Identidade Narrativa de Jesus de Nazaré (original) (raw)
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2015
Apresentação introdutória da figura de Jesus de Nazaré no Corão e na tradição islâmica, com ênfase especial para seu papel no processo de interação entre cristãos e muçulmanos ao fim do primeiro milênio da era cristã. Jesus de Nazaré é um personagem eminente no Corão, na espiritualidade, na escatologia e no folclore islâmicos, que o consideram como profeta, atribuindo-lhe os títulos de Messias e Palavra de Deus, mas negando que seja Deus ou Filho de Deus, ou que tenha sofrido a morte na cruz. As principais fontes de informação a seu respeito no interior da tradição islâmica são as menções que lhe são feitas no Corão e as parábolas e ditos que se lhe atribuem em várias obras de exegese, jurisprudência e história produzidas em contextos muçulmanos. Este curso objetiva fazer uma apresentação sinóptica de como Jesus é figurado no Islã, perguntando-se sobre as fontes desta imagem e sobre o seu papel no processo inicial de interação entre cristãos e muçulmanos.
Jesus de Nazaré: uma Pedagogia do Caminho?
2022
O artigo desenvolve uma análise sobre a práxis pedagógica de Jesus de Nazaré e busca responder às seguintes indagações: é possível deduzir uma “Pedagogia do Caminho” a partir dos escritos canônicos e não canônicos sobre Jesus de Nazaré? Quais são as principais características dessa pedagogia? Ela é humanizadora e emancipatória? A priori, tanto a análise linguística e hermenêutica do texto grego quanto a revisão bibliográfica das obras produzidas pelos comentaristas neotestamentários, demonstraram ser plausível a hipótese de uma práxis pedagógica de Jesus de Nazaré. Ela é importante enquanto uma alternativa às tradicionais pedagogias fundamentadas no positivismo ultrapassado e na meritocracia excludente, como é a “Pedagogia das Competências” estreitamente vinculada às demandas atuais do processo produtivo capitalista.
Resenha De Hoornaert, Eduardo. Em Busca De Jesus De Nazaré, Uma Análise Literária
PARALELLUS Revista de Estudos de Religião - UNICAP, 2016
Há algum tempo, recebi a incumbência de celebrar o octogésimo aniversário de Eduardo Hoornaert e, hoje, mais uma vez, volto ao meu professor e sua obra, e a tarefa é apresentar o mais recente livro do Professor Eduardo Hoornaert que, além de historiador é também teólogo. A esse respeito recordo uma reunião dos professores do Instituto de Teologia do Recife -ITER, um debate que envolvia a todos que estavam na sala: José Comblin, Nércio Rodrigues, Ernani Pinheiro, Sebastião Armando, Eduardo Hoornaert. Diomar Lopes, Humberto Plumenn, Ivone Gebara, Domingos Corsioni, Giuseppe Stacone e eu. Talvez houvesse outras pessoas que neste momento não chegam à minha memória. Discutia-se se a disciplina História da Igreja devia ser definida como simplesmente como História, e então posta no elenco das Ciências Sociais no quadro curricular do ITER, ou se era uma disciplina a ser colocada no campo da Teologia. Os nomes que polarizavam o debate eram Diomar Lopes e Eduardo Hoornaert. Aquele resguardando a teologia das pequenas luxações da vida dos homens e mulheres, e este refletindo que é na história o lugar onde se vive a . Paralellus, Recife, v. 7, n. 16, set./dez. 2016, p. 539-546 teologia, que o estudo de História da Igreja é, sim, parte da teologia devendo ser vista como Teologia Pastoral. Este é um dos temas do em busca de Jesus de Nazaré, uma análise literária. Os personagens acima citados para alguns podem ser desconhecidos, ouvidos em conversas e ou encontrados em capas de livros, e todos são parte de um dos momentos mais ricos do debate teológico e da renovação do estudo da história da Igreja no Brasil e na América Latina, que começou fora dos espaços acadêmicos, na Comissão de Estudos de História da Igreja na América latina, da qual Eduardo Hoornaert é um dos fundadores. A reunião citada era uma das minhas primeiras reuniões na Congregação dos professores do ITER. Eu estava ali com os meus professores, agora como colega, aprendendo a conversar e entender, quase entendendo, como é que o conhecimento e o esclarecimento dos temas são criados, aperfeiçoados para, finalmente chegar ao público e, depois voltam para o debate e assim começar tudo mais uma vez. Eu assistia como é que se constroem e se aperfeiçoam as veredas do conhecimento. Desde então comecei a aprender que o que sabemos e
