SOBRE A UNIDADE E A UNIVERSALIDADE DA LÓGICA (original) (raw)
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© Iriarte Sanromán, Á. (2001) A Unidade Lexicográfica. Palavras, Colocações, Frasemas, Pragmatemas. Braga: Centro de Estudos Humanísticos-Universidade do Minho. NOTA: A paginação deste documento é diferente da versão em papel (que corresponde à do índice). Para facilitar a pesquisa, preferimos juntar todos os capítulos num único documento PDF, o que provocou algumas pequenas desformatações.
UNIVERSALIDADE ESTÉTICA E UNIVERSALIDADE LÓGICA
V. 34, Numero especial, 2011
A tese fundamental da Estética kantiana contida na Crítica do Juízo é a de que os juízos de gosto, eminentemente subjetivos, proferidos com base num sentimento de prazer desinteressado da existência do objeto julgado e não fundados em conceitos do entendimento ou ideias da razão prática, apresentam validade universal. "Universalidade estética" é o conceito-chave com base no qual a terceira Crítica, que já havia afrontado as estéticas racionalistas com a tese da não-conceptualidade do juízo de gosto, rechaça, no outro fl anco, o ceticismo estético dos defensores de um gosto privado e incomunicável. Em sua versão expositiva e analítica, o tema da universalidade do gosto é discutido no segundo momento da Analítica do Belo, que se conclui com a tese de que "belo é o que apraz universalmente sem conceito". A essa conclusão Kant chega, tendo estabelecido no §8, entre outras coisas, a distinção entre a universalidade própria dos juízos refl exionantes estéticos e uma certa universalidade que se deve reconhecer em juízos determinantes de conhecimento teórico ou prático. À primeira, Kant atribui três títulos: o acima referido de "universalidade estética" (ästhetische Allgemeinheit), o de "validade comum" (Gemingültigkeit) e o de "validade universal subjetiva" (subjektive Allgemeingültigkeit). Quanto à segunda, a Analítica parece pretender batizar com os nomes supostamente equivalentes de "universalidade lógica" (logische Allgemeinheit) e "validade universal objetiva" (objektive Allgemeingültigkeit). O que defendo, no presente trabalho, é que a inteligência da noção de universalidade estética fi ca comprometida por três níveis de ambiguidade presentes no estabelecimento desses conceitos. Primeiramente, discutirei as difi culdades concernentes à apresentação kantiana dos conceitos de "universalidade" (Allgemeinheit) e de "validade universal" 1 Este artigo foi produzido com o apoio do CNPq, através de bolsa de produtividade em pesquisa.
LITURGIA COMO MEIO DE UNIDADE NA IGREJA
Considerações iniciais Quando vamos ao culto principal da comunidade, como sabemos que estamos participando de um culto evangélico, um culto da IECLB? Faço esta pergunta, porque aqui e ali se ouve membros da igreja que não se sentem identificados com o culto onde participam. " Não reconheço mais minha igreja a partir da liturgia " , dizem. O que, afinal, caracteriza um culto da IECLB? É necessário que haja uniformidade no culto da igreja? Para responder a estas perguntas, convido você leitor/a para tomar um barco comigo e navegar no rio do culto cristão, remando rio acima, à procura daquilo que caracteriza o culto da IECLB e assim buscar pelos elementos e formas através das quais podemos identificar um culto da IECLB. Vemos que a IECLB não forma um rio separado, mas seu culto faz parte do grande rio do culto cristão. Ao longo desse rio, vamos parando em alguns portos ou pequenos afluentes, ou simplesmente observando o rio, suas águas, seu curso e suas margens. Iniciando a viagem, partimos o culto da IECLB, nos dias de hoje. Talvez levemos um susto diante da variedade de formas de celebrar. Na região onde moro, há várias comunidades da IECLB e cada uma tem algo bem próprio nas suas liturgias: cultos que utilizam a antiga liturgia prussiana; cultos sem uma ordem litúrgica fixa e sem os clássicos elementos litúrgicos, como o Kyrie eleison, o Glória in excelsis, o Aleluia, o Credo Apostólico; cultos livres, com um momento de louvor no início do culto, seguido de pregação, compromisso e oração; cultos que seguem partes da liturgia do Livro de Culto, 2 cultos que seguem totalmente a proposta do livro e cultos que a rechaçam totalmente. Na maioria dos cultos, a Eucaristia ou Ceia do Senhor acontece apenas uma vez por mês, mesmo que a recomendação do Livro de Culto seja que ela ocorra semanalmente. As diferenças não param na ordem litúrgica. Quanto aos textos bíblicos lidos, segue-se ou não o lecionário da igreja, 3 havendo igualmente uma liberdade na escolha da base bíblica para a pregação. Quanto às vestes e aos símbolos, também há muitas diferenças: uso e não uso de veste litúrgica, de paramentos, de velas, do círio pascal, entre outros símbolos. Quanto à música, também há uma diversidade de hinários, cancioneiros e cânticos, de instrumentos musicais e do uso de diferentes recursos tecnológicos-midiáticos. Estas diferenças estão relacionadas, muitas vezes, a opções pessoais, geralmente do/a ministro, em conexão ou não com movimentos e linhas teológicas da igreja. Imagino que esta diversidade de culto e de outras formas cúlticas, como o Batismo, seja uma realidade na IECLB em nível nacional.
