ESPAÇO METROPOLITANO NO BRASIL: nova ordem espacial? (original) (raw)

O ESPAÇO METROPOLITANO NO BRASIL: nova ordem espacial

O texto tem como objetivo principal analisar as recentes mudanças na ordem espacial das regiões metropolitanas brasileiras e, em particular, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Inicia-se com um diálogo com a literatura internacional sobre o tema, para, em seguida, mostrar os debates nacionais. Tem, como referente empírico, uma série de estudos e índices construídos a partir dos resultados do Censo Demográfico de 2010. Mostra como o modelo dual centro versus periferia é limitado para a compreensão da atual ordem socioespacial das metrópoles brasileiras; identifica mudanças significativas ocorridas nas últimas décadas, mas chama a atenção também para várias continuidades no que se refere às desigualdades socioespaciais.

ORDENAÇÃO URBANA As transformações espaciais da República brasileira

Resumo Trata da compreensão dos espaços públicos e edifícios centrais da cidade como elementos essenciais na organização simbólica da estrutura de poder local determinada a inscrever sua autoridade por meio de uma hegemonia espacial. O objeto empírico é a cidade de Jaboticabal do início do século XX, palco de um vigoroso crescimento urbano deflagrado pelo avanço final da franja cafeeira no território paulista. Os locais em disputa — a praça central e o terreno do antigo cemitério — deveriam abrigar a nova Igreja da Matriz a ser reconstruída seguindo padrões estéticos europeus. Os atores relacionados a estas estruturas de poder local foram a Igreja Católica e a Câmara Municipal, influenciada pelos pensamentos liberais e iluministas que impulsionaram tanto a difusão da Maçonaria quanto a implantação do regime republicano. Tomando por base fontes primárias pesquisadas em arquivos locais, jornais, documentos eclesiásticos, atas e leis municipais, analisa como os discursos institucionais em suas variadas escalas — mundial, nacional, regional e local — entrelaçam-se de maneira particular, para materializar formas espaciais carregadas de significados que transitam em um meio difuso de continuidades e transformações. Palavras-chave: História urbana. Praça. Igreja. República. Propriedade da terra. Brasil. São Paulo. Praça: várias temporalidades e múltiplos significados As áreas centrais de muitas cidades do interior paulista surgiram em semelhança a estruturas urbanas medievais. Trata-se de uma afinidade fundada na conjuntura da própria formação destes espaços que estabelece uma ligação de dependência entre a população e o edifício da igreja. De forma paralela, Baschet (2006:282-296) pautado por suas investigações no contexto da Nova Espanha, entende esse processo como resultado de um feudalismo tardio e dependente, marcado pela condição periférica do mundo colonial. Explica que se a idéia de dominium 1 acontece de forma diferenciada dos modelos europeus, a aproximação do papel da Igreja Católica é claramente mais cômoda. A Igreja colonial e a Igreja medieval repetem-se em suas características: riquezas materiais, imensidão de terras possuídas, organização do clero, " formas de evangelização, pregação e confissão como instrumentos de controle social e importância do culto dos santos e das imagens " (Baschet, 2006:285). Entretanto, sua mais importante contribuição está no estabelecimento dos quadros espaciais. Não se trata apenas da transposição das estruturas do espaço sagrado cristão, mas da ordenação do hábitat, de tal modo que a praça da matriz tornou-se ponto central de articulação na organização da paisagem urbana, sempre marcada por suas qualidades fundamentais, a ordem simbólica entrelaçada às estruturas de poder atuantes no solo colonial. 1 Relação entre senhores e produtores dependentes. Assegura a organização do essencial da produção no seio de unidades fortemente integradas e largamente autônomas. Nesse quadro, o dominium é caracterizado pelo fato de que os dominantes exercem simultaneamente o poder sobre os homens e sobre as terras (Baschet, 2006, p. 279).

Apartamentos Paulistanos: Novas propostas espaciais em exemplares da produção privada recente

Simpósio Brasileiro de Qualidade do Projeto no Ambiente Construído, 2009

Este artigo apresenta leituras sobre a espacialidade de apartamentos oferecidos pela iniciativa privada na cidade de São Paulo, nos anos 2000, focalizando exemplares que apresentam soluções de desenho que visam permitir sua reconfiguração espacial. As leituras apresentadas originam-se de análises de plantas que fazem parte da Base de Dados de Apartamentos produzida pelo Nomads.usp-Núcleo de Estudos de Habitares Interativos, seguindo critérios previamente definidos. Conclui-se que a oferta de apartamentos com tais características se deve à adoção de estratégias de diferenciação de produtos no mercado, e que ainda é preciso formular princípios para orientar o redesenho dessa modalidade habitacional.

