialista: apresentando um instrumento pedagógico e de luta. Otavio Henrique Ferreira da Silva 7 Criança(s) e infância (s) e educação das relações étnico-raciais: duas décadas da Lei 10.639/03 Itinerários teóricos e metodológicos de uma pesquisa sobre as questões étnicas e "raciais" no contexto da Educação Infantil Christian Muleka Mwewa; Alex Sander da Silva Das experiências de racismo à educação antirracista... O que nos dizem 12 educadoras infantis do município de Teixeiras-MG?
GRITOS SEM PALAVRAS: RESISTÊNCIAS DAS CRIANÇAS PEQUENININHAS NEGRAS FRENTE AO RACISMO
The present article aims to understand, from the theoretical assumptions of Childhood Sociology, and studies of Social Sciences connected to racial relations in Brazil, the violence of the process of racialization over the construction of peer cultures. It is a research with an ethnographic approach carried out with three-year-old tiny young children in an Early Childhood Center at the metropolitan region of Campinas. The results point out that for the investigated institution, there is a reproduction of prejudices related to the racial category and to the legitimacy of social hierarchies that legitimize the inequalities. The results also indicate how the tiny young black children perceive the racism present on the pedagogies adopted by the teachers, and make it explicit, by means of different languages, the non-acceptance of the frameworks that pin them down in subordinate positions in the society
Existências De Crianças e Infâncias Negras: Movimentos De Um Educar e Pesquisar Antirracista
Revista da Associação Brasileira de Pesquisador s Negr s - ABPN
Os Ibejis enganam a morte 4 Os Ibejis, os Orixás gêmeos, viviam para se divertir. Eles eram filhos de Oxum e Xangô. Viviam tocando uns pequenos tambores mágicos, que ganharam de presente de sua mãe adotiva, Iemanjá. Nessa mesma época, a IKu, a morte colocou armadilhas em todos os caminhos e começou a comer todos os humanos que caíam na suas arapucas. Homens, mulheres, velhos ou crianças, ninguém escapava da voracidade de IKu, a Morte. O terror se alastrou entre os humanos. Sacerdotes, bruxos, adivinhos, curandeiros, todos se juntaram para pôr um fim à obsessão de IKu. Mas todos foram vencidos. Os humanos continuavam morrendo. Os Ibejis, então, armaram um plano para deter IKu. Eles tocariam para Iku dança. Se revezando entre a estrada e o mato, sem ela saber.