Espaço e poder em Michel Foucault (original) (raw)
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Espaço, poder e saber Foucault
Espaço, saber e poder", na versão original inglesa "Space, Knowledge, and Power", é o título de uma entrevista de Michel Foucault a Paul Rabinow, publicada na Revista Skyline: The Architecture and Design Review, em Março 1982. A tradução desta entrevista que aqui se publica pela primeira vez em português foi feita a partir da versão original em inglês e da versão francesa " Espace, savoir et pouvoir" publicada no Dits et Écrits tome IV. A Skyline era uma revista doInstitute for Architecture and Urban Studies (IAUS). Criado em 1967 pelo arquitecto americano Peter Eisenman, o Institute era uma organização sem fins lucrativos dedicada à investigação e ao ensino da arquitectura, tendo marcado de forma particularmente intensa o universo arquitectónico novaiorquino. Mais relevante que a Skyline terá sido, sem dúvida, uma outra publicação do Institute, a Oppositions, que marcou decisivamente o debate arquitectónico dos anos setenta e oitenta. Apesar de confinada, numa primeira fase, a um registo de carácter noticioso de tom um pouco mais rosa da cena arquitectónica nova-iorquina (conferências, exposições, eventos, fait divers), a Skyline é relançada em Novembro de 1981, sob a direcção de Suzanne Stephens, com uma dimensão de crítica e ensaio mais acutilante e abrangente. E é no número de Março de 1982 que se publica a entrevista a Michel Foucault. Contudo, nesse mesmo ano, já Eisenman está de saída do Institute e a Oppositions está longe da repercussão alcançada anos antes. Em 1985 o IAUS acabará por fechar as suas portas, colocando um ponto final nas suas diferentes actividades. Quanto à entrevista, esta acabou por ser presença habitual nas várias antologias que procuraram sintetizar o essencial do pensamento arquitectónico dos anos sessenta e oitenta, começando logo pela antologia que K. Michael Hays, editou no final dos anos noventa, Architectural Theory since 1968. Esta entrevista que aqui publicamos será acompanhada de um pequeno texto em forma de comentário ou um texto-glosa a publicar aqui no Punkto. O link estará disponível brevemente. [TEXTO/COMENTÁRIO] ORDEM DOS OBJECTOS E PRÁTICA DA LIBERDADE ____ [ PR ] Numa entrevista aos geógrafos do Jornal Hérodote, afirmou que a arquitectura, no final do século dezoito, torna-se política. Claro que em períodos anteriores, como por exemplo, durante o Império Romano ela já tinha sido política. O que torna tão particular o século dezoito? [1]
Espaço e poder na reflexão de Foucault: dos dispositivos à governamentalidade
por seus comentários importantes e certeiros durante a Qualificação. O resultado final dessa pesquisa se deve muito aos seus apontamentos. À minha família, especialmente minha mãe que sempre me apoiou e esteve ao meu lado em todas as etapas de minha formação. Também à minha irmã, Ana, por estar sempre disposta a ouvir os textos produzidos e as ideias em processo. Agradeço aos meus professores do Departamento de Filosofia da UFPR que me inspiraram e inspiram a fazer um trabalho sério e rigoroso em Filosofia. Agradeço especialmente aos professores: Prof. Dra. Maria Isabel Limongi, Prof. Dr. Luiz Damon Moutinho, Prof. Dr. Marco Antônio Valentim. Agradeço especialmente ao Prof. Dr. Luiz Sérgio Repa, durante a tutoria no PET-Filosofia UFPR, por ensejar o debate em torno de Michel Foucault, sempre buscando ir além dos lugares comuns e das leituras estabelecidas. Foi esse diálogo, muitas vezes silencioso, que potencializou o projeto para essa Dissertação. Aos meus amigos da UFPR, PET-Filosofia edo Grupo de Estudos Michel Foucault: Ao Benjamim Brum Neto, o colega da graduação que se tornou amigo para toda a vida. Benjamim me ensinou o gosto pela leitura atenta e pela militância feliz, tal como fala Michel Foucault. Agradeço pelas leituras atentas, pelos comentários cuidadosos, pelos momentos alegres e tristes que passamos juntos ao longo dos anos. Aos meus amigos e amigas, Fábio Veiga Miranda, Germano Manoel Pestana, Joice Proença Ribeiro, Zeus Rodrigues, André Lima, agradeço por estarem sempre torcendo pelo sucesso. Agradeço especialmente ao Alan Felipe Kaizer por sua prontidão e apoio em todos os momentos, bons e ruins. À CAPES por financiar com bolsa de pesquisa todo o período do Mestrado.
Espaço urbano e relações de poder a partir de Michel Foucault
Revista de Ciências do Estado, 2023
Considerando o desenvolvimento das cidades, pautado pelo capitalismo e atravessado pelas relações de poder, este artigo tem como objetivo analisar algumas dinâmicas que formatam o espaço urbano. Partindo das perspectivas de Michel Foucault, o propósito é contextualizar a biopolítica, relacionando variáveis que influenciam no contexto socioespacial e analisando as problemáticas do espaço urbano em um campo além do técnico. No primeiro tópico, destaca-se a cidade com ênfase na articulação dos mecanismos de poder sobre a população. Com isso, o direito à cidade fica prejudicado pelo esquadrinhamento da população e a formação do urbano de forma precária. No segundo tópico são ressaltados os processos de segregação e violência, considerando o papel do racismo de Estado a eles relacionados.