Mobilidade espacial nas Metrópoles Brasileiras: Tendências dos Movimentos Intrametropolitanos

11 Recibido: 1 de diciembre de 2009 Aprobado: 16 de febrero de 2010 Para citar este artículo Tavares da Silva, É.; Martins Rodrigues, J. (2010). Mobilidade espacial nas Metrópoles Brasileiras: complexidade do espaço urbano. Territorios, 22, pp. 11-32. DINáMIcAS DeMogRáfIcAS y coNfIguRAcIóN Del TeRRIToRIo Palavras-chave Mobilidade, migração, áreas centrais, periferia, metrópoles.

Tipologia espacial a partir de quinze parques de São Paulo

Tipologia espacial a partir de quinze parques de São Paulo: I. Nota introdutória: Nas visitas realizadas entre Julho de 2012 e Fevereiro de 2013 foram observados espaços de diversos tiposjardins, parques lineares, parques esportivos, grandes reservas, além de espaços propriamente urbanos, como pistas de skate, ciclovias, ciclo-faixas -e em regiões diferentes da cidade, de bairros nobres da Zona Oeste à periferia da Zona Sul. Foram visitados 15 parques -no Centro: Jardim da Luz, Parque Tenente Siqueira Campos (Trianon), Prefeito Mário Covas, Buenos Aires e Ciclo-faixa Av. Paulista; na Zona Norte: Parque da Juventude; na Zona Oeste: Parque Villa Lobos, Fernando Costa (Água Branca), Zilda Natel e Ciclovia Av. Sumaré-Av. Paulo VI; na Zona Leste: Parque do Carmo e Parque Linear Aricanduva; e, finalmente, na Zona Sul: Parque da Guarapiranga, Alfredo Volpi e Parque do Povo.

Modificações espaciais nos apartamentos paulistanos

Revista de Morfologia Urbana

Dois apartamentos paulistanos são analisados, um do século XX e outro do século XXI, com o objetivo de identificar mudanças socioespaciais nas unidades habitacionais e suas relações com transformações já identificadas nos trabalhos de Villa (2020 – São Paulo), França (2008 – Brasília), Griz (2012 – Recife) e Carolino (2018, João Pessoa). A sintaxe espacial é usada como metodologia analítica, a partir do estudo da permeabilidade física e visual, e são realizadas também ponderações sobre aspectos funcionais e dimensionais. Os resultados encontrados demonstram que as alterações dos apartamentos de três quartos, com 125m2 de área construída, são tímidas e que mudanças mais radicais podem ser observadas em apartamentos com programa de necessidades menos tradicionais. O cenário de permanências e adequações é um achado desse estudo que dialoga com os resultados de outras pesquisas.

Desenvolvimento e metropolização: repercussões do “novo desenvolvimento” brasileiro no espaço metropolitano

Anais Encontros Nacionais Da Anpur, 2013

O novo desenvolvimento brasileiro pode ser definido dentro de um paradigma que orienta as ideologias e práticas que o caracterizam. Neste sentido, buscamos defini-lo a partir de seu paradigma desenvolvimentista de origem, para investigar como o espaço metropolitano é produzido a partir desse sistema de verdades, um discurso que se converte em práticas espaciais, medidas econômicas e políticas públicas que visam o progresso, a modernização, emblemas do desenvolvimento enquanto intenção. Constatamos que a metrópole é produto de um projeto de desenvolvimento que visa garantir a sustentação e gestão do modelo de produção capitalista, tendo o investimento em infraestrutura física e social como carro-chefe deste. Apresentando uma "abertura" do espaço à política, entendemos que este não é apenas um produto, mas um meio, e que metrópoles e desenvolvimento são mais que conceitos ou noções, são direitos daqueles que devem se apropriar destes para imaginar e definir outros desenvolvimentos a partir de suas experiências vividas no espaço com autonomia. Palavras-chave: desenvolvimento, espaço, metropolização, novo-desenvolvimento.