A estrutura universal dos valores humanos (original) (raw)
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Estudos de Psicologia, 2001
E mbora tenha raízes no início do século passado , o tema dos valores humanos em Psicologia Social se constituiu objeto de pesquisa científica principalmente nas três últimas déca-das. Milton Rokeach, com a publicação do seu livro The nature of human values , conseguiu ao menos quatro grandes feitos: (1) propôs uma abordagem que reuniu aspirações de diversas áreas, como a Antropologia, a A estrutura e o conteúdo universais dos valores humanos: análise fatorial confirmatória da tipologia de Schwartz
Razão e universalidade na moral humeana
Philósophos, 2002
Em recente e bastante interessante artigo, 1 o prof. Adriano Naves de Brito defendeu a tese, segundo a qual a moral humeana, longe de defender o relativismo, "pode muito bem almejar a um universalismo apostando na naturalização dos alicerces da moralidade" (p. 13). Assim, o "ceticismo quanto às fontes não empíricas da moral" não impediria Hume de aceitar a existência de princípios morais não relativos. Os juízos morais, de acordo com Hume, não seriam meras expressões de uma pessoa, mas teriam uma pretensão ou validade intersubjetiva. Julgar que uma ação é boa não equivaleria a expressar uma opinião subjetiva, mas deveria valer para todas as pessoas de uma dada comunidade. Como o empirismo, ou o ceticismo, de Hume na moral permitiria essa "pretensão de validade objetiva" (p. 14) nos juízos morais? A resposta do prof. de Brito recorre à "naturalização" da moral, o que significa dizer que a natureza tornou universal em toda a espécie humana um sentimento moral (p. 16). Logo a seguir, o prof. de Brito amplia a sua resposta, de modo a referir-se à natureza humana como um todo, e não somente a um sentimento moral que seria universal. "O que garante, pois, validade intersubjetiva aos juízos morais dos diferentes agentes é o fato de possuírem todos os agentes a mesma natureza" (p. 16). É preciso, entretanto, explicar em detalhes essa "naturalização dos fundamentos morais" (p. 16). Se entendo o argumento do prof. de Brito, devemos examinar como sentimento e razão combinamse para formar o juízo moral e determinar como devemos agir (p. 14). Num primeiro momento, mostra-se que "inclinações naturais RAZÃO E UNIVERSALIDADE NA MORAL HUMEANA
Valores e estrutura social no Brasil
Percepções da População sobre Políticas Públicas (Orgs Marcelo Cortes Neri e Fabio Schiavinatto), 2014
R i o d e J a n e i r o , m a r ç o d e 2 0 1 4 1 9 4 6 * Este texto beneficiou-se imensamente dos debates ocorridos por ocasião do seminário Valores e cidadania no Brasil -evento realizado em Brasília em 29 de novembro de 2012, sob a organização da Secretaria-Geral da Presidência da República (SG/PR) e do Ipea, que contou com a participação e as críticas de Rachel Meneguello, Gustavo Venturi, Helena Abramo, Regina Novaes e Ricardo Paes de Barros. Igualmente importante foi a colaboração da SG/PR na formulação desta pesquisa e nas discussões sobre seus resultados intermediários, assim como os comentários dos técnicos da Diretoria de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia (Diest) do Ipea, em especial Acir Almeida. Os erros e imprecisões aqui contidos são de inteira responsabilidade dos autores. ** Técnico de Planejamento e Pesquisa da Diest/Ipea.
Folha de São Paulo, 2022
A Folha de São Paulo, como todo sábado, faz uma pergunta provocadora em Tendências e Debates, para que as pessoas respondam "sim" ou "não". A desse sábado (10 de junho de 2022) foi “É razoável que alunos mais ricos paguem mensalidade em universidades públicas?” Miguel Buzzar, Vladimir Pinheiro Safatle e Paulo Martins respondemos Não! Contra o sim do Deputado Kim Kataguiri!
Envolvimento nos direitos humanos e sistemas de valores
Psicologia em Estudo, 2004
RESUMO. Com base no modelo da análise quantitativa das representações sociais, o estudo (N = 300) tratou do posicionamento de estudantes universitários em relação aos Direitos Humanos (DHs) e à ancoragem social desse posicionamento nos sistemas de valores dos estudantes. Os resultados mostram que as representações dos estudantes sobre o envolvimento nos DHs envolvem quatro princípios organizadores: pessoal-abstrato; pessoal-concreto; governamentalabstrato; governamental-concreto. Em relação à ancoragem social dos princípios organizadores do envolvimento nos DHs, observou-se que os valores pós-materialistas se relacionaram positivamente com o envolvimento pessoal-abstrato, enquanto a adesão aos valores religiosos implicou maior envolvimento no princípio pessoal-concreto. Além disso, a adesão aos valores materialistas levou a uma avaliação mais positiva do envolvimento do Governo Brasileiro nos DHs, ao passo que os valores pós-materialistas contribuíram com uma avaliação mais crítica desse governo. As discussões abordam a centralidade dos valores na formação das representações sociais dos DHs.
ÉTICA E MORAL NA CONSTRUÇÃO DE VALORES HUMANOS
Primeiramente, gostaria de indicar como será o caminho intelectual que vou fazer. Diante das questões complexas como Ética e Moral e, mais que isso, a construção de Valores Humanos é que me proponho, nesse momento, fazer algumas reflexões no sentido de contribuir com essas discussões que vem sendo feitas ontem e hoje. Faz-se necessário, então, apontar algumas questões de fundo que pretendo abordar na minha fala: o que é valor e como ele se constitui para o homem? A ética se estabelece como ponto de partida ou de chegada para o comportamento humano? A moral, sendo entendida como a maneira pela qual o ser humano vivencia valores, como podemos entender seu papel definindo comportamento pessoal e coletivo? Diante dessas questões, vou indicar alguns momentos históricos e alguns autores que pensaram e ainda continuam pensando e tentando responder a tais questionamentos.
Desenho universal e avaliação psicológica na perspectiva dos direitos humanos
Desenho universal e avaliação psicológica na perspectiva dos direitos humanos Pensar a avaliação psicológica numa perspectiva de direitos humanos envolve compreender a dimensão ética que subjaz a este desafio. Nem a avaliação psicológica deve ser reduzida a um mero procedimento técnico sem efeitos políticos e nem os direitos humanos podem ser confinados apenas a seu aspecto jurídico . Nesse sentido, há que considerar que a incorporação dos direitos humanos nos modos de produção de conhecimento e na prática da avaliação psicológica gera necessariamente a revisão de alguns dos princípios básicos que lhe fundamentam, como a noção de sujeito humano que geralmente pressupõe tanto como avaliando quanto de avaliador.