Etnias de fronteira e questão nacional: o caso dos “regressados” em Angola (original) (raw)
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Etnias de Fronteira e questão nacional: o caso dos "regressados" de Angola
Cadernos de Campo , 2002
Este artigo trata dos ex-exilados angolanos, de origem etnolinguístico Bakongo,retornados a Luanda após um longo período de vivência no país vizinho Zaire (atual RDC),durante a guerra de independência de Angola ocorrida entre os anos de 1961-1974. Os Bakongo são uma “etnia de fronteira” presente tanto em Angola como nos dois Congos. O retorno deste grupo, com pelo menos uma geração nascida no exterior, sugere questões sobre a formação e o acirramento de identidades étnicas e o aparecimento de novas concepções de nacionalidade a partir de uma cultura construída numa experiência externa ao país. A busca de nova sformas de participação de reconhecimento social e político através da disputa da legitimidade em torno de concepções de identidade nacional é mais um ingrediente complexificador no processo da reconstrução nacional de Angola.
Os “Retornados” de África – Integração na Madeira
Odete Mendonça Henriques Souto 2 Resumo A descolonização portuguesa em África, após o 25 de Abril de 1974, deu origem ao maior êxodo de portugueses de que há memória, e a um dos maiores da Europa, no contexto das migrações de retorno pós-coloniais. Estima-se que Portugal tenha recebido, entre os anos de 1974 e 1976, cerca de meio milhão de pessoas provenientes das ex-colónias, comummente designados como "retornados". Entre estes, calcula-se que oito mil tenham vindo para a Madeira. O presente artigo analisa os percursos de vida de um grupo de retornados chegados ao território madeirense, através do relato das suas vivências pessoais, procurando compreender como decorreu o seu processo de integração. Os resultados indicam que a família foi a principal base de acolhimento dos retornados, que ficaram inicialmente alojados em casa destes. Foi possível apurar também a existência de apoio institucional feito pela autarquia de Machico e do Instituto de Apoio ao Retorno de Nacionais (IARN). As principais dificuldades de integração foram sobretudo a nível económico e cultural, superadas através do regresso à vida ativa: trabalho e/ou estudos. Apesar do drama vivido e das grandes dificuldades experienciadas, a integração dos retornados entrevistados decorreu sem perturbação social, considerando os mesmos estarem plenamente integrados na sociedade madeirense. Palavras-chave: Migração; Descolonização; Retorno; Acolhimento; Integração. 1 Expressamos o nosso agradecimento à colega Ana Paula Almeida pela leitura deste artigo.
Os retornados de África : estudo de caso sobre a sua integração na Madeira
2017
A descolonização portuguesa em África, após o 25 de Abril de 1974, deu origem ao maior êxodo de portugueses de que há memória, e um dos maiores da Europa, no contexto das migrações de retorno pós-coloniais. Estima-se que Portugal tenha recebido, entre os anos de 1974 e 1976, cerca de meio milhão de pessoas provenientes das ex-colónias, comummente designados como retornados. Entre estes, calcula-se que oito mil tenham vindo para a Madeira. Esta dissertação de mestrado é um estudo de caso qualitativo, de cariz exploratório, que tem como principal objetivo analisar os percursos de vida de um grupo de retornados chegados ao território madeirense, através do relato das suas vivências pessoais, procurando compreender como decorreu o seu processo de integração. Recorreu-se a diversas técnicas de pesquisa para a sua elaboração, como a análise documental e o recurso a entrevistas semiestruturadas, efetuadas a quatro informantes qualificados e vinte e três retornados. Foram examinadas a partida, trajeto, acolhimento e a existência de apoios institucionais ou outros, as dificuldades sentidas durante o processo de integração e os contextos e estratégias pessoais adotados para superá-las. Os resultados indicam que a família foi a principal base de acolhimento dos participantes no estudo, ficando inicialmente alojados em casa destes. O apoio institucional foi feito por parte da autarquia de Machico e do Instituto de Apoio ao Retorno de Nacionais (IARN). Este processo desenrolou-se de forma natural, com esse apoio familiar e a sua própria resiliência. As principais dificuldades de integração foram sobretudo a nível económico e cultural, superadas através do regresso à vida ativa: trabalho e estudos. É possível concluir que, apesar do drama vivido e das grandes dificuldades experienciadas, a integração dos retornados entrevistados decorreu sem perturbação social, considerando os mesmos que estão plenamente integrados na sociedade madeirense.
