Deveres intergeracionais: como defini-los a partir da filosofia? (original) (raw)
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O "princípio responsabilidade" como face de uma ética intergeracional
Revista De Direito Fead Phronesis, 2011
The research attempts to analyze the ethics of responsibility of Hans Jo¬nas, and its convergence to an intergenerational ethics, designed from the problems and contradictions of technological advances nowadays. The power of the technique lifted unimaginable levels, because in a remote time it was believed that the interference of man in nature could not have consequences, since it always regenerated itself, but nowadays the situation has completely changed, and today the biosphere has become something perishable. Not only this, the Baconian ideal is so far advanced that even man became his own object, but without a prevision that the changes made in present would result on the future. In this context of progress without limits and anticipating the failure of tradi¬tional ethical, the philosopher postulates the ethic of responsibility. This is a redefinition of the responsibility that goes beyond the relationships between the present, imposed by a human power that is not circumscribed to some innocuous interference in nature, but interferences that affect what we mean by human and world; in other words, is the essence of humanity that is being considered and, as in every area of study, the responsibility for what is being done becomes bigger, that’s because it is all about a humanity bless, and it is beyond us, as responsible for its tenure as authentic life.
Cuidado e consanguinidade na atribuição de responsabilidades intergeracionais
Revista Brasileira de Ciência Política, 2015
No Brasil, o teste de DNA tem sido fundamental para a validação legal de paternidade. É também com base nessa validação que o dever de cuidado do pai em relação ao filho pode ser estabelecido, tanto em termos de provimento financeiro quanto de obrigações morais e afetivas. Para além da dimensão legal, contudo, o cuidado, em seus múltiplos sentidos, pode ser um balizador importante para o modo como pais e filhos dimensionam e justificam seus próprios direitos e obrigações. Partindo de casos de investigação de paternidade que tiveram grande percussão na mídia, este artigo objetiva analisar como a consanguinidade e as práticas de cuidado estão mutuamente implicadas e podem ser mobilizadas de diferentes modos na atribuição de responsabilidades e na reivindicação de direitos associados ao parentesco
Laços intergeracionais no contexto contemporâneo
Estudos de Psicologia (Natal), 2011
O presente estudo aborda a articulação entre diferentes gerações na contemporaneidade. No contexto de transformações sociais aceleradas, discute-se a constituição dos laços intergeracionais, analisando mudanças subjetivas e relacionais. Ressalta-se que as diferenças geracionais estão na base do processo de transmissão sociocultural. A partir de estudos psicossociais, abordam-se distintas perspectivas teóricas do conceito de geração em contraposição à categoria idade. Destaca-se o caráter subjetivo da experiência de pessoas de diferentes idades e reflete-se sobre distanciamentos e aproximações entre esses sujeitos. Considera-se que, na contemporaneidade, os laços intergeracionais se estruturam de modo distinto e analisam-se as repercussões da homogeneização de valores baseada na juventude como ideal no processo de identificação intergeracional.
A dimensão filosófico-jurídica da equidade intergeracional
Revista Brasileira de Direitos Fundamentais & Justiça, 2012
O presente artigo aborda a dimensão filosófica e a jurídica da equidade intergeracional e busca analisar autores consagrados que tratam do tema como o filósofo Hans Jonas e a jurista Edith Brown Weiss. Alicerça a dimensão filosófica na obra de Jonas – O Princípio Responsabilidade – trazendo a lume a teoria da responsabilidade e a necessidade de uma (nova) ética, a qual visa proteger as futuras gerações através de um dever de cuidado das presentes gerações com os recursos do Planeta Terra. Já a dimensão jurídica tem por base a obra de Brown Weiss sobre a Teoria da Equidade Intergeracional no âmbito do Direito Internacional Ambiental, essa fundada em três princípios: o da diversidade das opções; o da conservação da qualidade; o da conservação do acesso. Embora dimensões distintas, elas se interrelacionam, tanto Jonas como Brown Weiss consideram que as presentes gerações têm um compromisso ético com as futuras gerações, uma responsabilidade com a vida. Pode ser estabelecido um diálogo ...
Responsabilidade intergeracional e pandemia de covid-19
Bakhtiniana: Revista de Estudos do Discurso
RESUMO A pandemia da covid-19 já levou mais de 150.000 brasileiros a óbito. Destes, mais de 70% são idosos. Ainda que a dinâmica dessa doença implique evitar a transmissibilidade do vírus, há uma forte pressão para a retomada das atividades, relevando e reafirmando uma lógica de indiferença com os idosos. Argumentamos que a contenção da pandemia exige um outro tipo de responsabilidade, de caráter intergeracional. Para tanto, além de refletir sobre a relação entre identidade e alteridade no envelhecimento, nós nos valemos das reflexões de Bakhtin sobre a filosofia do ato responsável, dando ênfase aos conceitos de arquitetônica e de excedente de visão. Por fim, pensando a partir da alteridade enquanto elemento constitutivo da subjetividade, refletimos sobre a importância do encontro entre diferentes gerações para o reconhecimento dos álibis que têm eximido os sujeitos de tomarem as devidas ações no enfrentamento desta pandemia.
