Lives Musicais em Performance (original) (raw)

Performances com musicares enquanto performances de existência

Orfeu

Este texto se estrutura como uma interface entre as áreas de Performance e de Educação Musical. O seu objetivo é apresentar a ideia de Performances com Musicares enquanto Performances de Existência. A ideia de musicar faz referência à concepção de Christopher Small (1999). O texto faz parte de uma pesquisa de Doutorado em andamento que se realiza por meio da etnografia, a autoetnografia e a cartografia como métodos de trabalho. A investigação contou com a pesquisa de campo, sendo realizadas entrevistas on-line com doze professores de violoncelo de oito espaços musicais de ensino e aprendizagem de estudantes iniciantes no Brasil. Entre os resultados apontados pela investigação, se incluem a ideia de que as performances se estruturam sobre contextos sobrepostos e dialógicos. Como reflexões, a pesquisa aponta que as performances com práticas musicais podem ser interpretadas como processos pedagógicos de representação de formas de existir que se ampliam à vida cotidiana.

Lives musicais: performances em rede de corpos em isolamento

LOGOS, 2021

As agências dos corpos, dos espaços, das plataformas digitais e da pandemia do Corona vírus na poética das lives de música brasileira realizadas entre 19 de abril e 29 de junho de 2020 são o objeto deste texto. Articula-se o conteúdo observado com um referencial dos estudos pós-estruturalistas europeus, das mediações comunicativas da cultura, e com a Teoria Ator Rede (TAR). Percebeu-se que as plataformas de transmissão modulam a expressão nas lives e têm agências significativas na poética e nas interações entre integrantes do público e entre a recepção e os performers. Também se verificou que os elementos advindos da estética das apresentações ao vivo tradicionais foram reposicionados de maneiras ora fluidas, ora controversas nas lives observadas.

Performance musical em foco

Revista Brasileira de Música, 2021

A Revista Brasileira de Música apresenta número com o dossiê temático “Processos criativos em performance musical colaborativa – dinâmicas e perspectivas”, incluindo ainda as seções: “Artigos”, com contribuições dedicadas a José Siqueira e ao tema da “livre improvisação” na pedagogia musical; “Entrevista” com o musicólogo francês Nicolas Donin; e ”Resenha”, com uma recensão crítica do livro O cravo no Rio de Janeiro do século XX (Rio de Janeiro, 2020).

Eficácia e entretenimento na performance musical

O presente artigo é um recorte do trabalho de pesquisa de mestrado que objetiva compreender os principais elementos característicos da performance musical dos Ternos de Catopês Nossa Senhora do Rosário e Divino Espírito Santo da cidade de Bocaiúva-MG. Neste trabalho o entretenimento na construção da performance dos grupos. Para isso foi feito um cruzamento e interpretação dos dados obtidos pela observação dos seguintes itens: (1) estruturas rítmicas, (2) discursos dos integrantes e (3) análise funcional da audiência na performance dos grupos. Por da performance musical, caracterizando-se como ponto de negociação simbólica de elementos socioculturais. O trânsito entre a performance teatral e ritual é constantemente promovido pelas relações entre a audiência, as formas de execução rítmica e os contextos rituais. Destarte, a são da performance musical e sua relação com tais elementos.

O corpo na performance musical

Resumo: Este texto apresenta o recorte de uma pesquisa de mestrado que visou compreender os principais elementos caracterizadores da performance musical de dois grupos de Catopês da cidade de Bocaiuva-MG, realizada entre os anos de 2009 e 2011. De forma mais específica, pretende-se discutir aqui sobre o corpo enquanto elemento que congrega e materializa as características performáticas dos grupos, revelando seus aspectos técnicos, simbólicos e estéticos. Para isso, foi feita uma análise da expressividade coletiva da dança, articulando as informações com outros elementos obtidos durante a pesquisa etnográfica e com a literatura mais próxima da realidade trabalhada. A partir das reflexões realizadas, pôde-se concluir que as distintas formas de se expressar através da dança revelam como cada grupo constrói as representações de seu corpo na prática performática. Assim, o corpo e sua produção de sentido revelam e nos faz compreender algumas micro-estruturas que constituem a performance musical dos grupos.

