A ética do discurso em Habermas (original) (raw)

Além de Habermas - onde fica a ética do discurso?

Congresso FEPODI, 2013

A razão comunicativa habermasiana concede validade às normas morais que forem assentidas por todos os indivíduos envolvidos como participantes de um discurso prático. O consenso habermasiano, além de pouco factível frente à complexidade social, enfrenta problemas teóricos importantes. Para além de Habermas, este artigo propõe modelo abrangente da complexidade sistêmica do sujeito e a partir dele, das relações intersubjetivas, concebendo-as como intersecções entre atmosferas semânticas. Assim, em oposição ao enfoque do consenso, lida com a perspectiva do conflito entre sujeitos (atmosferas semânticas), inserindo a ética no discurso nos processos estratégicos de suas tomadas de decisões para obtenção de resultados ótimos nos conflitos.

A ética comunicativo-discursiva de Jürgen Habermas

O objetivo da análise é elaborar uma reconstrução histórico-filosófica da ética do discurso a partir do pensamento ético do filósofo alemão Jürgen Habermas, mencionando quando necessário o seu fundador, Karl-Otto Apel. Elaborar uma ética do discurso é precisamente o objetivo, que por dois caminhos distintos, mas paralelos, perseguem, já há quase 40 anos, Apel e Habermas. Esses são representantes da chamada pragmática linguística. Sua fundamentação pretende construir e formular uma justificação racional argumentativa, através de procedimentos que requerem o desenvolvimento de proposições vivenciadas e consensuais. A ética do discurso é a tentativa de estruturar uma teoria da racionalidade amparada naquilo que Apel e Habermas chamam de "razão comunicativa", a qual não é apenas uma denúncia contra a "razão instrumental", mas uma proposta de uma ética do "viver bem", da "felicidade" e da "solidariedade" entre indivíduos capazes de linguagem e ação.

A etica da acao comunicativa em Jurgen Habermas

Resumo: Este artigo apresenta algumas idéias do filósofo alemão Jürgen Habermas com relação ao " cientismo " , legitimado pelos mecanismos de controle tecnocráticos, e a questão da ação comunicativa. Como alternativa ao cientismo, ele se propõe a considerar a problemática da ciência e da técnica nas sociedades avançadas a partir de uma perspectiva prático-emancipativa. Isto é, busca-se " superar " tanto os limites das tendências neopositivistas quanto os do marxismo ocidental e da própria teoria crítica. Dessa forma, reafirma-se a coesão entre interesse e conhecimento e propõe-se a substituição da teoria dialética marxiana por uma outra também dialética, aquela que interpreta criticamente a história humana como dialética entre duas " racionalizações " : a do agir instrumental e a do agir comunicativo. Abstrat: This article presents some ideas of the german philosopher Jürgen Habermas with regard to the " cientismo " , legitimated for the tecnocráticos mechanisms of control, and the question of the communicative action. As alternative to the " cientismo " , if it considers to consider the problematic one of science and the technique in the advanced societies from a practical-emancipativa perspective. That is, one searchs " in such a way to surpass " the limits of the neopositivistas trends how much of the marxism the occidental person and the proper critical theory. Of this form, if it reaffirms the cohesion between interest and knowledge and if another one also considers the substitution of the theory marxiana dialectic for one dialectic, that one that interprets history criticamente human being as dialectic between two " rationalizations " : of instrumental acting and of communicative acting.

Ética Do Discurso: Um Diálogo De Habermas Com a Ética Kantiana

REVISTA ESMAT, 2016

A Ética do Discurso surge como uma reformulação do Imperativo Categórico de Kant. Tal como para Kant, também para Habermas as normas morais devem ser passíveis de universalização. No entanto, essa universalização não é mais resultado da reflexão monológica do sujeito, mas resultado do Discurso. As normas morais só terão validez na medida em que houver assentimento dos participantes do Discurso prático.

