Passivas Reflexivas no Português Brasileiro Popular (original) (raw)
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Passivas analíticas escritas por falantes do português de Moçambique
Revista Investigações
O objetivo deste artigo é descrever a produção/escrita de orações passivas no português de Moçambique. O estudo baseia-se nas teorias gerativo-transformacional e de aprendizagem das línguas, e adota uma abordagem mista. Os resultados revelam o predomínio das eventivas e curtas e um maior índice de passivas convergentes com o português europeu em relação ao número de ocorrências divergentes que envolvem, sobretudo, verbos ditransitivos. O estudo sugere que os aprendentes moçambicanos de português recorrem à gramática das línguas maternas (Full Transfer) e têm acesso à gramática universal (Full Access) no processo de aprendizagem e produção/escrita das passivas.
CONSTRUÇÕES REFLEXIVAS NO PORTUGUÊS BRASILEIRO
As construções prototipicamente reflexivas são aquelas que descrevem linguisticamente cuidados corporais (verbos de campos lexicais como WASH, SHAVE, BATHE e DRESS). Em construções desse tipo, o português brasileiro possui uma alternância semântica entre construções como se barbear e fazer a barba. Neste artigo, uma tipologia do domínio reflexivo é proposta de maneira que englobe essa segunda construção, produtiva no português brasileiro, mas não comum em outras línguas.
2017
Este trabalho tem como objetivos investigar a relacao entre linguagem e outros dominios da cognicao, alem de alimentar a reflexao acerca da relevância de se repensar o ensino de lingua portuguesa. Mais especificamente, busca-se verificar como o uso de oracoes passivas pode interferir na compreensao de enunciados de problemas matematicos e impactar o raciocinio para a sua resolucao. Sao apresentados problemas matematicos adequados a diferentes series escolares, com formulacoes em que se apresentam sentencas ativas, passivas perifrasticas ou passivas pronominais, seguidos de perguntas de compreensao. Sao avaliadas tanto a capacidade em prover o resultado ao problema quanto a habilidade de compreensao dos enunciados apresentados. Os resultados indicam que o tipo de sentenca utilizado no enunciado pode interferir na sua resolucao, sendo os melhores resultados alcancados quando a ativa esta presente. A questao da competencia linguistica do aluno e a formacao de uma periferia marcada da s...
Dos Chamados Verbos “Reflexivos e Pronominais”
Dominios De Lingu Gem, 2011
RESUMO-A conjugação dita reflexiva, a que alguns autores chamam Voz Reflexa, terá a sua origem, como se sabe, na voz média presente na língua grega. Defendemos que existe um tipo de verbos comummente confundido no seio dos chamados verbos reflexos e pronominais. Trata-se, como demonstraremos, de verbos sintemáticos. Falaremos de sintema verbal em-se (VSE) para designar todos os sintemas verbais cuja constituição implica a presença de um segmento de aparência pronominal, átono, cuja forma /me, te, se, nos, vos/, é variável de acordo com o monema de pessoa que preencha F1. Ou seja, não há, na verdade, uma escolha da forma se integrante do sintema verbal independentemente da pessoa do functivo que assume o espaço sintáctico F1. ABSTRACT-The focus here is the so called "middle voice", inheritance from the Greeks. We claim that there is a type of verbs often misunderstood among the traditionally called reflexive and pronominal verbs. Those specific verbs are synthematic verbs: verbs ending in "-se" (VSE). They require the presence of a morpheme that looks like a pronoun, which presents a variable form /me, te, se, nos, vos/ according to the personal morpheme in F1. This "Se" is part of the verb, it is not freely chosen and its form depends on the functive occupying the syntactic position of F1. Há alguns verbos que, ou sempre ou em certas Significações só se conjugam na forma de reflexos... Epifânio, Gramática Elementar, 53 Queremos abordar aqui na Revista Domínios da Linguagem o caso dos chamados verbos "reflexivos e pronominais", dado considerarmos que algumas destas estruturas são verdadeiros sintemas e colocam ao linguista reflexões interessantes. Tomamos como objecto de inquirição o Português europeu. 1 Observemos frases como: 1. Queixei-me ao médico das dores nas costas. 2. Deitei-me no sofá para descansar. 3. Não me percas o dinheiro que te dei ontem. 4. Arrependeu-se de não ter comprado a casa. 5. Pintou-se cuidadosamente ao espelho. 6. Tinha-se-lhe abandonado para sempre. 7. Entrou-te pela casa dentro e pôs-se-te a gritar? Doutorada em Linguística. 1 Necessitamos de dados sobre o português do Brasil e desde já agradecemos o contributo dos leitores.
