Relações de gênero e primeiro-damismo: as experiências da Legião Brasileira de Assistência (1940-1950) (original) (raw)

Relações de gênero nas memórias do exílio brasileiro (1964-1979)

2017

A ditadura civil-militar do Brasil (1964-1985) fez com que muitas pessoas buscassem o exílio como forma de preservar a vida, para escapar da repressão ou perseguição, banidas, por autoexílio, para acompanhar familiares, entre outros motivos. Com o término deste período ou até mesmo durante ele, muitas memórias vieram à tona, nas mais variadas formas, como: autobiografias, biografias, e entrevistas. São essas memórias objeto e fontes da minha pesquisa. Busco analisar, a partir das memórias, como os/as exilados/as políticos da ditadura civil-militar do Brasil (1964-1979) elaboraram as suas experiências das relações de gênero no que diz respeito ao processo de deslocamento e à vida cotidiana no novo contexto (sociedade de destino). E como se este artigo é somente parte da pesquisa que venho desenvolvendo no mestrado em História/UFSC irei me limitar às análises de somente duas obras: Memórias do exílio, Brasil 1964-19?? publicada em 1976; Memórias (das mulheres) do exílio de 1980. O iní...

Tecnificação e gênero no corpo laboral da Legião Brasileira de Assistência: assistência social e modernidade (1945-1964)

História Unisinos, 2018

Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados. Resumo: A Legião Brasileira de Assistência (LBA), instituição voltada ao amparo à maternidade e à infância, fundada em 1942 pela primeira-dama Darcy Vargas, sempre contou com o trabalho de mulheres como voluntárias, mesmo tendo passado por significativas transformações ao longo de sua existência. Utilizando como fonte as edições do Boletim da Legião Brasileira de Assistência, publicação oficial da instituição, o presente artigo almejou analisar a estrutura do corpo laboral da LBA e deslindar a atuação de mulheres na instituição, tendo em vista que a caridade e a filantropia, historicamente, foram relacionadas ao feminino. A fim de investigar o quão permeadas por representações de gênero eram tais relações laborais, valemo-nos largamente do conceito de gênero. A análise situa-se entre 1945 e 1964, período de efervescente discurso sobre a modernidade e a racionalização da vida cotidiana; dessa maneira, procurou-se também analisar as reflexões que a LBA promovia sobre o serviço social enquanto campo técnico que ganhava prestígio na sociedade, ressaltando a dicotomia entre o trabalho filantrópico benemérito e o serviço social racionalizado e tecnificado. Destarte, intentou-se analisar as profissões técnicas e científicas que compunham as forças de trabalho da LBA e matizá-las com o conceito de gênero para revelarmos, no bojo da atuação da LBA, relações e reflexões ambivalentes entre um serviço social tecnificado, chamado moderno, e outro de característica filantrópica. Observamos, contudo, que se trata de um momento de inflexão na trajetória institucional da LBA e da história da assistência no Brasil, e que as mulheres, numericamente superiores no quadro funcional, atuavam mais restritas a determinados cargos, em razão de consolidadas concepções de gênero para o período.

Vidas (entre) laçadas: relações de gênero nas memórias do exílio brasileiro (1964-1979)

2016

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2016.Durante a ditadura civil-militar muitos brasileiros/as deixaram o Brasil no intuito de preservar a vida, escapar da repressão ou perseguição, banidos, por autoexílio, para acompanhar familiares, entre outras circunstâncias que estiveram presentes. O objetivo desta dissertação é verificar de que maneira as relações de gênero e os laços (familiares, afetivos e os conjugais) estiveram presentes nas memórias do exílio político da ditadura civil-militar do Brasil (1964-1979). Desta forma, busco perceber a partir destas duas lentes as importantes relações hierárquicas constituídas ou rompidas no deslocamento exilar e na vida cotidiana do novo contexto. O recorte temporal estabelecido para a pesquisa foi de 1964 com o golpe de estado até 1979 com a Lei de Anistia. O processo de (auto) exclusão vivido de maneira heterogênea se to...

Gênero e Filantropia: As Damas De Assistência À Infância Do Ipai-RJ (1899-1930)1

2015

This paper describes and outlines a preliminary analysis about the activities of the “Damas de Assistencia a Infância”, female philanthropic association founded in Rio de Janeiro at the beginning of XXth century, bounded to the “Instituto de Protecao e Assistencia a Infância” (Ipai). The Ipai was an establishment conceived and directed by Dr. Arthur Moncorvo Filho since 1889 in Rio de Janeiro, which was rapidly replicated by the country. The pioneer role of the Ipai in building up a mother and child care networking – which was institutionalized in the Vargas’ Era – was already proved by previous investigations. We aim, now, to concur to a better comprehension of the role 1 Esse trabalho e produto da pesquisa “Filantropia, assistencia a saude e genero: o caso das Damas de Assistencia no Ipai/ RJ (1899-1930)”, desenvolvida no âmbito do Instituto de Saude Coletiva da UFF. Uma primeira versao foi apresentada no Seminario Internacional Fazendo Genero -10, em setembro de 2013.