Regresso a Uma Vida Melhor: A integração dos ex-refugiados angolanos após o seu regresso a Angola
This study, focused on the (re) integration of Angolan ex-refugees after their return to Angola, has as its main objective the analysis of major trends on return migration, (re) integration strategies of returnees and the existing links between migration and human development, in order to improve scientific knowledge on these issues and promote an adequate framework for evidence-based policymaking in Angola. Furthermore, this study is also relevant for technical and scientific capacity-building processes of Angolan experts in the field of ‘South-South migration’ and its links to development. Through these axes, it is expected that this initiative will contribute to the development of comprehensive solutions for the return and reintegration of Angolan refugees is the framework of the ‘cessation clause’2 and, more generally, to the inclusion of human mobility, and in particular the return of refugees, in a human development perspective. Methodologically, the study was mainly based on two data collection strategies: semi-structured interviews with key-stakeholders from government agencies, non-governmental institutions and other actors and the application of a semi-structured questionnaire, including a qualitative component, to a sample of Angolan ex-refugees returned from Zambia, the Democratic Republic of the Congo and Namibia, currently residing in the cities of Huambo, Luanda and Luena. Information was also collected in Maquela do Zombo from returned ex-refugees. Finally, a discussion focal group was organized, which completed the results of the survey and the institutional interviews. In the following phase, the analysis of the survey results (mainly based on crossing of variables) was triangulated with qualitative information collected through the other mechanisms. Some of the most relevant findings of the study include the fact that most returned migrants in the three provinces covered by the research came back from the nearest foreign country. In most cases, heads of households had an education level relatively high: the majority holds diplomas from ninth grade or higher. With regards to qualitative perceptions, most respondents, with the exception of the subsampling in Huambo, noted that they were in better socioeconomic conditions than before returning. A considerable part also highlighted not feeling significant differences. Furthermore, an important share of the sampling manifested its satisfaction with access to the social services available. Many affirmed having received support from the Government of Angola or from other official entities during their (re)integration process. A high share also mentioned not having accessed several basic social services. On another hand, the number of those requesting from the Government the establishment of specific (re)integration mechanisms or strategies for skilled or qualified returned ex-refugees is important. The study concludes that equity in public policymaking (between returned migrants and the general population) should not impede taking into consideration the specific needs and potential of returned migrants. Special priority should be given to the access to land and hosting and the mobilization of skills to reach high performance levels. The implementation of efficient (re)integration strategies and policies requires continued studies and analyses. These studies may also serve to promote the scientific capacity of Angolan researchers at the international level, specifically with regards to migration and development. This study aims at being one of the initial contributions in this endeavor.
Refugiados, reintegração e mobilidade interna: um olhar sobre o caso angolano, 2002-2018
REMHU: Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana
Resumo O objectivo desta reflexão é, para além de sistematizar as principais características associadas ao processo de retorno e de reintegração dos refugiados angolanos nos países vizinhos, procurar fazer alguma luz e identificar pistas que permitam uma melhor compreensão da articulação entre as circunstâncias envolventes do retorno e as trajectórias e lógicas de mobilidade interna dos ex-refugiados angolanos. Um eixo analítico complementar relaciona o regresso dos refugiados com as características da urbanização da sociedade angolana. Finalmente, um último eixo analítico observa a recente vaga de refugiados provenientes da RDC (2017), no contexto do conflito militar que atinge partes do país vizinho e que fez afluir a Angola cerca de 35.000 refugiados. O suporte informativo da reflexão são os dados recolhidos na literatura recentemente produzida sobre migrações no contexto angolano, a escassa informação estatística disponível, a informação disponível nos relatórios do ACNUR-Angola...