Intergeracionalidade- VII Cong. Associação Portuguesa de Sociologia 2012
Palavras-chave: Idoso; Jovem; Intergeracionalidade Keywords: elder people; young people; intergeneration relations : PAP0921 Resumo Neste trabalho com o tema a "Intergeracionalidade: Que futuro?", o contacto entre gerações assumese como uma temática assaz pertinente na época que se vive, numa sociedade a envelhecer, na qual é necessário redimensionar o papel dos mais velhos na sociedade, e mais especificamente, o futuro das relações entre jovens e idosos. Pretendemos realçar o valor da pessoa idosa na sociedade e a importância das relações entre gerações diferentes, neste caso específico, relações entre pessoas jovens e idosas, assim como os benefícios que estas relações podem ter para ambas as partes. Defendemos que, participar e interagir em actividades intergeracionais positivas, são exemplos a seguir e práticas possíveis de ser implementadas. Constatámos, através de testemunhos e depoimentos de jovens e idosos intervenientes nos projectos, a importância e impacto que tiveram na sua vida, elevando a auto-estima e contribuindo para o envelhecimento activo e positivo. Olhar o Futuro a partir dos desafios que a intergeracionalidade nos proporciona é, sem dúvida, promover o envelhecimento activo e poder acreditar que os mais velhos são cidadãos de pleno direito, numa sociedade que se sentiria incompleta sem a mais-valia daqueles que a ajudaram a construir, e ainda são fonte de grande potencial para a sua (re)construção.
Revista da Faculdade de Direito UFPR, 2013
RESUMO: A partir da perspectiva do direito civil constitucional o texto procura demonstrar que o conceito clássico de relação obrigacional se revelou inadequado e insuficiente para tutelar todas as vicissitudes inerentes à visão solidarista da relação obrigacional, que não mais se limita ao resultado da soma de débito e crédito, devendo abandonar tal posição estática para que o vínculo obrigacional seja visto como um processo de cooperação voltado para determinado fim.
Práticas intergeracionais e Longevidade
Revista Kairós : Gerontologia, 2018
Este artigo objetiva apresentar os resultados de uma pesquisa sobre a importância de práticas intergeracionais junto a pessoas longevas. Jovens em situação de vulnerabilidade social, frequentadores de uma instituição, o Projeto Quixote, são orientados para assumir o papel de agentes socioculturais, quando partilham com idosos, frequentadores do Centro-Dia Pasárgada, de atividades de ocupação do tempo livre. Tendo como meta a reaproximação de membros de ambas as gerações, foi desenvolvida uma pesquisa-ação, de caráter educacional, sendo aplicado o método qualitativo à luz da fundamentação gerontológica, complementado pela observação-participante, com registro em Diário de Pesquisa. A metodologia previu uma série de Oficinas, que foram sendo, no seu decorrer, avaliadas, sofrendo as mudanças necessárias. Os resultados, sob o olhar dos participantes, apontaram as oportunidades intergeracionais como muito bem-sucedidas, além de promissoras porque fundadas na fraternidade, sendo capazes d...
O princípio da equidade intergeracional
Planeta Amazonia Revista Internacional De Direito Ambiental E Politicas Publicas, 2012
Os graves problemas que assolam o planeta tornam absolutamente necessário usar nosso meio ambiente de uma maneira compatível com sua manutenção para as futuras gerações. Foi Edith Brown Weiss quem concebeu a teoria da equidade intergeracional, proclamando que cada geração humana recebe da anterior o meio ambiente natural e cultural com o direito de usufruto e o dever de conservá-lo nas mesmas condições para a geração seguinte. A Teoria de Weiss deve ser vista, sobretudo, como uma teoria deontológica, um princípio ético a guiar nossas decisões presentes para que levem em consideração o interesse daqueles ainda por nascer. Palavras-chave: Desenvolvimento sustentável. Equidade intergeracional. Justiça como equidade. Abordagem transtemporal. Edith Brown Weiss. Futuras gerações.
Transferências intergeracionais: dimensões de valor e de sentido
2017
The present research analyze the contribution of the older generation in the field of intergenerational solidarity, taking as context the framework of family dynamics. For such, the focus of attention is two dimensions of intergenerational transfers: the material and the normative dimension. The material dimension mainly related to the forms of materialization and their protagonists, and the normative dimension, in a transnational perspective, more emphasized in the general features of the different normative models in the fied of family solidarities, in the expectations and preferences of an individual nature. Methodologically, the present study was essentially based on the analysis of secondary data, in an extensive register, from four main sources: