Reconhecimento sem ética? (original) (raw)

Um entre a ética e o reconhecimento

Novos Olhares, 2017

Academic and non-academic analyses of media and audiovisual products seek many ways to strain objects’ relations, many of them are critics to built establishment of perceptions that are conditioned by instituted and hegemonic policies in social scene. However, while approaching both theoretical beacons and mediation as an ethical device, we noted the need and deletion of a question: the notion of recognition. This paper proposes to approximate concepts of ethics, moral and recognition as a critic platform for objects’ analyses in the audiovisual field through contributions made by Serelle, Fraser, and Safatle.

Reconhecimento sem Ética? (by Nancy Fraser)

De algum tempo para cá, as forças da política progressista dividiram-se em dois campos. De um lado, encontram-se os proponentes da "redistribuição". Apoiando-se em antigas tradições de organizações igualitárias, trabalhistas e socialistas, atores políticos alinhados a essa orientação buscam uma alocação mais justa de recursos e bens. No outro lado, estão os proponentes do "reconhecimento". Apoiando-se em novas visões de uma sociedade "amigável às diferenças", eles procuram um mundo em que a assimilação às normas da maioria ou da cultura dominante não é mais o preço do

Identidade narrativa e ética do reconhecimento

Études Ricoeuriennes / Ricoeur Studies, 2011

O modelo relacional e intersubjectivo da subjectividade não nega o sujeito, nem o exercício auto-narrativo de síntese do heterógeneo ilude a questão da identidade. Compete à linguagem fundamentar o sentido da ipseidade, articular as necessidades e os desejos, organizar a dispersão vivida e vincular a acção a princípios morais de responsabilidade social. A reflexão e a auto-reflexão conferem à experiência do reconhecimento uma dimensão estruturante do humano. A correlação entre a ideia de liberdade de escolha individual e a ideia de responsabilidade colectiva é a oportunidade de afirmação de cada um e de reciprocidade entre todos. Neste contexto, o diálogo entre Ricoeur, Honneth e Sen é muito inspirador.

Reconhecimento: Uma Questão De Justiça

2019

As lutas por reconhecimento, diferentemente das lutas por redistribuicao, nao tem como orientacao normativa, em primeiro plano, a eliminacao das desigualdades economicas, mas o combate ao preconceito e a discriminacao de determinados grupos e individuos constituindo-se numa forma de opressao. O objetivo deste artigo e discutir os motivos pelos quais para a filosofa americana Nancy Fraser (1947) o reconhecimento concebido como autorrealizacao das identidades de individuos ou grupos tende a inviabilizar a construcao de um paradigma de justica que englobe, simultaneamente, reconhecimento e redistribuicao. E demonstrar como essa autora elabora um modelo de reconhecimento, sem estar baseado na autorrealizacao identitaria, que ela acredita ser possivel promover a conciliacao entre as lutas por reconhecimento com as lutas por a redistribuicao.

Luta por reconhecimento na ética primeira

Revista Estudos Políticos

O artigo parte da ideia de que a luta por reconhecimento é estruturada na matriz egológica da ética, assim é o Eu quem determina ao Outro como deve se dar a estrutura procedimental de auto reconhecimento, reconhecimento jurídico e reconhecimento social. Essa estrutura impede que o Outro se auto determine e propõe, filosoficamente, apenas uma mudança imediata necessária. Com o objetivo de propor a luta por reconhecimento na ética primeira, a ética que possibilita ao Outro determinar o comportamento do Eu, faz-se análise crítica da teoria da Luta por reconhecimento com base na estrutura filosófica levinasiana da ética primeira. Conclui-se que a ideia da luta por reconhecimento na ética primeira é possível e capaz de permitir, com a inversão de sentido, que o Outro determine tanto como reconciliação quanto como redistribuição a luta por reconhecimento de modo a estabelecer uma mudança lenta, visceral e capaz de uma revolução no vir-a-ser do tempo. Palavras-chave Ética Primeira; Luta po...

COMPAIXÃO: Entre O Reconhecimento E A Moralidade

Partindo dos pressupostos teóricos de Axel Honneth, o artigo aqui apresentado visa trazer aspectos correlatos à compaixão no intuito de ampliar seu entendimento numa perspectiva mais aproximada das Ciências Sociais. Realizaremos a analise da compaixão tendo como elemento norteador o projeto de extensão: Práticas educacionais para a compaixão no cotidiano: exercitando a capacidade de se colocar no lugar do outro , desenvolvido em uma escola pública no bairro Alto Santa Terezinha, no Recife, com crianças de 05 a 12 anos. O projeto foi desenvolvido entre os anos de 2012 e 2016. O período discutido neste trabalho compreende os anos de 2013 a 2015. Acreditamos que sentimentos podem ou não gerar ações, porém, ao se tornarem ações, passam a ser percebidos como um aspecto da moralidade, constituindo um aspecto fundamental da convivência humana e social. Esperamos trazer fundamentos teóricos que subsidiem a interseção entre as práticas desenvolvidas no projeto e o saber científico, contribuindo para a formação de um corpo de conhecimento voltado para a Sociologia das Moralidades.

Anseio de Reconhecimento

Anseio de Reconhecimento, 2016

*Tradução realizada a partir do artigo original publicado em língua inglesa: BUTLER, Judith. Longing for Recognition. In: ______. Undoing gender. Routledge: New York, 2004, pp. 131-151.

Desmitificando a etica

2022

Coitinho faz, na realidade, um exercício socrático em torno dos temas do cotidiano. Com isso, resgata um antigo sentido da filosofia. Falar para o público mais amplo, para os não especialistas, e discutir sobre os temas que realmente importam, sobre o como viver e como seguir em frente, em um mundo que, frequentemente, nos parece inviável. Seu método é atrair o leitor para o campo de batalha, ainda que suavemente. Lançar proposições e, ato seguinte, testar cada uma com exemplos e argumentos na direção contrária. No fundo, é o que deve fazer um professor de Filosofia, desde que não queira ser um profeta, como Weber sugeriu que não fosse, no seu texto clássico. Sua estratégia é coerente com a ideia de que o aprendizado ético é, antes de tudo, um exercício coletivo. Ele supõe um jogo. Contesta a epistocracia de Jason Brennan, por exemplo, mas abre um espaço para considerar seu argumento relevante. Ele parece não concordar com nada que Brennan propõe, mas topa aceitar a premissa de que vale investigar os limites das democracias, inclusive não tomando o sufrágio universal como um axioma inegociável. A concessão permite que o diálogo se estabeleça. É o modo de evitar que o discurso ético se transforme em algum tipo de moralismo ou troca de maus-humores dogmáticos. O convite vai na direção oposta, da reflexão aberta e da tolerância intelectual. Cá entre nós, não é pouca coisa, em uma época marcada pelo radicalismo e o espírito de tribo, em particular no universo digital.