Gênero e violência simbólica em eventos esportivos universitários paulistas (original) (raw)

Violência simbólica na experiência de estudantes universitários LGBT

Saúde e Sociedade

Resumo Desde a infância, a violência simbólica é um processo vivenciado por pessoas LGBT diante das sanções da heteronormatividade hegemônica. A universidade se constitui como espaço de possibilidade e mudança para muitas pessoas, com uma expectativa em particular: a de maior abertura à pluralidade moral e, portanto, à diversidade. Este artigo investiga as experiências de violência simbólica e os contornos do habitus vividos por universitários LGBT, por meio de entrevistas não estruturadas com 16 estudantes analisadas a partir do arcabouço teórico de Bourdieu. A violência simbólica se mostrou presente na vida de todos, se manifestando em diversos ambientes e instituições, inclusive na vida acadêmica universitária, mas principalmente na vida familiar e escolar. Diante das imposições do habitus heterossexual, os indivíduos desenvolvem diversos recursos, com destaque para a aquisição de capital social, como a militância LGBT. No entanto, a universidade precisa concretizar ações específ...

Do Simbólico Ao Real: Faces Da Violência De Gênero

REDISCO – Revista Eletrônica de Estudos do Discurso e do Corpo, 1970

Eliana Kuster (IFES) RESUMO: Quanto de violência de gênero se esconde por trás dos discursos cotidianos? Foi a partir de tal questionamento que esse artigo foi desenvolvido, tentando inferir em representações culturais diversas-músicas, publicidade, cartazes, e mesmo a fala coloquial-como a questão de gênero aparece e é tratada. Utilizando as contribuições de autores como Moscovici, Castoriadis, Simmel, Foucault e Bourdieu, tentamos compreender o poder de criação de imaginários que essas manifestações podem apresentar e como elas podem naturalizar-se a ponto de não as percebermos criticamente. Reunindo e analisando alguns exemplos, buscamos compreender como, a partir dessa naturalização e da incorporação habitual dos valores expressos neles, passa a haver o delineamento daquilo que Bourdieu denominou como poder simbólico. Ao final desse processo, a preocupação é que esse constructo pode-valendo-se da transição do simbólico para o real-pavimentar a passagem da violência discursiva para a violência física. PALAVRAS-CHAVE: Violência simbólica; Gênero; Imaginário; Poder simbólico. RÉSUMÉ: Combien la violence de genre se cache derrière le language courant? Il était de cette question que cet article a été mis au point, en essayant de déduire dans diverses représentations culturelles-musique, publicité, des affiches, et même dans le langage courant-comme la question du genre apparaît et est traitée. En utilisant les contributions des auteurs tels que Moscovici, Castoriadis, Simmel, Bourdieu et Foucault, nous essayons de comprendre le pouvoir de créer les imaginaires dans ces manifestations et comment ils peuvent naturaliser le questions et on ne pas les percevoir de façon critique. Au travers de l'analyse de quelques exemples, nous cherchons à comprendre comment, de cette naturalisation et l'incorporation habituelle des valeurs qui y sont exprimées, il y a la délimitation de ce que Bourdieu appelle pouvoir symbolique. Le problème est que cette construction peut-a travers de la transition du symbolique au réel-ouvrir le passage de la violence discursive à la violence physique.

A violência simbólica e a dominação masculina no campo esportivo: algumas notas e digressões teóricas

No presente artigo procuramos apresentar, de um ponto de vista teórico, algumas conjecturas relacionadas ao exercício da violência simbólica e, sobretudo, da dominação masculina no campo esportivo recuperando, na medida do possível, alguns exemplos práticos diretamente relacionados ao futebol e ao uso do corpo nos esportes. Tendo como ponto de partida para construção dos argumentos, a análise sociológica de Pierre Bourdieu, nos propomos, num primeiro momento, em apresentar brevemente a teoria dos campos e seus desdobramentos em se tratando da leitura do esporte. Num segundo momento, pretendemos avançar no tratamento da violência simbólica e dos usos legítimos do corpo como uma das formas sutis da dominação masculina reproduzida no campo esportivo.

(A)Simetrias De Gênero No Acesso Ao Esporte No Ensino Superior Público

Revista Brasileira de Ciências do Esporte

RESUMO Este artigo teve como objetivo avaliar a frequência de homens e mulheres, as médias da prova de ingresso e de nota de candidatura ao ensino superior, bem como a opção de candidatura, em todos cursos de esporte, em Portugal. Os dados foram coletados no site da Direção-Geral do Ensino Superior. Os resultados mostram que há diferenças estatisticamente significativas em termos de representatividade de género, favoráveis aos homens em todos os cursos esportivos. Não obstante as mulheres apresentarem médias de ingresso e de nota de candidatura iguais ou superiores às dos homens, são estes que mais frequentemente são colocados em todas as opções de candidatura. As mulheres parecem continuar a evitar as áreas do esporte como áreas do ensino superior.