Entre margens: o retorno à África de libertos no Brasil
2008
Agradeço à CAPES, que forneceu o apoio indispensável para minha pesquisa na França, com a bolsa-sanduíche. E, nesse mesmo sentido, agradeço ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense pela concessão de bolsa PDEE. A estada naquele país não seria possível de outra maneira, e tampouco a pesquisa nos arquivos coloniais franceses, em Aix-en-Provence, bem como a participação nos seminários do Centro de Estudos Africanos na École des Hautes Études en Science Sociales(EHESS), os quais tiveram enorme importância para a tese. A Casa do Brasil foi minha casa em Paris, e, portanto, agradeço também a aceitação. A Fundação Paul-Albert Février me deu ótimas condições de moradia em Aix, em situação privilegiada e ambiente perfeito para o estudo, obrigada! A SEPHIS e o CODESRIA me premiaram com o workshop no Senegal, que não apenas me fez conhecer os arquivos locais, como deu a chance de apresentar o meu projeto a um público seleto de historiadores, vindos de lugares do mundo ainda pouco conectados às nossas redes acadêmicas. Tenho uma lista infindável de pessoas para agradecer. Vou ter que reduzir para que caiba no tempo que tenho e nas dimensões que se espera de um item dessa natureza, numa tese de doutorado. Mas, podem acreditar, minha gratidão -palavra que soa antiga, mas aqui vai atualizada na sua mais pura verdade -não se reduz e nem se restringe ao aparentemente principal. Entra todo mundo que participou dessa História, direta e indiretamente. Nas margens desse oceano, tive muitos portos seguros. Na França, o Professor Michel Agier, diretor do Centro de Estudos Africanos da EHESS, me recebeu generosa e gentilmente. Sempre esteve disponível e me ajudou em todo o possível. As bibliotecárias do CEAf foram de uma atenção e uma solidariedade únicas, entendendo que aquela doutoranda precisava ficar na véspera dos feriados de Natal trabalhando até o último minuto -e se possível, além de todos os horários estabelecidos para o período. Antes de chegar à Provence, ainda em Paris, a Professora Kátia Mattoso me recebeu, leu meu projeto atentamente e fez preciosas sugestões. Em Aix, tudo seria praticamente impossível sem a Ernestine Carreira. Ela foi a referência que viabilizou o contato com a Fundação Paul-Albert Février, além minha orientadora nos 'segredos' dos arquivos do Centre d'Archives d'Outre-Mer(CAOM). Muito obrigada! 4 O oceano também vira rio quando entra continente adentro, e vice versa. Às margens do Sena, os amigos fizeram com que as coisas adquirissem real sentido. Marília foi de uma generosidade única, e sem me conhecer nem conhecer quem soubesse quem eu era. Dá para imaginar uma acolhida nessa situação? Pois aconteceu. E além do mais, sendo prestigiada professora de Química da UFAL em trabalho intenso no pós-doutorado, parava pra ouvir com atenção e interesse todas minhas notícias entusiasmadas sobre os seminários da École, e sobre as fontes históricas francesas sobre os retornados. Na Casa do Brasil, também teve o Paulo Henrique, que é a viva prova de que existe "amigo à primeira vista", e me acompanhou em minhas andanças por Paris, além de ser interlocutor e cúmplice de muitas descobertas. Na Biblioteca da Casa do Brasil, a Sandra se tornou uma amiga preciosa -a ela devo informações e almoços de domingo maravilhosos em Chevreuse. Ao Vanderlei, companheiro de ofício, passeios e conversas, agradeço também. E devo declarar que aprendi muito nos debates na cozinha do terceiro andar da Casa. A todos os amigos dos "tempos franceses", muito obrigada! No Senegal, Lara Mancuso entrou definitivamente para minha vida acadêmica e pessoal. Ela e os outros participantes do workshop leram meu projeto, escutaram minha exposição com atenção e me brindaram