Ana Carvalho - Os Museus e o Património Cultural Imaterial: Estratégias para o Desenvolvimento de Boas Práticas (original) (raw)

Reflexões sobre Património Cultural Imaterial e Museus: Das Políticas às Práticas

Gestão Integrada do Património em Museus e Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, 2020

«Património imaterial» tornou-se uma expressão recorrente, interpelada nos mais diversos fóruns, da academia ao campo profissional dos museus e do património. Em parte, este enfoque resulta da visibilidade que a Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial de 2003 da UNESCO alcançou, chamando a atenção para a necessidade de valorizar um património vivo, em constante adaptação, que faz parte da identidade dos grupos e das comunidades, e que é transmitido de geração em geração. A participação das comunidades na gestão e salvaguarda do Património Cultural Imaterial (PCI) é central na Convenção de 2003, mas permanece como um dos principais desafios na sua implementação. Neste capítulo reflete-se sobre o papel dos museus, como uma das organizações interpeladas a actuar neste campo. Neste contexto analisamos o papel da participação, paradigma actual no mundo dos museus, estabelecendo uma ligação com a salvaguarda do PCI. Consideramos, ainda, as políticas públicas para o PCI no caso português e o lugar dos museus. Colocamos em análise vários aspectos que se interligam com este tópico (das políticas, à crise, às tecnologias digitais), contribuindo para perspectivar os desafios que os museus portugueses enfrentam para se redefinirem e actuarem no âmbito da salvaguarda do PCI./«Intangible heritage» has become a buzzword nowadays, echoing in several forums, ranging from academy to the professional field of museums and heritage. In part, this focus is due to the visibility of the UNESCO Convention for the Safeguarding of Intangible Heritage (2003), which called international attention to the need of giving awareness to a living heritage, in constant modification, that is part of the identity of communities, groups and individuals, and is transmitted from generation to generation. The participation of communities in managing and safeguarding Intangible Cultural Heritage (ICH) is a central aspect of the 2003 Convention, but insofar the most challenging aspect of this international framework. In this chapter we reflect on the role of museums as one of the organizations urged to act in this field. In this context we analyze the role of participation — a current paradigm in the world of museums — making a link with ICH safeguarding. We also consider the framework of public policies for ICH in the Portuguese context and the role given to museums. In this analysis we also focus on several interconnected aspects (from policies, to the financial crisis, to digital technologies), putting into perspective the challenges facing Portuguese museums when it comes to redefining themselves and actively engage in ICH safeguarding.

Os Museus e o Património Cultural Imaterial. Algumas considerações

RESUMO: Tomando como referência fundamental o trabalho desenvolvido pela UNESCO em matéria de protecção do Património Cultural Imaterial (PCI), muito particularmente a Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial (2003), considerou-se oportuno reflectir sobre as implicações que este enfoque traz para os museus. São indiscutíveis as repercussões que este instrumento trouxe para o reconhecimento da importância do PCI à escala internacional, motivando um crescendo de iniciativas em torno da sua salvaguarda. O International Council of Museums (ICOM) reconhece um papel central aos museus nesta matéria. Este artigo reflecte sobre as possibilidades de actuação dos museus no sentido de dar resposta aos desafios da Convenção 2003, sendo certo que a partir das actividades dos museus é possível encontrar formas de estudar e de dar visibilidade a este património. ABSTRACT: Recalling the UNESCO‘s work towards the protection of Intangible Cultural Heritage (ICH), in particular the Convention for the Safeguarding of the Intangible Cultural Heritage adopted in 2003, I took this opportunity to reflect upon the implications that this recognition brings to museums. The overwhelming success of this document has raised the importance of ICH at international level, motivating a growing number of initiatives towards its safeguard. The International Council of Museums (ICOM) recognises a central role for museums regarding ICH. This article reflects upon the possibilities that museums have to answer the changeling 2003 Convention, recognizing that it‘s possible through museum activities to find ways to study and give visibility to ICH.

Boas Práticas para Políticas Públicas de Memória, Ciência e Património

2018

This paper aims to contribute to the good practises in heritage management with a heritage education contribution. With an example from the Santa Cruz de Tenerife's (Spain) maritime heritage, the educational intervention proposed has one basic objective: the use of this heritage as a scenario for the students' cultural awareness about their nearby heritage.

Museus e Patrimônio Cultural

Com a divisão das terras, feita pelo Fundador, entre si, seus filhos e genros, coube a Antônio Luiz a Fazenda Bálsamo. Ali, edificou a sede com a ajuda de seu geni-1. O prefeito nessa época era o senhor Delfhino Alves Corrêa. 2. A administração de Raul Freixes foi de 1997 a 2000.

Práticas Culturais Em Museus: Educação Continuada Para Professores De Eja?

Revista Teias, 2014

Declarações, documentos e relatórios, nacionais e internacionais produzidos coletivamente nas últimas duas décadas, no campo da educação de jovens e adultos, firmaram-se como marcos legais, provocando mudanças de paradigmas ao despertar novas compreensões na área e ao redefinir urgências, apontando a necessária mobilização mundial na defesa de dois princípios básicos: o da educação como direito de todos e o do direito à educação ao longo de toda a vida. A Declaração de Hamburgo, produzida em 1996, no contexto da Conferência Internacional sobre Educação de Adultos-CONFINTEA V, marcou a ampliação conceitual da educação de jovens e adultos. Através dela, efetuou-se uma maior discussão a respeito da sociedade educativa (UNESCO, 1999) e da educação ao longo de toda a vida, que se dá de forma continuada, em diferentes espaços, indo além, portanto, da ideia de educação permanente 1. A educação de adultos (PAIVA, 2009, p. 94) é anunciada pela Declaração como "um componente essencial de todo o sistema educativo e do desenvolvimento centrado no ser humano" (UNESCO, 1999, p. 30). A Agenda para o Futuro, que acompanha o documento, determina um conjunto de compromissos em favor do desenvolvimento da educação de adultos que vai além da defesa do direito universal à alfabetização e à educação básica no âmbito da escolarização. Entre os compromissos firmados para a promoção da educação para adultos (tais como estimular a cidadania ativa, consolidar processos democráticos, fortalecer e proteger direitos humanos, garantir equidade e igualdade entre gêneros, atenuar a pobreza, promover a cultura da paz, alcançar desenvolvimento ecologicamente sustentável, entre outros), a Agenda relaciona os temas "educação de adultos, cultura, meios de comunicação, novas tecnologias de informação", e enfatiza a importância de se reforçarem bibliotecas e instituições culturais, "continuando a financiar os museus, as bibliotecas, os teatros, os parques ecológicos e outras instituições culturais, e reconhecendo-os como centros e recursos de educação de adultos", e "favorecendo a conservação e a utilização do patrimônio cultural como meio de aprendizado ao longo de toda a vida, e apoiando a criação de métodos e de técnicas com o fim de incrementar o Palavras-chave: Práticas culturais em museus. Educação continuada. Educação de jovens e adultos.

Os museus como requalificação do património

patrimonio.pt , 2012

A crescente valorização do património cultural, ao longo do século XX, favoreceu o paralelo desenvolvimento das instituições museológicas, a nível mundial. Se, em determinados contextos, a decisão de criar ou renovar um museu motivou a construção de novos edifícios, concebidos de raiz para este tipo de programa, na Europa, a reabilitação de imóveis preexistentes afirmou-se como via preferencial.

Museu, comunidade e património cultural imaterial: um estudo de caso - o Museu da Terra de Miranda

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