O Financiamento Especulativo Dos Grandes Grupos Econômicos Na Origem Da Crise Do Regime De Acumulação De Dominância Financeira (original) (raw)

A Supremacia da Finança e a Crise

Resumo O artigo reflete sobre a supremacia da finança ainda hoje, apesar de sua responsabilidade na crise atual. Ele usa principalmente ideias de Marx, Keynes e Minsky para analisar as relações entre o capital financeiro, o capital fictício e a fragilidade financeira conduzindo à crise, e para discutir soluções keynesianas para ela, propondo uma interpretação para a manutenção da predominância política e econômica da finança sobre a produção. Palavras-Chave: capital financeiro, capital fictício, fragilidade financeira, crise. Abstract The paper discusses the untouched finance's supremacy, despite its responsibility in the current crisis. It uses mainly ideas of Marx, Keynes and Minsky to analyze the relations between financial capital, fictitious capital and financial fragility which lead to the crisis and to discuss Keynesian solutions for it, proposing an interpretation of the reasons for the maintenance of the political and economic predominance of finance over production.

CRISE ALIMENTAR E FINANCEIRA: A LÓGICA ESPECULATIVA ATUAL DO CAPITAL FICTÍCIO

A atual fase de crise do capitalismo se manifesta, ao menos, pela coexistência de três grandes crises: a crise financeira, energética e alimentar. Ainda que cada uma delas possua lógicas e determinantes relativamente autônomos, o que deve ser ressaltado é a interdependência entre essas três grandes formas de manifestação da crise. Essa interdependência, para além do fato óbvio de que as três se apresentam em um mesmo momento da conjuntura capitalista mundial e, portanto, dizem respeito a um mesmo momento histórico do capitalismo contemporâneo, deve ser ressaltada porque as três formas de manifestação da crise atual do capitalismo dizem respeito à subordinação do capital -em todas as suas formas -a uma mesma lógica específica, a lógica do capital fictício. Esta é a hipótese central do trabalho que segue, ainda que ele se centre especificamente na crise alimentar, tanto em suas especificidades, quanto na sua relação com a crise mais geral.

Formas Estatais e Regimes De Acumulação De Capital

A Economia numa Perspectiva Interdisciplinar, 2019

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Uma Análise Dos Conglomerados Financeiros No Recente Ciclo Econômico Brasileiro

Revista Estudos e Pesquisas em Administração

O presente trabalho buscou analisar, sob a perspectiva da Hipótese de Fragilidade Financeira de Hyman Minsky, como os cinco maiores conglomerados financeiros que atuam no Brasil se comportaram na gestão de suas estruturas patrimoniais entre 2007 a 2016. Para tanto, foram utilizados dados da plataforma digital IF.data disponibilizada pelo Banco Central do Brasil que concedem a possibilidade de analisar a evolução da estrutura patrimonial dos conglomerados financeiros que atuam na economia brasileira. Como método de análise foram calculados índices que mensuram o grau de alavancagem e a composição dos ativos das instituições financeiras. Verificou-se que em períodos de expansão da atividade econômica, como o período observado na economia brasileira entre 2007 a 2013, os cinco maiores conglomerados financeiros se expuseram a maiores riscos (devido a melhoria nas expectativas dos empresários e a necessidade de ampliar o Market share) ampliando consequentemente em sua estrutura patrimoni...

Grupos financeiros e organização da burguesia financeira no Brasil

1996

This text analyzes the relationship between financial groups and the leadership of the main representative organizations of this class which expressed the political-corporativist interests of financial leaders in the country from 1989 to 1995. This relationship was studied through an analysis of the composition of the directories of nine financial sector representative organizations and the cherting of their links with the officers of financial groups. An expansion of the role of these groups and of their significant presence in the leadership of the organizations analyzed was found.

A crise do regime de acumulação com dominância da valorização financeira e a situação do Brasil

Estudos Avançados, 2009

Parece não haver dúvida de que, nos últimos 30 anos, alterou-se profundamente a forma de funcionamento do capitalismo. No campo crítico, as teses sobre o caráter financeirizado do processo de acumulação ganham destaque. Dentre elas, a do economista francês François Chesnais. Sua principal proposição é que, a partir do final dos anos 1970, o capitalismo estaria se reproduzindo por meio de um regime de acumulação em que domina a valorização financeira. No presente artigo, procuramos mostrar que a crise que ora vivenciamos é uma crise desse regime de acumulação, bem como refletir sobre a situação e as perspectivas do Brasil nesse contexto. Para tanto, faremos uma breve recuperação teórica dos conceitos envolvidos nessa tese (primeira seção), para em seguida apresentar as principais características do regime financeirizado (segunda seção), repassar o histórico de funcionamento desse regime nas últimas três décadas (terceira seção) e refletir sobre a situação e perspectivas do Brasil nes...

Mutações da Guerra: Gênese do Regime de Conflitualidade do Capital Financeiro-Securitário

2024

O objetivo desta pesquisa foi elaborar uma reflexão crítica a respeito das transformações histórico-políticas da guerra, visando, sobretudo, as dinâmicas globais de conflitualidade na situação atual. Avaliamos os alcances e limites das concepções do “Pensamento 68” a esse respeito, buscando balizar e confrontar hipóteses de Deleuze, Guattari e Foucault com perspectivas filosóficas contíguas e outras contribuições relevantes. Buscamos desenvolver algumas ideias e conceitos, a partir deste trabalho teórico com as filosofias contemporâneas, que servissem de base para abordar os dados sociais e históricos do regime de conflitualidade de nossa época, caracterizado pela convergência última entre finança e segurança. Assim, propomos que as guerras contemporâneas podem ser mais bem analisadas sob as linhas de mutação históricas das máquinas de guerra, subdivididas em nômades e territoriais e, à era do capital, também em máquinas revolucionárias e máquinas milicianas; da instituição militar, com sua articulação ao regime de violência do Estado e seu caráter disciplinar intrínseco; do armamento, compreendendo a emergência da produção industrial de armas e o desenvolvimento de arsenais nucleares; e dos axiomas estratégicos do capital vigentes atualmente – a dissuasão, a defesa e a segurança, com uma configuração global que se organiza sob a predominância do axioma securitário. O conjunto dessas linhas converge, então, para este último ponto, a partir do qual é possível compreender de que maneira desdobramentos históricos concretos como o 11 de Setembro, as “guerras ao terror” no Iraque e no Afeganistão, a ocupação da Palestina ou as operações militares nas comunidades periféricas brasileiras podem ser postos num mesmo continuum de circulação da violência no mercado mundial.

Acumulação fictícia, especulação e instabilidade financeira (Parte II: uma reflexão sobre a financeirização a partir da literatura contemporânea

Economia e Sociedade

Resumo O objetivo deste texto é o de analisar interpretações contemporâneas sobre a financeirização visando construir uma abordagem particular sobre o tema, dando continuidade ao texto anterior Carneiro (2019), no qual se discutiu o assunto a partir da concepção de autores clássicos. A reflexão sobre a literatura contemporânea adotará como paradigma os princípios teóricos propostos por Marx, Keynes e Minsky aos quais se associam os conceitos de acumulação fictícia, especulação e instabilidade financeira. Com esta perspectiva, pretende-se não só estabelecer uma continuidade entre o ensaio anterior e o atual, mas também, examinar a literatura à luz de um ponto de vista teórico definido, objetivando construir alguns princípios analíticos para compreender a financeirização contemporânea. A abordagem considerará os elementos mais gerais característicos desta etapa, como a acumulação fictícia ou especulativa, como eles se manifestam no plano dos agentes econômicos - intermediários finance...