com ótimas sugestões. A eles, e a Sokhna Guèye, coordenadora do encontro, e Janaki Nair, a convenor, meu total agradecimento. Ainda entre os dos "tempos senegaleses", em especial, a Cecília Gallero e Gairoonisa Paleker, pela permanência do carinho. Zakariayau Sambo, além de formular perguntas instigantes ao meu trabalho, me manteve conectada ao mundo iorubá e muçulmano, com seus envios.de músicas e dvds. Paul d´Souza(sj), me deu a conhecer um universo ao trazer a Índia para as minhas rotas. Enfim, a todos e todas: meu mundo ficou maior com a chegada de vocês! Na pesquisa em Salvador, agradeço muito especialmente a Lara Mancuso e Florian Ehrensperger, que me receberam para duas temporadas de pesquisa, sempre com muito carinho. Ângela Reis e Daniel foram os que me acolheram nas duas outras estadas na capital baiana, e, além da hospedagem, me renovaram o prazer de ter bons amigos -e ainda tinha a pequena Joana, que fazia com que tudo ficasse melhor. Praticamente todas as vezes que fui a Salvador pesquisar, tive o privilégio de trocar idéias sobre a pesquisa com João Reis. Além dessas que topasse participar, obrigada! Milton Guran me inspirou com seu livro sobre os Agudás, abriu as portas para a bolsa sanduíche, me recomendando à EHESS, e ainda me passou bibliografia rara, me forneceu fontes e fez importantes observações na banca de qualificação. E tudo isso com a inteligência, o senso de humor e o carinho que fazem dele uma figura especial na minha vida acadêmica. Obrigada! Um agradecimento pra lá de especial vai para Beatriz Mamigonian, que me passou o documento do retorno para Cabinda, o qual acabou por abrir outras rotas para a tese. Eu lhe devo essa, e quero poder 'pagar' com futuras parcerias de trabalho e amizade. Mariana Cândido me ajudou à distância, diversas vezes, com fontes e contatos, e sempre de forma entusiasmada e amiga. Carlos Liberato, que faz parte da minha história desde há muito tempo, enviou de Toronto textos importantes para esse trabalho. Roquinaldo Ferreira deixou um arquivo em CD repleto de artigos de revistas especializadas, que eu não teria como acessar aqui do Brasil. Manolo Florentino e João Fragoso cederam materiais importantes para enriquecer minhas leituras da tese. Na disciplina que cursei para o Doutorado, tive a feliz oportunidade de assistir aulas de Sheila Faria, que me orientou em fundamentais leituras e cujas pesquisas alimentam minhas reflexões e essa própria tese. Sheila: achei as retornadas, sobre as quais tantas vezes nos perguntamos... E, ainda na UFF, mas num outro registro: na Secretaria da Pós-Graduação, toda a atenção e gentileza de Stela Guerreiro -obrigada à você, especialmente, e a todos os funcionários que sempre me atenderam bem. Nara Improtta, quando ainda no México, também me enviou textos e, agora em Stirling para seu doutorado, faz parte do conjunto de leitores e torcedores da tese. Valeu, Nara, agora eu aguardo a sua, e vamos seguir conversando muito. Celma Agüero, minha orientadora no mestrado, sempre teve o dom de me entusiasmar cada vez mais pelos temas de História da África, e assim, vibrava com cada noticia da tese. Marisa Pineau, africanista argentina, amiga de todo o sempre, uma interlocução permanente desde o mestrado em Estudos Africanos. Pessoas queridas: obrigada! Meus colegas do CAp/UFRJ, sempre solidários, saibam que adoro trabalhar com vocês, e muito obrigada pelo apoio. Especialmente, Américo Freire e Alessandra Carvalho, que leram os primeiros capítulos e me ajudaram a ter mais ânimo. Alessandra, aliás, ajudou muito nos seus 7 comentários, atentos e pertinentes, sobre meu texto. Emílio Di Bernardi me socorreu na organização dos dados, entre outras emergências, sempre no maior carinho e bom-humor. Donizeti Batista salvou meu computador (e, no