Música Mista: Particularidades Performativas

ERAS | European Review of Artistic Studies

No discurso artístico, os fenómenos musicais têm tendencialmente vindo a ganhar uma forma abstrata, quer em termos técnicos, quer em termos da sua terminologia, refletindo a transição do mundo analógico e concreto para o universo digital e abstrato. O presente artigo explora processos de criação e performance no universo da música mista. As manipulações do campo sonoro oferecem ao instrumentista a extensão das possibilidades expressivas e composicionais, bem como uma fluidez entre estes dois domínios. Através da análise da interatividade, do uso de eletrónica em tempo real e em tempo diferido, bem como de questões relacionadas com a perceção e notação, conclui-se que tais processos configuram uma assemblage em que a tecnologia musical tem um papel mediador.

Ações, interações e transformações da Performance musical no confinamento

Revista Música, 2020

A súbita mudança de comportamento e pensamento as quais o mundo foi obrigado a ser submeter desde março de 2020 em função da pandemia causada pelo surgimento do Coronavírus desencadeou novas formas de agir e interagir no universo da performance musical. No Brasil essa mudança significou também uma ressignificação do cotidiano do fazer musical abrindo a área para novas perspectivas. As ações em performance musical passaram a se dar exclusivamente a distância, obrigando músicos a se atualizarem com a tecnologia. As formas de interação se ampliaram passando a incluir criações coletivas no formato de ‘mosaicos musicais’ que uniram pessoas de várias partes do mundo. As transformações de hábitos na sociedade transformaram crenças pessoais bem como o cotidiano do estudo e prática do músico, o que não só abriu novas perspectivas para a performance musical mas também novos questionamentos.

(Re)mediações da pandemia nas lives musicais

Semiosis, 2021

O presente artigo propõe analisar o fenômeno midiático popular das lives musicais durante o período de isolamento social no início da pandemia de COVID-19. Observando diferentes gêneros musicais, limitações e potencialidades de diversas plataformas e dispositivos comunicacionais (sejam eles dispositivos móveis, aparatos de gravação, ou, ainda, redes sociais como o Instagram, repositórios audiovisuais como o YouTube e softwares de reuniões como o Zoom), analisamos as lives como desdobramentos tecnomidiáticos dos shows presenciais. Apontamos para possibilidades de entendimento do impacto social e cultural das lives musicais, assim como da música ao vivo em sentido amplo, levando em consideração as materialidades desses processos comunicacionais.

PADRÕES FÍSICOS INADEQUADOS NA PERFORMANCE MUSICAL

RESUMO Muitos estudos especializados têm constatado a existência de um alto índice de problemas físicos apresentados por violinistas. No entanto, poucos são os estudos que apontam em direção à reflexão e discussão destes problemas, principalmente por parte dos profissionais da saúde. Além disso, a maioria dos estudos encontrados trata de problemas físicos de profissionais de orquestra, tendo sido pouco discutidos aqueles apresentados por alunos de violino. Assim, com o intuito de contribuir para a discussão destes problemas, o presente estudo teve como objetivo a observação e avaliação dos problemas corporais que permeiam a prática de seis estudantes de violino do curso de Graduação da Escola de Música da UFMG. Foi conduzida uma pesquisa bibliográfica envolvendo estudos relacionados à Anatomia, Biomecânica e Cinesiologia. Dados foram colhidos através de observação, filmes e fotos dos seis alunos de violino em quatro situações diferentes de performance no contexto da graduação, além de avaliações fisioterápicas realizadas no consultório de Fisioterapia da pesquisadora. Estes dados foram apresentados a um painel composto por quatro observadores da área da saúde e da música. A analise destes dados revelou que os seis alunos de violino apresentaram padrões físicos inadequados que poderiam prejudicar sua saúde e, conseqüentemente, sua performance. Houve uma discussão em torno destes padrões, que foram explicados a partir das visões da Fisioterapia. Esperamos que esta pesquisa possa chamar a atenção dos violinistas e professores de violino para a importância de uma consciência corporal durante a performance do instrumento, que vise mais simetria e relaxamento das regiões corporais envolvidas no ato de tocar o violino.