Concordância Nominal De Número No Português Brasileiro: O Papel Das Variantes Na Construção De Uma Gramática Particular (original) (raw)
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No presente estudo discutimos a concordância nominal de número na perspectiva dos pressupostos teóricos e procedimentos metodológicos fornecidos pela Teoria da Variação e Mudança Linguística propostos por Weinreich, Labov e Herzog (2006) e Labov (2008). Recorremos a abordagens assumidas por autores que buscam explicar a origem da variação da concordância nominal e o direcionamento da mudança linguística em curso. Nesse sentido, trabalhos clássicos como o de Scherre (1988), Carvalho (1997), Lopes (2001), entre outros, foram tomados como referência. Este estudo tem como corpus a fala de 12 informantes com escolarização precária que integram a comunidade de fala de Vitória da Conquista. Vale ressaltar que, em relação à origem do português popular, a discussão encontra-se em duas grandes linhas de frente: uma que privilegia a deriva e outra que se pauta na transmissão linguística irregular. Nessa perspectiva, apresentamos mais evidências sobre a realidade que observamos no vernáculo con...
RESUMO: Neste artigo, oferecemos uma visão resumida do número nominal de acordo com os pressupostos teóricos e os procedimentos metodológicos fornecidos pela variação da Teoria da Mudança e da Linguística proposta por Weinreich, Labov e Herzog (2006) e Labov (2008). Foram utilizadas como referência obras bem conhecidas como Scherre (1988), Carvalho (1997), Lopes (2001), entre outras. Este estudo tem o discurso de corpus de 12 informantes que compõem a comunidade de fala de Vitória da Conquista-BA. Desta forma, apresentamos mais evidências sobre a realidade que observamos na "linguagem vernácula conquistense", a fim de contribuir para a construção de uma história social do português popular (inferior ao normal). Os dados mostram que, em relação ao acordo nominal, há uma tendência a adquirir as marcas, sendo, sobretudo, jovens e mulheres a iniciarem esse processo. ABSTRACT: In this article, we offer a brief-view of nominal number agreement taking the theoretical assumptions ...
Mudança sem mudança: a concordância de número no português brasileiro
Scripta, 2006
Neste artigo, refletimos sobre o que as variaveis anos de escolarizacao e saliencia fonica nos revelam a respeito de processos de mudanca linguistica no portugues brasileiro falado no Rio de Janeiro com relacao a fenomenos estigmatizados fortemente estruturados, como a concordância de numero. Para tanto, apresentamos analises comparativas com base em tres amostras: (1) uma amostra aleatoria de 64 falantes gravados no inicio da decada de 1980; (2) uma amostra aleatoria de 32 falantes gravados no final da decada de 1990; (3) um grupo nao aleatorio de 16 falantes da amostra de 1980, recontactados em 1999-2000, apos um intervalo medio de 18 anos. Reafirmamos que o melhor modelo para dar conta de mudanca em um fenomeno estigmatizado e de fluxos e contrafluxos, que apresenta a configuracao de grupos e de individuos transitando por diversas vias sociais linguisticamente estruturadas.
Revista Leitura
Este artigo pretende apresentar os resultados de uma pesquisa sobre o estabelecimento da concordância sujeitoverbo em construções partitivas em português brasileiro e português europeu. Para isso, está organizado em três seções. Na primeira, apresentamos uma breve discussão acerca de um estudo sobre o processamento da concordância de número em sentenças com construções partitivas em português brasileiro (RODRIGUES, 2006). Na segunda seção, descrevemos e analisamos os resultados de um teste de julgamento de gramaticalidade a partir do qual investigamos o estabelecimento da concordância em construções partitivas em português brasileiro e português europeu (CERQUEIRA, 2009). Na última seção, concluímos que a concordância em questão pode ser explicada considerando-se a Operação
Revista de Estudos de Cultura, 2020
A variável saliência fônica, neste trabalho, estudada no uso variável da concordância nominal, analisa um grupo de fatores em função da diferenciação do material fônico na oposição singular/plural dos itens analisados no interior do sintagma nominal (SN) do corpus estudado. O estudo foi norteado pelos princípios teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (WEINREICH, LABOV e HERZOG, 2006 [1968]; LABOV, 2008 [1972]) e por pesquisas que analisaram o princípio da saliência fônica. Este trabalho apresenta os resultados do estudo sobre a variação linguística, considerando a variável saliência fônica na fala de 24 informantes do português afro-brasileiro da comunidade de Rio das Rãs, no município de Bom Jesus da Lapa-BA, divididos em três faixas etárias (25 a 35 anos; 45 a 55 anos e 65 anos ou mais), por sexo (masculino e feminino), nível de escolaridade (0 a 2 anos e 03 a 5 anos) e se o informante viveu em outra comunidade. Os resultados encontrados permitiram analisar a infl...