caso, minha vida) nas horas graves; foi um luxo total ter esse competentíssimo profissional acessível para os mais simples e complexos problemas com a tal máquina. Renata Vidal fez o tratamento gráfico dos mapas com todo cuidado. Clara Araújo utilizou seus contatos, conhecimentos e experiência para pesquisar no Arquivo Municipal de Recife para mim, em busca de retornados naquele porto. Igualmente trabalhou comigo Tatiane Reis, na pesquisa sobre os periódicos na Biblioteca Nacional, em sua fase final. Obrigada! Em todo o andamento da pesquisa foi fundamental o trabalho de levantamento de dados na BN, no Arquivo Nacional e no Arquivo da Marinha, feito por Maria Carmen Lima e Souza, minha irmã. A ela, especialissimamente, meu muito obrigada! Manuela Alvarenga foi e é aquela amiga de toda a vida, em todos os campos, e a todas as horas. Nunca será demais dizer como lhe sou grata, e o melhor é que eu nem preciso dizer. Fica o registro com destaque, pois esse é o lugar. Sonia Destri, minha vizinha querida, sem a qual o meu mundo nesses tempos de "prisão domiciliar" seria bem menos divertido e inteligente, obrigada por tudo. Márcia Atala, por muitos e fundamentais almoços e cafés, enriquecidos com recomendações sobre a tese, e toda uma amizade que temos para compartilhar. Queridas amigas:
Situação e contexto: Políticas migratórias e interações com refugiados no norte de Angola
Resumo. Neste artigo analiso o modo como se configuram as relações de refugiados, sobretudo congoleses da República Democrática do Congo (RDC), com a sociedade local e nacional, e com organizações internacionais, em duas províncias do norte de Angola: Cabinda e Lunda Norte. A partir de evidências etnográficas coletadas em um trabalho de campo realizado nestas províncias, procuro demonstrar como as representações midiáticas e definições jurídicas acerca de refugiados são ressignificadas em função dos modos de organização e representação coletiva das comunidades de estrangeiros nas províncias e cidades fronteiriças que operam como cenário concreto destes movimentos migratórios, produzindo diferentes formas de incorporação destes sujeitos aos contextos nos quais se encontram. Abstract. In this paper I analyze the configuration of the relationship between refugees, mainly from the Democratic Republic of the Congo (DRC), and local and national society and international organizations in two northern Angolan provinces: Cabinda and Lunda Norte. Drawing from ethnographic evidence collected during a fieldwork on these locations, I seek to demonstrate how mediatic representations and legal definitions concerning refugees are reframed according to the modes of collective organization and self-representations of foreign communities in the border areas that work as scenarios for migratory movements, producing different ways of incorporating immigrants and refugees to their respective social contexts.
Conexão Angola-Portugal: os dias de ponte aérea de um povo retornado
Revista Desassossego, 2019
O fim da ditadura militar portuguesa através da Revolução dos Cravos anuncia o início de um novo período que se reflete não apenas em Portugal, mas sim em suas colônias, sobretudo em Angola e Moçambique, que passam a projetar seus processos de independência e construção de uma nação feita por e para africanos. Como resultado, cerca de meio milhão de portugueses são obrigados a abandonar suas casas em África e regressar para a Metrópole. Este trabalho tem por objetivo narrar sobre essas viagens retratadas na obra S.O.S Angola, da jornalista Rita Garcia. Como teóricos, utiliza-se uma introdução literária, do professor Carlos Reis e os conceitos de geometria da memória, dos pesquisadores António Souza Ribeiro e Margarida Calafate Ribeiro e de Diáspora, com Stuart Hall.