Política(s) linguística(s): caminhos para a formação da identidade brasileira (original) (raw)
Related papers
Política linguística voltada para surdos no Brasil
2020
Este trabalho objetiva verificar como os domínios familiar e escolar aparecem em políticas linguísticas que visam à inclusão de surdos na sociedade. Para isso, por meio de análise do referencial teórico e documental selecionado e à luz das perguntas de pesquisa 1) O que são políticas linguísticas e como elas se desenvolveram ao longo dos anos até a contemporaneidade? 2) Como o domínio familiar é contemplado nas políticas linguísticas voltadas para os surdos? 3) Qual o caráter discursivo e prático das políticas linguísticas voltadas à educação bilíngue de surdos?, procuramos conceituar as políticas enquanto gerenciamento linguístico, aplicando tal concepção às medidas estabelecidas para a manutenção e preservação da língua de sinais e para o reconhecimento da pessoa surda. Além disso, buscamos apresentar um olhar mais detalhado para dois aspectos que devem ser contemplados nestes postulados: a consideração da família e da educação como domínios-chave para o sucesso na (re)formulação ...
Formação De Uma Política Linguística
Revista Pedagógica, 2021
Resumo O objetivo deste estudo é analisar o modelo de política linguística educacional proposto nos primórdios do século XXI, de 2000 a 2004 pelo município de Blumenau/SC, que pretendeu a manutenção da língua alemã no currículo escolar, introduzida na região a partir das políticas imigratórias do século XIX e ainda praticada por comunidades de fala. Esse trabalho se enquadra nos debates acerca do campo de pesquisas da política linguística, tendo como referenciais Spolsky,
Escrever a partir da contribuição do pensamento de Austin e Rajagopalan para a área da linguagem, ou especificamente ao campo da Linguística Crítica, também é escrever sobre como, principalmente o conceito de performatividade desloca o conceito de verdade tão apreciado pela Ciência e promove a possibilidade de se pensar uma relação entre linguagem e identidades não pautada em noções fixas e estanques. Trazer isso ao campo das relações raciais no Brasil é fundamental, pois a auto e hetero identificação linguística como negro e negra em nosso país irá se dar de forma política e contingencial. Neste sentido, nos interessa neste artigo: i) discutir a relação entre ciências, linguagem e identidades raciais no campo do fazer científico sobre linguagem; ii) Discutir o lugar da pesquisa linguística feita a partir do ponto de vista das questões negrodescendentes.
Po-Éticas. O Cultivo Da Língua Como Identidade Em 5 Proposições
Fragmentum, 2017
Este texto parte de um único verso de A Mensagem, de Fernando Pessoa, para questionar o conceito de identidade e de cultura a partir da experiência poética. Convocando a interseção entre filosofia e poesia, faz-se alusão ao “more geometrico” de Espinosa, mas recorrendo preferencialmente a Deleuze, a Blanchot ou a Eduardo Lourenço como autores que suscetibilizam tanto um cruzamento entre filosofia e literatura quanto uma outra noção de identidade e de cultura.
A formação da identidade brasileira
A história, ao contrário da crença popular, não é uma ciência, cuja meta principal é a aprendizagem de cor de datas e acontecimentos. Sim, esta parte sem dúvida existe, mas o que é ainda mais importante é acompanhar todos estes acontecimentos, encontrar a razão para o seu aparecimento, as consequências que provocam e a lógica que se esconde atrás deles. Nesse sentido, falando sobre a história do Brasil, não basta enumerar quando é que o país foi descoberto pelos portugueses ou quando é que ganhou a sua independência, mas tentar compreender porque e como é que tudo isso ocorreu e o que teria acontecido, se por exemplo Dom Pedro I tivesse regressado para Portugal em vez de “ficar” no Brasil. O que é que faz do Brasil mesmo o Brasil que conhecemos hoje?
Bilinguismo e políticas linguísticas no Brasil: da ilusão monolíngue à realidade plurilíngue
Acta Scientiarum. Language and Culture, 2014
RESUMO. Este artigo objetiva discutir as políticas linguísticas vigentes no Brasil, problematizando noções de bilinguismo explícitas ou subjacentes a alguns documentos oficiais. A partir de um estudo bibliográfico e documental, são analisadas diferentes concepções de bilinguismo ao longo do tempo e, posteriormente, que tipos de bilinguismo são contemplados pelas políticas linguísticas implementadas. Discute-se o status que as línguas portuguesa, indígenas, estrangeiras, de sinais e de imigração apresentam nesses documentos, bem como as atitudes legais em relação ao bilinguismo em comunidades de imigrantes, indígenas, surdos e quilombolas. Constata-se que os dados apontam para um equívoco legal inicial, quando se priorizam políticas linguísticas fundamentalmente monolíngues. Entretanto, nos últimos anos houve pequenos avanços, principalmente, no que se refere ao reconhecimento das comunidades indígenas como bi/multilíngues. Percebe-se que a essência plurilíngue do país ainda não foi reconhecida, nem o seu caráter pluricultural.
Monolinguismo e plurilinguismo na política linguística exterior brasileira
Livro do simpósio 3º Conecta leitores: os 70 anos do Programa Leitorado pluralidade e heterogeneidade de línguas e culturas do Brasil, 2024
Palácio Penafiel, sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa (Portugal), se propôs a comemorar essa efeméride trazendo maior visibilidade às ações dos Leitores Guimarães Rosa, profissionais que atuam na ponta dessa política pública de difusão internacional da língua portuguesa e da cultura brasileira no exterior.
Cultura e identidade em políticas linguísticas: o caso de Timor-Leste
A questão da cultura concebida como capital simbólico ou, conforme Bourdieu (2000), capital cultural, requer especial atenção, sobretudo ao abordar o assunto em um recorte sociolinguístico, mais precisamente em uma perspectiva dos estudos das Políticas Linguísticas. Bourdieu cunhou a expressão "capital cultural" com o intuito de analisar situações de classe nas sociedades. Esse capital cultural, dentro do sistema capitalista vigente, acaba por hierarquizar também as culturas, dando a algumas destas o status de subculturas de classe ou de setores de classe, cujas condições de vida determinam as minúcias destas culturas, quais sejam os gostos, os estilos, os valores, as estruturas psicológicas, as ideologias etc. A partir de tais aspectos, molda-se o perfil dessas culturas o que possibilita, segundo Bourdieu, a distinção entre a burguesia tradicional da nova pequena burguesia e esta da classe trabalhadora.
<b>Bilinguismo e políticas linguísticas no Brasil: da ilusão monolíngue à realidade plurilíngue
Acta Scientiarum. Language and Culture, 2014
Este artigo objetiva discutir as políticas linguísticas vigentes no Brasil, problematizando noções de bilinguismo explícitas ou subjacentes a alguns documentos oficiais. A partir de um estudo bibliográfico e documental, são analisadas diferentes concepções de bilinguismo ao longo do tempo e, posteriormente, que tipos de bilinguismo são contemplados pelas políticas linguísticas implementadas. Discute-se o status que as línguas portuguesa, indígenas, estrangeiras, de sinais e de imigração apresentam nesses documentos, bem como as atitudes legais em relação ao bilinguismo em comunidades de imigrantes, indígenas, surdos e quilombolas. Constata-se que os dados apontam para um equívoco legal inicial, quando se priorizam políticas linguísticas fundamentalmente monolíngues. Entretanto, nos últimos anos houve pequenos avanços, principalmente, no que se refere ao reconhecimento das comunidades indígenas como bi/multilíngues. Percebe-se que a essência plurilíngue do país ainda não foi reconhecida, nem o seu caráter pluricultural.