UNIDADE I – INTRODUÇÃO À LÓGICA II
Podemos dizer que a unidade básica da lógica é o argumento, pois nele se encadeiam, de um modo que pretendemos correcto, uma série de razões que nos levam a uma conclusão. A lógica ensina-nos a pesar, a consciencializar as exigências que presidem a um pensamento válido. Para tal, ensina-nos a analisar o encadeamento de provas, procurando verificar até que ponto elas se justificam.
UFSM Resumo: Conclusão e Premissas negociam peças de informação entre si. Conclusão carece delas, Premissas dispõe delas. O saldo entre carência e disponibilidade exige aferição. O método heterogêneo de prova para a Lógica Sentencial Clássica, aqui desenvolvido, implementa esta metáfora. Ele pode ser empregado solitário, cooperativa, ou competitivamente. Palavras-Chave: Informação; informação errada; kanban; soroban. Abstract: Conclusion and Premises trade pieces of information among themselves. Conclusion lacks them, Premises supplies them. The balance between lack and availability requires admeasurement. The heterogeneous proof method for Classical Sentential Logic developed here implements this metaphor. It can be employed solitarily, cooperatively, or competitively.
A QUESTÃO DA UNIVERSALIDADE DA FILOSOFIA
Nova Águia. Revista de Cultura para o Século XXI, 2011
«A filosofia é uma tradição grega»: tal foi o que afirmei no início de um curso de introdução à filosofia medieval – latina –, há uns anos atrás, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A minha afirmação causou de imediato uma reacção misturada de perplexidade e escárnio num dos estudantes presentes, que tinha sido educado em Inglaterra. O estudante em causa alimentava a expectativa de encontrar na filosofia um saber que, na actualidade e como que numa expressão de maturidade, pudesse desenvolver-se autonomamente como uma ciência, suportada por amplos consensos da comunidade científica, e, portanto, de valor universal, sem os liames culturais do passado, que não reteriam hoje senão um interesse histórico, semelhante ao do folclore. É verdade que a filosofia sempre procurou um alcance universal: fosse através dos modelos de saber que criou, como ilustra, desde logo, o modelo aristotélico de ciência; fosse através da busca de uma linguagem universal, como ilustram quer o conceito medieval de verbo mental quer o intento bem mais recente de formalização de doutrinas filosóficas, que alentou alguns sectores da filosofia do séc. XX, com base no desenvolvimento da lógica formal. Todavia, não é menos verdade, historicamente, que a filosofia nunca logrou esse almejado alcance universal pelos meios que forjou.
A UNIDADE DA INTUIÇÃO E A UNIDADE DA SÍNTESE
Na Crítica da razão pura, a Estética Transcendental afirma que a intuição sensível pode referir-se imediatamente a objetos sem a mediação do entendimento; de outro lado, a Dedução Transcendental afirma que a objetividade tem como condição necessária uma síntese que, por não se fundar nem nas coisas nem nas formas puras da sensibilidade, só pode se fundar na espontaneidade do sujeito cognoscente. Como entender esse aparente conflito entre as duas partes da primeira Crítica? Negar a premissa, segundo certa linha de interpretação, de que os fenômenos “podem ser dados fenômenos na intuição sem as funções do entendimento” (KrV A 89/ B 122), longe de resolver o problema formulado pela Dedução Transcendental, não seria dissolver os termos que dão sentido à tarefa que propõe resolver?
UNIDADE LINGÜÍSTICA E O SISTEMA NA TEORIA SAUSSUREANA: UMA RELAÇÃO INDISSOCIÁVEL
Caderno de Estudos Linguísticos, 2012
« On ne peut ni se dispenser de les connaître, ni faire un pas sans recourir à elles ; et pourtant leur délimitation est un problème si délicat qu’on se demande si elles sont réellement données» (SAUSSURE, 1969, p. 49). Cet extrait touche un point fondamental de la théorie saussurienne : les unités linguistiques. Selon Saussure (ibidem), la délimitation de celles-ci requiert: (i) la segmentation du continuum de la parole en composants ; (ii) l’identification de ses unités, ce qui implique la reconnaissance du même element en occurrences distinctes, quoiqu’ayant des formes ou sens différents. Dans cet article, on discute la complexité de l’éxecution de ces tâches-là, en argumentant ensuite que, du point de vue saussurien, la segmentation et l’identification d’une unité exigent la reconnaissance d’un système. À partir de Ducrot (1968), on montre que, si l’on veut justifier une segmentation quelconque, il faut introduire l’élément en question dans une classe d’éléments pour lesquels on admet une analyse identique. Pour fonder cette introduction, il est nécessaire de considérer non pas seulement les éléments de la classe, mais également l’organisation plus ample dans laquelle chaque élément s’intègre. De même, l’identification d’une unité ne peut être faite, à moins que l’on considère d’autres unités qui, paradigmatiquement, constituent ses frontières. Selon Culler (1979), la nature arbitraire du signe elle-même est directement liée à la notion de système. Le fait que les signifiants et les signifiés soient des divisions immotivées d’un continuum implique qu’ils ne sont pas des identités positives, mais des membres d’un système. On revient donc à la théorie de la valeur et, conséquemment, à la notion de système. En bref, comme Ducrot (op. cit.) nous explique, bien que la notion d’unité linguistique n’ait pas été introduite par Saussure, celui-ci l’a ressignifiée, certainement.