A filosofia para (re)significar ou não a existência (original) (raw)

Po-éticas de [re]existência – práticas feministas

IX Simpósio Internacional Reflexões Cênicas Contemporâneas - Jornada Internacional Atuação e Presença, 2020

Este texto espelha as questões tratadas na mesa “Artes Presenciais e Resistência”, em que abordei práticas artísticas que investigam processos históricos de violação, apagamento e silenciamento de corpos dissidentes, bem como aquelas práticas que constroem poéticas e políticas da cena que sejam contra hegemônicas. Buscando responder questões como: “por que tratar de Antígona no Brasil de hoje?” ou “O que há de candente neste mito grego tão antigo que se atualiza em nossa sociedade?” trouxe à tona a figura emblemática de Antígona – símbolo do embate entre o indivíduo e o Estado – para pensar trabalhos em que a arte atua como dispositivo que opera com a memória e que, como algo que persiste em “não esquecer”, pode, para além da tarefa de denunciar, sugerir “formas de restauração simbólica”. Para tratar dessas questões, foi necessário buscar o seu móvel menos no aspecto sagrado que atravessa o mito e nos concentrar na alegoria de uma busca – uma jornada, uma saga, um ato, um grito – por justiça que, em trabalhos como Antônia ou Chorar os Filhos, a evocação à figura de Antígona encarna.

Letramento Literário de (re)existência: práticas e debates

ROSING, T. M. K. Do currículo por disciplina à área da educação-cultura-tecnologia sintonizadas: processo de formação de mediadores de leitura. In: Mediação de leitura: discussões e alternativas para a formação de leitores/ Fabiano dos Santos,

Sobre a filosofia como investigação de questões existenciais

Trans-form-acao, 2023

Parte-se da problematização do modo como em geral se concebe a prática filosófica em nosso meio acadêmico. Encaminha-se em seguida uma compreensão da Filosofia como processo de investigação séria e sincera de questões existenciais e de criação de teoria. Pretende-se com isso colocar em questão alguns dos diagnósticos e soluções mais comuns para o "subdesenvolvimento" do fazer filosófico no Brasil, bem como fornecer uma contribuição para a difusão de uma prática filosófica que arrisque o salto do comentário para a criação. Palavras-chave: Filosofia no Brasil. Questões existenciais. Criação de teoria. BOGÉA, Diogo On philosophy as investigation of existential questions.

Famigerado, ser ou não ser? Reflexões acerca da (re-) significação

Fragmentum, 2013

O presente trabalho propõe-se a percorrer os caminhos da significação e da re-significação, através da análise do conto Famigerado, de Guimarães Rosa. Para isso, recorrer-se-á a uma relação entre as concepções de língua e significação de Saussure e de uma perspectiva discursiva

Reexistências Ou Sobre Modos de Reler, Reescrever, Reviver Duas

Resumo: Este texto se propõe analisar o modo paradoxal pelo qual certa crítica literária – seja acadêmica, seja de cunho mais jornalístico – tem dado atenção aos poetas malditos, os marginais ou, principalmente, os suicidas da segunda metade do século XX, abordando os casos específicos de Alejandra Pizarnik e Ana Cristina Cesar. Esse modo define-se como paradoxal já que insiste em identificar as figuras da inadequação que esses mitos colocariam em cena, ou seja, acaba congelando as características dinâmicas de devir e dispersão que pretenderia elogiar. A partir daí, o texto busca mostrar outras formas de abordagem desse " mito " que levem em conta a sua qualidade de sobrevivência, principalmente no trabalho da artista Laura Erber sobre as duas poetas, com o qual se problematiza a fronteira entre vida e morte, entre literatura e artes visuais, entre técnica e natureza, entre procedimento e gesto, entre singularidade e comunidade. Abstract: This article analyzes the paradoxical way in which some literary critics – academic or journalistic – has given attention to the maudit, marginal, or suicide poets in the second half of the twentieth century, addressing the specific cases of Alejandra Pizarnik and Ana Cristina Cesar. This way of read is defined as paradoxical as it insists on identifying the figures of inadequacy that these myths pose in the scene, or just freezing the dynamic characteristics of becoming and dispersion that would seek to praise. From that point, the paper wants to demonstrate other ways to approach this "myth" that take into account their quality of survival, especially in the work of artist Laura Erber on the two poets, in which he there is a discussion about the boundary between life and death, between literature and visual art, between art and nature, between procedure and gesture, between uniqueness and community.

A filosofia tem que servir para algo?

O breve artigo procura um diálogo com o texto do filósofo Abraão Costa Andrade de nome “Para que serve a Filosofia?” e procurar demarcar a noção e sentido de filosofia como problema. Neste percurso recorre também a filósofos como Hegel, em passagens do filósofo ao livro “Introdução à História da Filosofia”, mais especificamente ao tópico O início na história da exigência filosófica, demarcando a esfera do pensar como um privilegiado exercício de autonomia. Bem como recorre a algumas breves noções de Kant em sua célebre obra “Crítica da Razão Pura”, mais precisamente em diálogo com trechos da Primeira parte da doutrina transcendental dos elementos – Estética transcendental. Palavras chave: Introdução à filosofia, Utilidade da Filosofia, Hegel, Kant, Problema

OUTRAS FORMAS DE (RE)EXISTÊNCIA

OUTRAS FORMAS DE (RE)EXISTÊNCIA: Direito à cidade e agroecologia a partir da produção do espaço nas ocupações urbanas, 2019

Direito à cidade e agroecologia a partir da produção do espaço nas ocupações urbanas 1. CONTEXTO DA AGROECOLOGIA NAS OCUPAÇÕES URBANAS A cidade, desde seu princípio, já nasce como espaço privilegiado, que, para Léfèbvre (2000), é o lugar, por excelência, onde o trabalhador se vê dissociado da sua força de trabalho e daquilo que produz. Sendo assim, a cidade passa a ser determinada e produzida de uma forma hegemônica, onde a classe dominante exerce forte influência sobre o espaço urbano, principalmente pelo interesse econômico. "Afastado da cidade, o proletariado acabará de perder o sentido da obra. Afastado dos locais de produção, disponível para empresas esparsas a partir do setor de habitat o proletariado deixará se esfumar em sua consciência a capacidade criadora. A consciência urbana vai se dissipar." (LÉFÈBVRE, 2011, p.25) Contudo, pode-se observar que o locus da pobreza na cidade, geralmente invisibilizado pelo poder público e visto como "não oficial" está em constante transformação, apoiado na autoconstrução e nas redes de solidariedade que substituem ou ocupam o papel que deveria ser do Estado. Entendem-se aqui também essas formas autônomas de produção do espaço como "fissuras" à lógica do capital, defendida por Holloway (2013) como, "o resultado de uma ação de enfrentamento, de uma resistência, e como construção de algo que seja diferente, levantando a noção de dignidade, no sentido em que a dignidade não esperará: a fissura é uma insubordinação aqui e agora, não um projeto para o futuro." (HOLLOWAY, 2013, p.28) A apropriação do espaço, inserido nas ocupações urbanas, envolve uma criatividade que reflete uma nova forma de lidar e vivenciar esse espaço e se baseia, sobretudo, no valor

Uma nota sobre a visão da filosofia como uma "arte de viver

2012

This article makes a comparison between the ancient stoic notion of philosophy as an “art of living”, reassessed by contemporary authors such as Michel Foucault and Pierre Hadot, and today’s academic philosophy. The article suggests that these two ways of seeing philosophy are not mutually excludent and that it is possible to adopt a view of philosophy as an art of living in the present day, although this view extrapolates the limits of academic practice. The article is in Portuguese.