As Relações De Gênero No Esporte Por Discentes Da Rede Pública Municipal De Juiz De Fora

Movimento (ESEFID/UFRGS), 2003

Esta pesquisa buscou identificar o significado atribuído ao esporte pelos discentes da Rede Pública Municipal de Juiz de Fora, na ótica do gênero, amparada na teoria das representações sociais. Considerou-se duas dimensões sociais esportivas: esporte-educação e esporte- performance. O estudo assumiu um caráter qualitativo, utilizando-se da análise do conteúdo, e, acessoriamente, da análise do discurso. O esporte foi representado com valores individualistas, pouco cooperativos, competitivistas, perpetuando estereótipos sexistas. Tal representação relaciona-se com as duas dimensões e evidencia um distanciamento do esporte educacional. Os atores sociais indicam a necessidade de prática esportiva na escola com valores cooperativos, participativos, menos competitivista e não sexista.

Driblando a violência através do esporte: tensões na abordagem de gênero com jovens de um projeto social

Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 2021

Resumo Este artigo tem por objetivo descrever e analisar, à luz da pedagogia freireana, algumas tensões identificadas na abordagem das questões de gênero e violência por um projeto social no Rio de Janeiro. Ao longo da pesquisa de campo, verificou-se a dificuldade de aprofundamento dos temas, centrais à proposta, identificando-se um descompasso entre o formato de educação “bancária” adotado pela instituição responsável e a característica problematizadora e libertadora da abordagem teoricamente proposta sobre equidade de gênero e construção de masculinidades não violentas e mais inclusivas.

Análise das violências simbólicas nas trajetórias de homossexuais masculinos de Juiz de Fora

This article aims to analyze the symbolic character of violence experienced by gay men and one bisexual from Juiz de Fora, especially in the professional sphere. Recover works dealing with construction of homosexuality in society, the symbolic violence and its relationship with non heterosexuality’s. We interviewed six gay men and a bisexual through the technique of oral history. We treat data through qualitative thematic content analysis considering two categories: violence in wide character and violence in work. In general, the manifestations of symbolic violence include a negative view about the non-heterosexual, stereotypes and non-acceptance. At work, such events also occur through internalization of a social view that values the heterosexual model, exclusion and disqualification of the homosexual

Gênero violência e mobilização social na universidade: um estudo comparativo

Esta pesquisa investiga a mobilização social e disputas políticas em torno do combate à violência de gênero no âmbito da Universidade de Brasília (UnB). Conforme Bandeira (2009), o fortalecimento da luta por políticas públicas de combate às violências ocorreu especialmente após a nominação da expressão “violência contra a mulher”. Estas lutas surgem principalmente em resposta à institucionalização e naturalização da ideia de que os homens possuem poder e controle sobre os corpos femininos, expressando este poder através de violências interpessoais que refletem manifestações estruturais mais complexas e que não podem ser dissociadas.

Violência Escolar de Gênero

Revista da FAEEBA, 2023

Considerando que a violência de gênero participa das diferentes formas de violência escolar, o presente ensaio é dedicado a uma discussão sobre as especificidades da violência de gênero e sobre o modo como este tipo de violência participa das relações escolares. Em uma perspectiva teórico-crítica, a escola e as pessoas que dela participam exercem um papel importante na mediação entre a violência social e a violência escolar, impedindo, produzindo e/ou reproduzindo em seus espaços também a violência de gênero. Dialogando com estudos anteriores sobre o bullying e o preconceito, enquanto formas conhecidas de violência escolar, analiso alguns dos aspectos psicossociais envolvidos na violência de gênero, tarefa que envolve uma necessária crítica das representações ideológicas de gênero e de suas imagens de controle. Espero, com estas reflexões, contribuir para uma melhor compreensão da violência escolar de gênero e seu campo de estudos.

O voleibol como espaço de disputas sociais: estudo sobre formas de poder simbólico em equipe universitária feminina

2018

Considerando que o voleibol e um subcampo do campo esportivo, o objetivo deste estudo foi investigar os criterios e processos de entrada e distribuicao de poder entre jogadoras de uma equipe universitaria do interior paulista. A partir de entrevistas semiestruturadas e fundamentacao teorica na obra de Pierre Bourdieu, a pesquisa permitiu afirmar que o capital simbolico legitimado compos-se pela capacidade tecnica das jogadoras e a experiencia anterior na modalidade. Como resultados, tem-se que o objetivo primario da equipe e ganhar jogos e nao “ensinar” ou iniciar novas jogadoras no esporte, desse modo, as disputas por poder ocorreram entre as participantes de maior e menor experiencia.