Contextos da emigração numa comunidade do concelho de Braga : Esporões, 1869-1935 (original) (raw)
2002, Xiii Congresso Internacional Ahila
Pelo cruzamento nominativo dos registos e processos de passaporte de Esporões (1869-1935) com a base de dados da reconstituição desta paróquia (1580-1993), procedeu-se à análise empírica das características da emigração nesta parcela do Minho, no entrelaçado das situações detectadas, particularmente, ao longo da vida dos indivíduos e das suas famílias (dos indicadores demográficos, sócio-económicos e culturais, às redes genealógicas e de vizinhança), numa perceptível matriz de sobrevivência. Inserimos a pequena amostra de Esporões nos dados agregados da emigração à escala imediata mais abrangente, o concelho de Braga, para o período 1894-1935. Tentámos encontrar relações entre níveis de celibato definitivo e primonupcialidade, mortalidade, mobilidade e reprodução que pudessem, na comunidade de Esporões, apresentar alguns indícios de um "pattern" que tem vindo a ser invocado para explicar o crescimento das populações do Noroeste da Ibéria. A emigração é um fenómeno plurissecular que enraíza no "modus vivendi" de grande parte da população do Noroeste Português. Neste trabalho, analisamos esta variável a uma escala extremamente reduzida, a da comunidade de Esporões, no coração do Baixo Minho. Esporões, é uma das 61 freguesias que integram o concelho de Braga e fica situada a cerca de 5 Km a sul do núcleo urbano. Enquadra-se numa viçosa microregião denominada "Veiga de Penso", antigo celeiro de milho do distrito de Braga. Ocupa uma área de 3.78 Km 2 , ou seja, 2.1% da área do concelho. Situamo-nos na análise empírica da mobilidade externa desta paróquia (transatlântica e intra-europeia), do último terço do século XIX ao primeiro do século XX. Para contextualizar este processo, fazemos uma breve incursão pelo movimento emigratório concelhio, possível, de modo contínuo, entre 1894 e 1935. Utilizamos a metodologia de "reconstituição de paróquias" de Norberta Amorim 1 que possibilita o cruzamento de fontes diversificadas e, no caso que ora nos interessa, dá-nos a identificação segura de 78% dos emigrantes nomeados nos registos de passaporte. Para as restantes freguesias do concelho fazemos a exploração isolada dos registos de passaporte, recorrendo ao método agregativo.