A Narratividade em Busca da Identidade no Livro X das Confissões
2014
O livro X das Confissoes tem como chave de leitura a memoria para a constituicao do si. E examinada a relacao que existe, no texto narrativo de Agostinho, entre a interpretacao da Escritura e a constituicao do si, em que ha aspectos do discurso interior e abordagem no quadro da teoria narrativa que e dada a partir do conceito de identidade narrativa. A constituicao do si e desenvolvida na dialetica interna do personagem entre a afirmacao de si e a negacao de si, que apresenta a imanencia do homem como caracteristica pessoal e, ao mesmo tempo, o desejo de transcendencia daquilo que o ser humano tem de mais intimo em relacao a Deus.
Jesus de Nazaré e os estrangeiros
REMHU : Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana, 2016
Algumas premissas são necessárias para o aprofundamento do tema. É muito difícil reconstruir a atitude que Jesus de Nazaré teve historicamente junto aos estrangeiros durante seu ministério. Entre a redação dos textos evangélicos e os acontecimentos há uma lacuna difícil a superar, porque os Evangelhos foram escritos quando a ideia de uma missão universal entre os gentios já tinha se consolidado e é compreensível que este estado de coisas tenha influenciado a memória histórica quanto à atitude de Jesus junto aos estrangeiros presente nos textos evangélicos 3. Além disso, é necessário levar em conta o quadro sociológico articulado e complexo da época de Jesus em relação aos "estrangeiros". O Antigo Testamento (AT) utiliza os termos zar (o estrangeiro em sentido étnico e político com uma conotação depreciativa) e nekar (aquele que pertence a um grupo étnico do qual Israel deve separar-se); quanto aos estrangeiros presentes em Israel, o AT distingue o nokri, o residente temporário, e o gher, o imigrante, o estrangeiro residente, aquele que vive no meio de um povo com que não tem relações de sangue. O Novo Testamento (NT) atesta a presença de prosélitos (Mt 23,15: os estrangeiros 1 Monge leigo da Comunidade de Bose. Magnano (BI), Itália. 2 Texto traduzido do italiano pela Equipe do CSEM.
A controversa devoção cristã a Jesus de Nazaré como Deus
Resumo: Jesus de Nazaré foi um simples camponês judeu iletrado. Seus seguidores, porém, transformaram-no em Deus. Tendo em vista o fato de, tanto Jesus quanto seus seguidores, serem monoteístas, a divinização do carpinteiro exigiu elaborações intelectuais para acomodar tal concepção sem ferir a crença em um único Deus. Esse estudo discute as proposições acadêmicas acerca dessa mudança. Abstract: Jesus of Nazareth was a simple illiterate Jewish peasant. His followers, however, turned him into God. Given the fact that both Jesus and his followers were monotheists, the carpenter deification demanded intellectual constructions in order to accommodate such ideas without hurting the belief in one God. This study discusses the academic propositions about this change. * Doutorando em História Comparada pelo PPGHC/IH/UFRJ. Pesquisa os cristianismos primitivos com ênfase no diálogo com estudos sobre memória, oralidade e letramento na Antiguidade. Sob a orientação do professor Dr. André L. Chevitarese, vem aprofundando a análise do Evangelho de Tomé. É autor do livro Quem vos ouve, ouve a mim: oralidade e memória nos cristianismos originários (2011).