DAVID WIDHOPFF: A TRAJETÓRIA DE UM RUSSO AFRANCESADO NA AMAZÔNIA (original) (raw)
2022, Anais do IV Encontro de Pós-Graduandos da Sociedade de Estudos do Oitocentos (SEO)
Esta pesquisa, atualmente desenvolvida no Programa de Pós-graduação em História da Arte da UNIFESP, sob orientação da Profa. Dra. Elaine Dias, é voltada para a análise das obras de David Widhopff (1867-1933), artista que nasceu em 1867, na cidade de Odessa, e que esteve presente no Brasil, especificamente no Estado do Pará, no final do século XIX. Ainda em Odessa, Widhopff iniciou seus estudos na Academia de Bellas-Artes, quando tinha apenas 16 anos. Na França, expôs nos Salões de Paris nos anos de 1888, 1891 e 1893 recebendo boa recepção por parte de importantes jornais franceses, entre os quais "Les Temps", "L'Eclair", e "Le Radical". Isto lhe rendeu o reconhecimento como um artista "russo afrancesado". A presença de David Widhopff no campo das artes da Amazônia se deu por meio do incentivo governamental por parte do Estado do Pará, quando o Governador Lauro Sodré o contratou para reger as cadeiras de pintura e desenho em dois dos principais colégios da elite de Belém: Liceu Paraense (ou Lyceu Benjamin Constant) e Escola Normal. Com sua chegada em 1893, Widhopff fez amizades com outros artistas estrangeiros que lá estavam, como Maurice Blaise, Giuseppe Leone Righini, Domenico de Angelis, Joseph Casse, João Carlos Wiegandt, dentre outros. Protagonizou exposições e conflitos com o Liceu Paraense, atuou como diretor artístico de jornais como O Mosquito, Tico-Tico e ZigZag , fez ilustrações para poemas e contos de Paulino de Brito, para a segunda edição do livro "Horto" de Auta de Souza, dentre outros. Além disso, produziu inúmeras gravuras de outros artistas, políticos e diretores de jornais, que hoje se encontram em diversos museus, acervos pessoais e leilões.