“A Economia Antiga é um Campo de Batalha”: história social de uma controvérsia erudita (original) (raw)

História social de uma controvérsia erudita

Política & Sociedade, 2018

Este trabalho propõe revisitar um debate que os praticantes da classical scholarship consideram especialmente significativo em sua área de atuação: as discussões travadas na segunda metade do século XX sobre a natureza da economia greco-romana antiga e sobre as formas adequadas de abordá-la. Estruturado em torno de pares de opostos teóricos (“primitivistas” versus “modernistas”, oposição principal que se desdobra em uma série de antagonismos homólogos), o debate é sucessivamente invocado pelos debatedores como armadilha conceitual, como obstáculo ao avanço das pesquisas de história econômica antiga. Em diálogo com a literatura sobre controvérsias científicas e filosóficas, analisam-se aqui os expedientes que imprimem ao debate uma sócio-lógica própria e instauram as condições de sua reprodução. Argumentarei que a fixação de uma dicotomia fundadora opera como elemento catalisador da “controvérsia do oikos” e condena toda e qualquer tentativa expressa de superação da dicotomia a uma assimilação ritual a uma das partes “originárias” da disputa. Os dados para análise serão construídos pelo exame de textos publicados de historiografia econômica referente à Antiguidade Clássica e de cartas trocadas entre os debatedores.

A Economia Antiga: Perspectiva de um Debate Historiográfico

2018

A proposta deste artigo e apresentar algumas perspectivas historiograficas sobre a economia antiga. A historia da historiografia sobre a economia antiga nos remete a controversia entre primitivistas e modernistas que se consolidou entre o final do seculo XIX e inicio do seculo XX na Alemanha. Contudo, no final do seculo XX debate muda de direcao de forma a compreender os processos de integracao economico no mar Mediterrâneo em vista do processo de globalizacao e o neo-institucionalismo economico que pretende compreender as transformacoes na economia antiga dentro dos padroes institucionais do mundo antigo.

Uma Breve História Sobre a Abordagem Dedesequilíbrio Na Economia

2011

Resumo -Este artigo apresenta um breve histórico sobre a Abordagem de Desequilíbrio na economia. Este episódio virtualmente esquecido na história da disciplina foi fruto da crise metodológica ocorrida em decorrência do fim do consenso em torno do método da Síntese Neoclássica. Essa abordagem almejava a estruturação de uma análise econômica baseada em primitivas distintas daquelas que se tornariam dominantes a partir do surgimento da escola Novo-Clássica. Trata-se de um episódio singular, de forma que discordamos daqueles que o consideram como o auge do esforço da Síntese Neoclássica, ou como os primeiros passos rumo ao Novo-Keynesianismo. Para tal apresentamos a teoria do ‗desequilíbrio' geralbaseada nesse novo conjunto de primitivase os principais modelos sobre o desemprego involuntárioquestão central na lógica de investigação Desequilibrista. Discutem-se também as causas para o definhamento dessa abordagem.

Uma Breve Hist�ria Sobre a Abordagem Dedesequil�brio Na Economia

2011

Resumo-Este artigo apresenta um breve histórico sobre a Abordagem de Desequilíbrio na economia. Este episódio virtualmente esquecido na história da disciplina foi fruto da crise metodológica ocorrida em decorrência do fim do consenso em torno do método da Síntese Neoclássica. Essa abordagem almejava a estruturação de uma análise econômica baseada em primitivas distintas daquelas que se tornariam dominantes a partir do surgimento da escola Novo-Clássica. Trata-se de um episódio singular, de forma que discordamos daqueles que o consideram como o auge do esforço da Síntese Neoclássica, ou como os primeiros passos rumo ao Novo-Keynesianismo. Para tal apresentamos a teoria do ‗desequilíbrio' geralbaseada nesse novo conjunto de primitivase os principais modelos sobre o desemprego involuntárioquestão central na lógica de investigação Desequilibrista. Discutem-se também as causas para o definhamento dessa abordagem.

A economia clássica contra os fatos ou Sismondi entre os ricardianos

Economia E Sociedade, 2007

O artigo trata do debate ocorrido entre Sismondi e os economistas ricardianos, na primeira metade do século dezenove, a respeito do equilíbrio dos mercados, do papel da competição e dos efeitos da maquinaria nas sociedades industriais. A seção inicial reconstitui os principais termos do discurso crítico de Sismondi direcionado à ortodoxia clássica. A seguir, detalham-se as respostas elaboradas por McCulloch e Torrens em defesa da livre concorrência, do caráter ilimitado da demanda e do avanço da mecanização na atividade produtiva. A terceira seção considera a argumentação posterior de Sismondi na qual ele reitera sua teoria das crises de superprodução a partir de uma abordagem histórica do capitalismo. Ao final, procede-se a uma breve avaliação da herança ricardiana à economia política em vista da controvérsia examinada.