A moralidade vinculada à ação comunicativa e ao direito em Habermas

2012

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-graduação em Filosofia, Florianópolis, 2010Neste trabalho investigar-se-á a moralidade proposta por Jürgen Habermas no sentido de determinar a relação desta com a ação comunicativa e com o sistema jurídico defendidos por este autor. Para isso, inicialmente, se verificará por que esse autor considera que sua ação comunicativa é capaz de obter consensos racionais como solução para conflitos, entre eles, conflitos morais. O que implica, entre outras coisas, na demonstração do princípio universal de sua ética e o que defende por princípio do discurso. Este último definido por ele como necessário de ser respeitado não só na solução de conflitos morais, mas também na solução do que essa teoria compreende por conflitos éticos e por conflitos pragmáticos. Tal defesa, conforme se observará aqui, é um dos quesitos que essa teoria respeita para vincular os conteúdos justific...

O debate Habermas versus Apel sobre a ética do discurso: reconsideração das razões da divergência

Ethic@: an International Journal for Moral Philosophy, 2020

In the debate between Habermas and Apel on the foundation of discourse ethics, many things are mixed. The article reconsiders the debate, analyzes the form of the pragmatic-transcendental argument, and distinguishes two major issues in confrontation: questions about argumentative assumptions and questions about moral obligations. We try to show that, having made the appropriate distinctions, in the first question, Apel is more right than Habermas, and that, in the second question, Habermas is more right than Apel. The implications of each position are considered.

A teoria do discurso racional de Habermas

Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea

Ao contrário da maioria dos filósofos contemporâneos que não desenvolveram uma filosofia sistemática, como almejaram os filósofos do passado, Habermas aplica a sua teoria do discurso para todo o espectro de problemas da filosofia e, embora as suas obras pareçam tratar de temas dispersos e sem unidade, este artigo visa mostrar que a teoria do discurso possibilitou a reabilitação do sistema na filosofia, na medida em que permite julgar a validade das proposições da ciência nos discursos teóricos, bem como das normas morais normas jurídicas nos discursos práticos, desde que sejam feitas as devidas adaptações para cada caso, inclusive seguindo a ordem das razões e a ordem cronológica dos temas como fizeram os filósofos sistemáticos.

As críticas à prioridade do justo sobre o bem na ética discursiva de Jürgen Habermas

Cadernos De Etica E Filosofia Politica, 2011

Resumo: O propósito deste artigo é apresentar críticas feitas por Alasdair MacIntyre e Charles Taylor à prioridade do justo sobre o bem na ética discursiva de Habermas, críticas que partem da consideração de que o agente moral, condicionado histórica e socialmente, age por motivações outras que não (somente) a consideração imparcial de todos os indivíduos. Afirmando que a prioridade do justo sobre o bem desvincularia os indivíduos de suas motivações, abstraindo-os de sua formação cultural e contingências freqüentemente determinantes de sua vida ética, as críticas também afirmam que a escolha de um determinado conjunto de condições a serem preenchidas para a validade das normas morais vincularia a ética habermasiana a um ethos particular, permeado de valores constituídos historicamente por um tipo de sociedade cujas práticas não são, embora pretendam ser, universais. Palavras-chave: Habermas -ética do discurso -justo -bem -prioridade -MacIntyre -Taylor.

Filosofia e Ética Do Discurso: O Fundacionismo Moderado Em Habermas

Conjectura, 2018

Resumo: Neste texto, procuramos mostrar, a partir do texto de Habermas "A filosofia como guardador de lugar e intérprete" e das considerações do filósofo sobre a ética do discurso, que há no pensamento habermasiano a proposição de um fundacionismo moderado em ética que se apresenta na busca de uma justificação racional para as normas morais a partir dos pressupostos necessários da argumentação em geral, recusando, com isso, um fundacionismo absoluto que se coloque para além da história e do assentimento dos envolvidos, levando Habermas a rever o papel da filosofia, que passa a ser de intérprete e guardiã da racionalidade e a dimensão da razão, entendida como dialogal ao invés de monológica.