Passiva em Mundurukú (Tupí): uma interseção entre reflexivas/recíprocas e causativas de transitivo
LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, 2012
A língua Mundurukú (tronco Tupí) apresenta uma construção passiva em que um verbo transitivo é intransitivizado, o sujeito lógico (agente) é demovido para uma função oblíqua, e o objeto direto (paciente) passa a ocupar a função de sujeito da oração. Para tanto, utilizam-se dois afixos no verbo: um intransitivizador, je-, e um demovedor de sujeito lógico, -at. O primeiro é o mesmo utilizado na intransitivização de construções reflexivas/recíprocas e o segundo é o mesmo encontrado em construções causativas de verbos transitivos. É justamente nessa interseção entre passiva, reflexiva/recíproca e causativa de transitivo que reside o foco principal de interesse do estudo da passiva em Mundurukú, tanto do ponto de vista do entendimento do funcionamento da própria língua, quanto do ponto de vista da teorização lingüística.
O Caráter Dialógico Do Pensamento Reflexivo
Inquietações e Proposituras na Formação Docente, 2019
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A reflexividade no português brasileiro: entre gramaticalização e lexicalização
A reflexividade no português brasileiro: entre gramaticalização e lexicalização Em Oliveira (2006), levanta-se a seguinte questão: em que medida as mudanças na construção reflexiva ou "pronominal" devem ser consideradas resultado de reanálise e fenômenos de um processo de gramaticalização? Para retomar esta questão, poderíamos partir de algumas observações com base nos dados empíricos apresentados pela autora, bem como no conceito de gramaticalização. 1 A. Os dados empíricos descritos nas partes I a III (Oliveira 2006) poderiam, à primeira vista, parecer paradoxais. Por um lado, constatamos a perda do pronome reflexivo (ele arrependeu __, cf. partes I e II), ao passo que, em outras variedades, há uma duplicação hipertrófica desse mesmo pronome (se acordou-se). Ao lado dessas tendências, encontramos também a neutralização, ou generalização, do pronome se quando usado com referência à primeira e segunda pessoas do singular e plural (nós se mudamos, cf.
LIBERALI, F. C. As Linguagens das Reflexões. In: Maria Cecília C. Magalhães. (Org.). A Formação do Professor como um Profissional Crítico. 1ed.Campinas: Mercado de Letras, 2004, v. 8, p. 87-117.
Subjetividade e Conectivos Causais No Português Brasileiro
Lingüística, 2015
EnglishThis paper draws on Cognitive Linguistics, and more specifically on Mental Spaces Theory (Fauconnier 1994, 1997; Fauconnier et al. 2002), in order to investigate causal connectives in Brazilian Portuguese. The research aims at describing and explaining the cognitive processes associated to the establishment of causal relations by the connectives portanto, por isso and consequentemente, taking as its starting point the Sanders et al. (2009) paper on Dutch causal connectives. Thus, based on the notions of Basic Communicative Spaces Network (BCSN) and Subject of Consciousness (SdC), it is claimed that the causal connectives under investigation may be ranked along a scale of subjectivity, which takes into account the presence of an actor or concluder in causal relations represented in different mental spaces built up during ongoing discourse portuguesEste trabalho adota o referencial teorico da Linguistica Cognitiva e, mais especificamente, a Teoria dos Espacos Mentais (Fauconnie...