Max Weber e o debate sobre a natureza da economia antiga

2012

Resumo: Surgiu, no final do século XIX e entrando no século XX, um debate nos meios acadêmicos alemães sobre a natureza da economia antiga, o debate entre "primitivistas", representados por Karl Bücher, e "modernistas", representados por Eduard Meyer. Também Max Weber tomou parte nestas discussões marcando a historiografia sobre o tema. Considerar-se-á aqui o debate como um todo, e, em específico as posições de Weber. PalavRas-chave: Historiografia; economia antiga; história econômica; Max Weber; abstRact: In the end of the nineteenth century and well into the twentieh century there happened a debate in German academic cricles about the nature of ancient economy, the debate between "primitivists", represented by Karl Bücher, and "modernists", represented by Eduard Meyer. Max Weber also took part in these discussions marking the historiography on the subject. The debate as a whole will be considered here, and in particular the positions of Weber. a leitura do artigo do Professor Fábio duarte Joly 1 (JoLY, 1999) despertou um interesse acerca de alguns dos temas lá tratados, temas sobre os quais o estudo resultou neste trabalho. o artigo de Joly trata da tese de Habilitation de max weber, Die römische Agrargeschichte in ihrer Bedeutung für das Staats-und Privatrecht, de 1891. mas o artigo toca em outros pontos, os quais ele não aprofunda, o que é compreensível por não serem o objetivo principal do artigo, são: o debate sobre a natureza da economia antiga durante o final do século xix e o início do século xx; a posição de weber dentro deste referido debate; e a herança do trabalho de weber nesta área, em especial na obra de um dos maiores herdeiros do pensamento weberiano, o historiador moses Finley. sobre a história econômica, sabe-se que ela é uma descoberta do século xix, mas não exatamente como um domínio do historiador, senão como uma área do economista. os economistas alemães os

A Economia Do Desenvolvimento Em Perspectiva Histórica: Novos Rumos Da Disciplina

In the post-War period rises in Economics something known as Economic Development. However, if it is true that the Development Economics had achieved an incredible success, it is also true that it had a real short lifetime. As result of that process, the developmen t thematic became vague, especially due to the incorporation of new themes within it. To the subst antive "development" new adjectives were attached, giving to the term a pretense multiplicity. This fr agmentation of the discipline originated a series o f subthematics that made the development studies more complex and difficult to be understood in its glob al dimension. Looking more carefully at these question s, this paper seeks - by rescuing the old Developme nt

Antagonismo de classes no canto II da Ilíada: Tersites e a economia da guerra

Revista Investigações - Linguística e Teoria Literária, 2018

Este artigo apresenta uma reflexão crítica acerca do canto II da Ilíada, especificamente os versos 198 a 226, centrados na personagem Tersites. Esse trecho é alvo de polêmica teórica acerca de tratar-se o conflito entre o referido soldado e os chefes da armada como um embate entre classes sociais distintas. A partir de uma perspectiva materialista histórica, propomo-nos a defender uma abordagem do embate pelo viés de classe e de luta de classes sociais como cerne de sua dinâmica.

A querela dos antigos e modernos: panorama historiográfico

O artigo propõe um breve panorama historiográfico da dita " querela dos antigos e modernos " desencadeada por letrados franceses e ingleses entre o fim do século XVII e meados do XVIII. Sugerimos que o conceito de " querela " deve ser cuidadosamente caracterizado, uma vez que a fortuna crítica conferiu-lhe significados que nem sempre correspondem à sua primeira legibilidade normativa, embora estes mesmos significados sejam, em alguma medida, responsáveis pela rendimento do conceito ao longo do tempo. Também nos interessa marcar o tom teleológico de algumas narrativas da " querela " , que enxergaram na disputa entre antigos e modernos o nascimento da " Modernidade ". Nesse sentido, defende-se, em conclusão, que o melhor tratamento do tema passe pelo exame das mediaçõe s históricas que monumentalizaram esses discursos.

Controvérsias do Pensamento Econômico Brasileiro - história, desenvolvimento e revolução

Editora Mórula, 2022

Livro organizado no âmbito do LEMA - Laboratório de Estudos Marxistas da UFRJ. Busca apresentar temas da história do pensamento econômico brasileiro a partir de um método marxista. Trata as controvérsias do pensamento econômico desde uma perspectiva interdisciplinar enquanto interpretações do Brasil, avaliando as interpretações do passado histórico, as análises da conjuntura presente e as propostas políticas de transformação do futuro.