Crise e castigo: as relações Brasil-África no governo Sarney (original) (raw)
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Crise e castigo= as relações Brasil-África no governo Sarney - Ribeiro, Claudio Oliveira
Artigo rev. Bras. Polít. int. 51 (2): 39-59 [2008] Recebido em 17 de outubro de 2007 Aprovado em 15 de abril de 2008 Resumo Este artigo analisa as relações político-comerciais Brasil-África no governo Sarney, procurando demonstrar que as mudanças observadas no sistema internacional e na realidade doméstica afetaram diretamente a condução da política externa brasileira e, por conseqüência, a intensidade das relações do país com o continente africano.
A política externa brasileira para a África de Lula a Temer
Carta Internacional
A política externa brasileira para a África sofreu inflexão durante os anos 2000. A posse de Luiz Inácio (Lula) da Silva marcou uma clara mudança nos paradigmas da política externa brasileira, acarretandoa retomada da atribuição de importância ao continente africano. A partir do primeiro mandato de Dilma Rousseff, em 2011, as relações com o continente vivenciaram um enfraquecimento, resultado decondicionamentos internos e externos, ainda que tenham mantido sua relevância para a política externa brasileira tanto em termos políticos, quanto econômicos. Com a ascensão de Michel Temer ao poder, em2016, operou-se uma reorientação nas linhas gerais da política externa brasileira, colocando em questão o espaço ocupado pelo continente africano ao longo dos anos 2000. Nesse sentido, este trabalho avalia os impactos que a política externa brasileira para o continente africano sofreu a partir de Temer. Para tanto, apoia-se sobretudo nos trabalhos de Charles Hermann (1990), com o intuito de ana...
A política externa brasileira para a África de Lula a Temer: mudança matricial em meio à crise
Carta Internacional, 2020
A política externa brasileira para a África sofreu inflexão durante os anos 2000. A posse de Luiz Inácio (Lula) da Silva marcou uma clara mudança nos paradigmas da política externa brasileira, acarretando a retomada da atribuição de importância ao continente africano. A partir do primeiro mandato de Dilma Rousseff, em 2011, as relações com o continente vivenciaram um enfraquecimento, resultado de condicionamentos internos e externos, ainda que tenham mantido sua relevância para a política externa brasileira tanto em termos políticos, quanto econômicos. Com a ascensão de Michel Temer ao poder, em 2016, operou-se uma reorientação nas linhas gerais da política externa brasileira, colocando em questão o espaço ocupado pelo continente africano ao longo dos anos 2000. Nesse sentido, este trabalho avalia os impactos que a política externa brasileira para o continente africano sofreu a partir de Temer. Para tanto, apoia-se sobretudo nos trabalhos de Charles Hermann (1990), com o intuito de analisar os diferentes níveis de mudança de política externa; e de Ricardo Sennes (2003), com o objetivo de demonstrar que a matriz de política externa que marcou os governos Lula e Dilma é distinta daquela do governo Temer.
Uma janela para s relações Brasil e África no Pós-Tráfico de Escravos
Resumo: O artigo procura analisar a política externa do Império do Brasil para a África entre as décadas de 1850 a 1860 através da participação do consulado geral brasileiro em Luanda nos episódios envolvendo o príncipe Nicolau de Água Rosada. Analisando a atuação de negociantes e agentes estatais brasileiros, no litoral da África Centro Ocidental entre 1850 a 1860. Com isso pretende-se mostrar como que apesar do término do tráfico de o Estado imperial brasileiro buscava manter vínculos econômicos e políticos na África apesar da presença crescente de outros países europeus e os primeiros movimentos no sentido da implantação do neocolonialismo no continente africano.
A Política Externa Brasileira para a África no Governo Lula
Ponto E Virgula Revista De Ciencias Sociais Issn 1982 4807, 2008
O objetivo do artigo é examinar a política externa brasileira para a África no governo Lula. É analisada a efetividade desta política, assim como o processo de decisão e interesses de atores estatais e não estatais.