Ditadura militar e relações de gênero

Fronteiras: Revista Catarinense de História, 2018

Este artigo é recorte de pesquisa realizada no curso de Mestrado em Ensino de História (ProfHistória) na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e busca discutir as ideias históricas de jovens estudantes sobre a representação das mulheres e das relações de gênero no ensino de história do Brasil, aqui, no período da ditadura militar brasileira. A pesquisa foi realizada numa turma de Ensino Médio, por meio de análise de conteúdos sobre a ditadura militar selecionados a partir do livro didático usado pelos(as) estudantes em 2015. A discussão metodológica pautou-se em propor atividades específicas em sala de aula, visando apurar sensibilidades e desenvolver olhares mais críticos sobre questões de gênero, feminismos e história das mulheres. O resultado final dessas atividades constituiu-se na elaboração de textos escritos pelos(as) estudantes. Esse artigo analisa tanto as atividades propostas quanto as narrativas construídas pelos(as) estudantes sobre o tema.

A participação de mulheres na construção da “Polícia Feminina” no Brasil – 1940/1950

2009

Vá que a mulher triumphe em matéria de direitos políticos, vá que ella chegue a ser deputado, senador, cabo eleitoral. Nunca cabo das fileiras marciaes. (...) O sexo forte não suportaria tamanha afronta aos seus brios... Não. Para a mulher ficarão reservadas as batalhas do amor, do afecto, da bondade. (...) No dia em que ella, como soldado, formar ao lado do homem, nesse dia então o mundo não terá mais poesia. Tudo desmoronará: ambição, sonho de glória, vertigem das alturas, tudo desabará ao choque violento do desânimo. O homem não será mais homem. 1 Essas mulheres! O que lhes terá dado no bestunto que pretendem entrar para a Polícia?! 2

A utilidade da categoria “gênero” em análises históricas

Revista Café com Sociologia, 2018

Resenha da obra: MIGLIEVICH-RIBEIRO, Adelia. Heloísa Alberto Torres e Marina de Vasconcellos: pioneiras na formação das ciências sociais no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2015, 278pp., ISBN: 978-85-7108-404-9.

A Nova Legião (Ou Sobre Como Educar as Mulheres Nos Anos Finais Do Império Brasileiro)

Divers@!

O presente artigo é fruto das reflexões históricas acerca dos saberes e hierarquias que instituíram as diferentes possibilidades de educação oferecida para mulheres na década de 1880, no Rio de Janeiro. Em especial, analisa a abertura da primeira turma feminina do Imperial Liceu de Artes e Ofícios, instituição que oferecia ensino de nível secundário de caráter profissionalizante e que atendia um público exclusivamente masculino até a inauguração das “aulas para o sexo feminino”.Palavras-chave: educação; gênero; Brasil império.

A EVOLUÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NAS FORÇAS ARMADAS, EM PARTICULAR DO EXÉRCITO BRASILEIRO, DE 1930 A 1945

A discussão sobre a melhor forma de reorganizar a Previdência Social é uma das mais recorrentes no Brasil contemporâneo. Todas as medidas que têm sido tomadas, na tentativa ou na busca do equacionamento da questão, estão sendo chamadas de “Reforma de Previdência”. O assunto se reveste de grande importância, pois diz respeito e poderá afetar, direta e indiretamente, a esmagadora maioria da sociedade, a curto, médio e longo prazo. Apesar de restar comprovada a necessidade premente de reforma da previdência, a discussão em torno do tema não pode ser feita de forma intempestiva, superficial, parcial, setorizada, apaixonada ou irracional, sob pena de os resultados serem perniciosos para a sociedade e para o país. Ao analisarmos alguns discursos distorcidos a cerca do tema, observa-se que, na maioria das vezes, os mesmos ocorrem por desconhecimento da legislação, da realidade e das peculiaridades das diversas instituições, classes de trabalhadores e fatores envolvidos. O desconhecimento da profissão militar, e das suas peculiaridades, está inserido nesse contexto. Nesse quadro de alienação, podemos inserir o desconhecimento de determinantes ou motivações históricas de caráter político, econômico ou social que justifiquem ou expliquem a evolução da Previdência Social do Exército Brasileiro. Nesse contexto, a proposta deste trabalho é abordar a evolução da legislação que tratava da Previdência Social no seio das Forças Armadas, em especial no Exército Brasileiro, no período compreendido entre 1930 a 1945, a partir da situação vigente no final do século XIX e início do século XX. Paralelamente, procura-se identificar circunstâncias, aspectos ou fatores históricos, de ordem política, econômica ou social, que pudessem ter motivado ou contribuído para as mudanças e, ainda, estabelecer comparações com o modelo civil de Previdência Social no Brasil. Tudo com a finalidade enriquecer a discussão em torno do tema, para um posterior debate e tomada de decisões com maior imparcialidade, isenção e racionalidade. PALAVRAS-CHAVE: Previdência Social, profissão militar, Forças Armadas, Exército Brasileiro, evolução da legislação.