Michel Foucault e a teoria do poder
Tempo Social, 1995
Michel Foucault e a teoria do poder JOSÉ AUGUSTO GUILHON ALBUQUERQUE RESUMO: Mais do que a teoria do poder, Foucault propõe regras ou cautelas metodológicas. Diferentemente das concepções correntes, Foucault pretende explicar o poder sem o rei como sua fonte e natureza. Depois de comparar diferentes concepções correntes de poder, mostrando sua dependência da noção de um soberano, define-se o poder em Foucault como uma relação assimétrica que institui a autoridade e a obediência, e não como um objeto preexistente em um soberano, que o usa para dominar seus súditos. Para ilustrar o conceito foucaultiano de poder, comenta-se uma situação atual da política nacional.
Subjetividade e espaço: análises com Michel Foucault
Revista Pesquisas e Práticas Psicossociais, 2021
O artigo é um ensaio sobre o conceito de espaço e o de subjetividade nos trabalhos de Michel Foucault, articulando Psicologia, História e Filosofia, sendo um dos objetivos é analisar como o espaço foi abordado ao longo do trabalho de Foucault. Um ponto relevante é a interrogação sobre espaço como objeto exclusivo da Geografia ou de qualquer outro saber e da problemática das estratégias de poder no espaço e na criação de modos de viver, sentir e pensar. Os mecanismos de controle são acionados e se dirigem aos corpos, visando estabelecer e traçar limites nas relações móveis das forças no campo da formação da subjetividade assujeitada. Busca-se concluir o artigo com uma análise inquietante da importância do conceito de espaço e propõe-se a ruptura das fronteiras disciplinares para operar uma analítica do poder, saber e subjetividade no jogo estratégico dos poderes e dos discursos, em arquivos e por meio das instituições.
2017
Sob a moderação da Professora Doutora Helena Catarino, os oradores da Tertúlia “Santa Comba: Povo, Origens e seu Património” apresentaram diversos temas relacionados com o concelho, de Santa Comba Dão, nomeadamente “Origens de Santa Comba e de Santa Comba Dão”, por António Neves; “O Povo Romano e Altomedieval do Concelho de Santa Comba Dão”, por Pedro Matos; “Espaços e Poderes”, por Carlos Morais.
As resistências ao poder em Michel Foucault
Trans/Form/Ação, 2001
Ainda pouco estudada, a última fase do pensamento de Michel Foucault traz contribuições inegáveis ao debate ético e político de nossa época, sobretudo por enfatizar o papel do indivíduo e das coletividades nas lutas de transformação das estruturas de poder ora vigentes. Os modos de ser das lutas de resistência, sua importância no quadro referencial do último Foucault, revelam uma dimensão política antes insuspeitada em sua obra. Essa dimensão, para além da analítica do poder, concede aos pequenos e múltiplos movimentos de contestação papel importante e decisivo para o futuro da vida sociopolítica, fora do quadro programático dos partidos políticos estabelecidos e das formas de ação instituídas. O que nos leva a retomar, a partir de novos referenciais teóricos, a discussão sobre o potencial revolucionário ainda possível da atualidade.
Considerações sobre o poder entre Michel Foucault e Pierre Clastres
2021
RESUMO: Como o título já indica, este artigo visa relacionar o conceito de poder existente na obra de Michel Foucault e na obra de Pierre Clastres, desenvolvendo a partir daí reflexões sobre o papel e a importância do Estado na sociedade ocidental e nas sociedades ditas primitivas. O artigo se divide em duas partes principais: na primeira, organizo conceitualmente a ideia de poder presente em cada um dos autores, recorrendo brevemente a outros pensadores que abordam o mesmo tema (Hobbes, Nietzsche, Weber); e, na segunda parte, apresento as reflexões dos autores sobre o Estado em seus aspectos centralizadores para as sociedades primitivas, em sua constituição na sociedade ocidental e em sua profunda historicidade na sua relação com o poder. Permito-me, ainda, transpor essa análise (utilizando-me de Kopenawa e Marx) para questões contemporâneas ligadas aos povos indígenas, seu encontro histórico com o povo dos brancos (nisso compreendido o seu "mau encontro" com o capitalismo) e às formas de subjetividade/humanidade que se propõem aqui e lá.
Michel Foucault, os poderes e o resíduo da história
2014
Para muitos investigadores que se reivindicam de Foucault, a expenencia humana é inteligível na perspetiva de uma história do poder, nomeadamente nas formas repertoriadas pelo filósofo-historiador francês: soberania, disciplina, poder pastoral, governamentalidade, biopolítica. Aqueles que se reclamam deste projeto analisam as práticas institucionais e as relações humanas como relações de poder e contra-poder (resistências; oposição do cuidado de si à tentativa do outro de governar). Trata-se aqui de uma utilização hermenêutica de Foucault, decidida de antemão pela investigadora ou investigador. Noutros casos, os seus conceitos são utilizados de forma exploratória: podem estes contribuir para a formulação de questões e, assim, para uma maior inteligibilidade dos objetos? Chamaria utilização heurística a este modo de mobilizar a obra de Foucault. Enfim, o famoso método genealógico, aplicável à construção dos saberes e das disciplinas científicas, tem dado resultados assinaláveis