Vozes femininas : a polifonia arquetípica em Florbela Espanca (original) (raw)

Propõe reflexões acerca das vozes sociais e arquetípicas presentes nos livros de soneto Livro de Mágoas (1919), Livro de Sóror Saudade (1921), Charneca em Flor (1930) e Reliquiae (1931), da poeta portuguesa Florbela Espanca. Para tal utilizam-se como arcabouços teóricos básicos, as obras de Mikhail Bakhtin, especialmente os conceitos de dialogismo e polifonia, e de Carl Gustav Jung, os conceitos de arquétipos e inconsciente coletivo. A poética de Florbela Espanca é polifônica por abarcar uma multiplicidade de vozes sociais e seus respectivos discursos, ela é também arquetípica, pois reproduz experiências que extrapolam o âmbito pessoal, encontrando ressonância no coletivo de diferentes épocas. Dentre estas vozes arquetípicas femininas expressas na sua poesia, analisa-se as de Lilith, Eva e Maria, por abarcarem aspectos como a sensualidade, o erotismo, a aspiração sacerdotal e virginal, a dor, a angústia, o desejo, o sonho e a vaidade, temas que refletem certos desejos de fazer dialo...