Narciso, as grandes deusas e seus rituais (original) (raw)

Narciso: polimorfismo das versões e das interpretações psicanalíticas do mito

Estudos de Psicologia (Campinas), 2003

Apresentamos neste trabalho diferentes versões do mito de Narciso, cada qual com diversificadas variações de detalhes, implicando diferentes possibilidades de interpretações psicanalíticas. Este polimorfismo das formas de relato do mito e de suas múltiplas compreensões parece refletir a própria indiferenciação dos estágios iniciais do desenvolvimento da mente humana e da complexidade que seu estudo oferece. Trata-se de uma questão em aberto e que assim deixamos permanecer, para favorecer novas reflexões para fazer progredir o estudo deste conceito básico, mas controvertido, da teoria psicanalítica.

O mito de Narciso como exemplo do sublime na literatura e na arte clássicas

2021

Este estudo pretende dar uma visão panorâmica da presença do mito de Narciso na cultura clássica. Em segundo lugar, tomando como orientação metodológica a teoria do Sublime de Dionísio Longino, pretende-se demonstrar como um poeta, Ovídio, e um sofista, Flávio Filós- trato, ambos inspirados no mesmo mito, atingem à sua maneira uma forma de Sublime em que se combina ingenium e ars, physis e techne. Para isso, abordar-se-á a época imperial augustana, em que surgem as primeiras versões gregas e latinas do mito, tendo como principal referên- cia as Metamorfoses de Ovídio. Na fase seguinte, focar-se-ão a dinastia dos Severos e o círculo cultural de Júlia Domna, no qual pontifica Flávio Filóstrato, autor das Imagines, obra que faz a ponte entre literatura e arte e nos servirá de referência. Se a Ovídio se deve uma das mais sublimes recriações poéticas do mito, a Filóstrato se deve o mérito de ter convertido uma pin- tura de Narciso em obra de arte literária, graças à técnica da ekphrasis.

Grandes Mulheres na Tradição Rosacruz

Compilado do livro Feminino ativo, feminino solar, de Valérie Dupont, publicado pela AMORC Muitas foram as mulheres que desempenharam um papel preponderante na transmissão da Tradição Rosacruz. Entretanto, seus rastros são tênues, mais ainda do que os de seus homólogos masculinos, pois a necessidade de agir sigilosamente gerava toda uma dissimulação de suas ações. Não percamos de vista que, em muitas épocas, era a própria vida que os adeptos de movimentos místicos arriscavam.

A TRADIÇÃO ROSACRUCIANA E SUAS ORDENS

O presente artigo teve por objetivo selecionar as principais Ordens de inspiração rosa cruz, analisando suas histórias e líderes e verificando suas influências doutrinárias. O resultado desse estudo foi a definição de seis vertentes rosacruzes distintas e o desenho de uma árvore genealógica abrangendo as vinte e uma Ordens apresentadas.

El divino Narciso perante os abusos de memória

2020

Analisamos a loa introdutoria para o Auto Sacramental El Divino Narciso (1688), a fim de identificar fenomenos mnemonicos desenvolvidos pela freira erudita Soror Juana que travam uma luta contra os abusos de memoria referidos aos povos subalternizados pela colonia espanhola. Por entrelacar historia, memoria e esquecimento, as analises tem por aporte teorico os estudos do filosofo frances Paul Ricoeur (2000).

Contemplando Narciso: o mito de Narciso no De Amore de Marsílio Ficino

2021

Por volta de 1469, Marsílio Ficino compôs o Commentarium in Convivium Platonis, também conhecido por De Amore, um extenso e complexíssimo comentário ao Symposium de Pla- tão. No sexto discurso da referida obra o nosso pensador insere e desenvolve uma brevíssima referência à figura de Narciso, ao mito de Narciso. Pretende-se neste artigo desenvolver uma apresentação da interpretação de Marsílio Ficino do mito de Narciso. Pretende-se igualmente analisar a questão da inserção do mito de Narciso na obra de Ficino.

Super-Homens, Narcisos Do Ringue e Cultura Da Violência

Educacao Fisica Em Revista, 2008

A cultura da violência apresenta vários aspectos e formas de representação, configurando padrões comportamentais específicos e tipos diferenciados no que se refere à aceitação social. A violência é percebida e aceita em escalas hierarquizadas no âmbito dos vários segmentos sociais. Contudo, a violência manifestada na forma de luta, de combate entre humanos, assume conotações diferenciadas em relação às diversas modalidades e estilos de lutas, cuja manifestação e prática se reportam à cultura e aos próprios valores de determinados grupos sociais. 1.Introdução A cultura da violência apresenta vários aspectos e formas de representação, configurando padrões comportamentais específicos e tipos diferenciados no que se refere à aceitação social. A violência é percebida e aceita em escalas hierarquizadas no âmbito dos vários segmentos sociais. Contudo, a violência manifestada na forma de luta, de combate entre humanos, assume conotações diferenciadas em relação às diversas modalidades e estilos de lutas, cuja manifestação e prática se reportam à cultura e aos próprios valores de determinados grupos sociais. Historicamente, esse fenômeno tornou-se mais complexo a partir do advento da urbanização e da conseqüente violência urbana, com confrontos entre homens e grupos sociais mais freqüentes em função das brigas de ruas e "rixas" entre grupos. Um desdobramento marcante desse fenômeno é o processo de desportivização das lutas, que permite sua prática sob regras previamente estabelecidas. Os confrontos são, em tese, entre lutadores/ competidores que se enfrentam em suposta igualdade de condições e em locais apropriados, onde a violência é aceita, pois é dosada conforme as regras de cada modalidade de luta e estilo de prática. Uma variante mais significativa desse fenômeno é a espetacularização das lutas e sua comercialização como show no mercado global do entretenimento. Esse fenômeno caracteriza um empreendimento econômico com todo o simbolismo próprio da era digital e sua virtualização organizacional. Nela, o homem-mercadoria torna-se peça específica de uma engrenagem cujo mecanismo de funcionamento exige sincronização e coordenação, via definição de papéis e funções. No Brasil, as lutas são muito populares. Desde as primeiras décadas do século XX, pratica-se vale-tudo, modalidade de luta na qual praticamente todo tipo de golpes é permitido aos lutadores, exceto morder e furar os olhos, embora circunstancialmente isso ocorra, causando sérios danos aos contendores. No início, esses confrontos ocorriam com o objetivo de testar qual o melhor estilo de luta e qual o lutador mais forte, mais poderoso. Posteriormente, os eventos de combate tornaram-se eventos comerciais. Lutadores e agentes promocionais de eventos de luta passaram a visar ao lucro. Esse foi o primeiro passo para a profissionalização dessas modalidades de lutas.