A Variação na Concordância Nominal na Língua Falada na Capital Alagoana
Signum: Estudos da Linguagem, 2019
Com base nos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista, analisa-se a correlação do uso da concordância nominal em Maceió e as variáveis linguísticas posição linear, classe gramatical e relação da classe gramatical com o núcleo; bem como, com as variáveis extralinguísticas escolaridade, faixa etária e sexo. Para isso analisam-se amostras de fala de 48 maceioenses estratificados através dos critérios: sexo, escolaridade (baixa escolaridade, ensino fundamental, ensino médio e ensino superior e faixa etária (dos 16 aos 35, dos 36 aos 55 e de 56 aos 80 anos). Verifica-se nesta pesquisa que a primeira posição, artigos, demonstrativos e possessivos antepostos são favorecedores da concordância nominal, como também que falantes mais escolarizados, pertencentes à faixa etária mais baixa e do sexo feminino são mais propensos ao uso da concordância. Ao comparar esses resultados com os de Pinheiro (2012), Silva (2014) e Brandão (2011) observa-se que escolaridade, sexo ...
A VARIAÇÃO DE NÚMERO NA FORMA VERBAL E NA ANÁFORA PRONOMINAL COM SUJEITO COLETIVO
prp.ueg.br
RESUMO: Esta pesquisa trata de demonstrar uma sistematicidade lingüística subjacente à variação de número na forma verbal e na anáfora pronominal relativas a sujeito coletivo singular como o pessoal, a turma, todo mundo, a gente, coletados em revistas brasileiras direcionadas ao público juvenil tipo Capricho, Atrevida, Toda Teen. Por meio do referencial teórico-metodológico da Sociolingüística Variacionista confirmaram-se os resultados de Mattos (2003) que apresentam as variáveis lingüísticas saliência fônica e tipo de sujeito como as mais relevantes no entendimento do fenômeno em questão.
Padrões de concordância de gênero e número no sintagma nominal em variedades africanas do português
Revista Leitura, 2017
Estudos sociolinguísticos realizados no âmbito da concordância verbal (CV) e nominal (CN) no português brasileiro (PB) e no português europeu (PE) apontam que, no primeiro, tanto a CN quanto a CV constituem uma regra variável, ao passo que, no segundo, uma regra categórica no âmbito da CN (99,9%) e semicategórica no âmbito da CV (98,9%) (BRANDÃO; VIEIRA, 2012). Neste artigo, centrando nossa atenção nos padrões de CN de gênero e número em cinco variedades africanas do português (Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Guiné-Bissau) e, tomando por base as três classes de regras linguísticas propostas por Labov (2003), verificamos, no corpus desta pesquisa, constituído de 13.432 sintagmas, uma regra variável e semicategórica para a CN de número. Quanto ao gênero, os resultados percentuais sugerem que a regra de aplicação da concordância se apresenta categórica no português de Angola e semicategórica nas demais variedades africanas do português.
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O presente estudo toma como objeto de análise sociolinguística e sócio-histórica o emprego da Concordância Nominal (CN) de número entre os elementos do interior do Sintagma Nominal (SN) no Português Afro-brasileiro, registrado em amostras de fala da comunidade quilombola de Rio das Rãs, no município de Bom Jesus da Lapa, no oeste do Estado da Bahia, corpus constituído pelo Grupo de Pesquisa em Linguística Histórica e em Sociofuncionalismo da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Analisamos os grupos de variáveis linguísticas através da perspectiva atomística (marcas precedentes, tonicidade, saliência fônica, posição do constituinte com referência ao núcleo e classe gramatical) e da perspectiva não atomística (função sintática do SN, realização do núcleo, posição do SN em relação ao verbo e saliência fônica) (SCHERRE, 1988) e as variáveis extralinguísticas (sexo, faixa etária, escolaridade e estada fora da comunidade), considerando empiricamente o desempenho dos falantes...