Brasil e África: um novo olhar
2011
RESUMO Ligados histórica e culturalmente, Brasil e África têm mantido relacionamento aquém daquele que poderia ser considerado ideal. Retomados com certo fôlego a partir do final da década de 1960, com Mário Gibson Barboza, nem por isso, os vínculos políticos, econômicos e estratégicos com a África receberam, nos anos posteriores, prioridade por parte dos condutores da política externa brasileira. http://www.proceedings.scielo.br/pdf/enabri/n3v3/a47.pdf
As relações Brasil-África no contexto da pandemia da COVID-19: O caso de Moçambique
Desafios para Moçambique 2022, 2022
A pandemia da COVID-19 rapidamente se impôs como um dos principais, se não o principal, tema de política internacional, no período entre 2020 e 2022. A pandemia exacerbou desafios já encontrados pela comunidade internacional, como as restrições de mobilidade, assim como o acesso desigual a medicamentos e vacinas. Em certos contextos autoritários, as iniciativas de lockdown e distanciamento também foram mobilizadas para restringir as liberdades civis e de organização política. Certas respostas à pandemia também reforçaram o populismo com a adopção de um discurso negacionista, anti-ciência e contrário a instituições multilaterais como a Organização Mundial de Saúde (OMS). O relacionamento entre o Brasil e o continente africano, no contexto da COVID-19, precisa ser entendido a partir desses desafios e dos impactos que os mesmos deixaram na política internacional. No mesmo período, em Janeiro de 2022, o início do mandato brasileiro como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) também reforça os laços e interesses mútuos de cooperação entre o Brasil e o continente africano. Historicamente, a presença do Brasil no CSNU, principalmente no período do imediato pós-Guerra Fria, foi utilizada a favor dos países africanos parceiros, principalmente Angola e Moçambique. Em contrapartida, a maioria dos países africanos, em especial os países lusófonos, votam recorrentemente a favor das candidaturas brasileiras ao CSNU. De forma a contribuir para uma melhor compreensão das dinâmicas apresentadas acima, o presente capítulo está dividido nas seguintes secções: uma análise geral sobre o acompanhamento da evolução da pandemia da COVID no continente africano por parte dos diplomatas brasileiros, seguida de uma discussão sobre a cooperação brasileira no contexto da pandemia, e de uma secção sobre a covid-19 e as relações Brasil-Moçambique. O capítulo termina com a apresentação da conclusão.
Relações entre o Brasil e a África subsaárica
O Chanceler Luiz Felipe Lampreia tem reiterado que a África é um objetivo insubstituível da política externa brasileira. Elemento essencial na formação econômica e na construção da identidade nacional, as relações com o continente africano são responsáveis por páginas expressivas da história de nossa diplomacia e configuram ponto de apoio estratégico da inserção internacional do Brasil. No entanto, quando conferimos o quadro do relacionamento atual, não escapamos da constatação de que dificuldades existem. Diagnosticar suas causas e definir meios e modos de superá-las é um exercício permanente da diplomacia. As conjunturas brasileira, africana e internacional criam continuamente novas oportunidades e desafios, que uma política externa conseqüente não pode ignorar. A rigor, dificuldades existirão sempre nas relações com qualquer país e qualquer região. Ao repercutirem internamente, geram, entre outras, reações de setores técnicos, que apresentam alternativas de ação, ou políticos, que cobram atitudes do Governo. Ocorre, contudo, que os temas africanos têm entre nós uma trajetória peculiar. Suas repercussões são episódicas e emocionais. Talvez por isso, as percepções mais difundidas sobre as relações do Brasil com o continente africano em geral oscilam entre dois pólos extremados, um decididamente nostálgico, outro catastrófico.
Anais do Ciclo Virtual Internacional de Comunicações de História Política, 2021
O seguinte trabalho examinará os laços político-diplomáticos estabelecidos pelo primeiro governo ditatorial brasileiro, liderado pelo marechal Humberto Castelo Branco (1964-1967), e pelos líderes do regime racista então vigente na África do Sul, o chamado apartheid. Diferentemente de trabalhos que defendem que o Brasil manteve em relação aos racistas sul-africanos uma posição distante na área política e de cooperação na área econômica, nosso trabalho parte do princípio de que os valores ideológicos da liderança ditatorial brasileira os aproximava dos chefes do apartheid e isso resultou em um período de significativa congruência de valores entre os dois países, embora esses mesmos chefes brasileiros alardeavam que viviam em um sociedade sem preconceitos e conflitos raciais.