A autoria feminina em Jane Eyre (original) (raw)

Gênero e raça: o contexto de produção de autoria feminina de Jane Austen e Maria Firmina dos Reis

IPOTESI – REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS

O presente artigo se propõe a analisar como as adversidades vigentes tanto na vida da escritora Jane Austen, uma das maiores romancistas da literatura inglesa do século XIX, quanto na vida de Maria Firmina dos Reis, autora brasileira precursora na publicação de um romance em solo nacional, se fazem presentes na literatura de ambas. Pretende-se observar como certos obstáculos promoveram mobilizações feministas e antirracistas em suas respectivas produções. Indagações e argumentações fundamentadas por Virginia Woolf a respeito das condições de produção literária de autoria feminina serão empregadas.

Sobre a escrita de autoria feminina na presenca

Estudos Regianos, 2018

Após uma breve panorâmica dos textos de autoria feminina publicados na presença entre 1928 e 1940, pretende-se observar o trabalho da autora que mais textos viu incluídos nos números da revista: Irene Lisboa (1892-1958). Detentora de um estilo e uma sensibilidade pouco comuns, a autora de Um dia e outro dia (poesia, 1936) ocupa um lugar à parte na história da literatura escrita pelas mulheres do seu tempo, destacando-se pela modernidade dos seus textos, que estilhaçam cânones e preconceitos. Com o nome civil ou sob os pseudónimos “João Falco” e “Mara”, Irene Lisboa apresenta-se ao leitores da Folha de Arte e Crítica como sagaz observadora da realidade envolvente, conjugando a voz do outro com a reflexão intimista e assim representando o real, ensaiando o que designa por “contar a vida aos outros”. Diferentemente de grande parte das suas contemporâneas, Irene Lisboa partilha das preocupações artísticas dos poetas da modernidade e disso dá conta a mulher que se apresenta como sujeito da sua escrita.

Um olhar sobre Jane Eyre de Charolotte Bronte: uma reafirmação da mulher

2016

Neste artigo discutimos a obra Jane Eyre de Charlotte Bronte como importante trabalho literario que oferece reflexoes sobre o papel da mulher na sociedade. Sugerimos que a obra oferece especulacoes importantes sobre a mulher na Inglaterra vitoriana, e proporciona um repensar sobre sua presenca na sociedade contemporânea, convidando o leitor a indagar sua atuacao num ambiente de crencas machistas. Criticas consagradas como Sandra Gilbert, Susan Gubar entre outras e estudiosos brasileiros como Susana Funck, Thomas Bonnici ajudam-nos a ponderar sobre o tema. Propomo-nos a ressaltar a importância da obra de Charlotte Bronte e do proprio movimento feminista como contribuicao marcante para uma reflexao sobre o ser mulher na sociedade vitoriana e nos dias de hoje.

Pode o marqueur de paroles ser uma mulher? A crioulidade feminina na obra de Ina CESAIRE

2021

Este trabalho apresenta e analisa a obra literária de Ina Césaire pelo viés da Crioulidade, inicialmente proposta por Jean Bernabé, Raphaël Confiant e Patrick Chamoiseau, mas que, como os demais movimentos literários surgidos desde o início do século XX nas Antilhas Francesas ― predominantemente masculinos ―, se mostra insuficiente para uma análise que considere a autoria feminina e suas particularidades no território insular. Para tanto, se propõe extravasar os limites do Éloge de la créolité (1993) através da crítica e do trabalho ensaístico de Condé (1993, 2009) para, enfim, pensar a literatura césairiana nos termos de uma crioulidade feminina, destacando igualmente o permanente protagonismo das mulheres em seus textos e o esforço para a continuidade da oralitura na escrita literária a partir de três gêneros: o conto oral, o teatro e o romance. Nosso objetivo central é, portanto, refletir sobre o projeto literário crioulo do ponto de vista das escritoras das ilhas de Martinica e Guadalupe e, mais precisamente, sob a perspectiva proposta por Ina Césaire, cuja produção teórico-literária ainda é pouco conhecida no âmbito dos estudos caribenhos no Brasil. Assim, na primeira parte do trabalho conceituamos a Crioulidade a partir do manifesto que inaugura o movimento, mas também através de outros textos de Confiant (2000, 2010) e Chamoiseau (2010), apontando dois outros pontos de análise que interessam-nos nos textos da literatura crioula: a diversidade de gêneros de escrita e a tradução. Em seguida, baseado no princípio posto por Chamoiseau (2016) de que o escritor é aquele que sucede o conteur, apresentamos as críticas de Maryse Condé (1993) aos movimentos literários antilhanos e apontamos as categorias de análise propostas por ela para estudo dos romances de autoria feminina das ilhas caribenhas. Por fim, apresentamos o trabalho de Ina Césaire através dos três gêneros de escrita predominantes em sua obra e que indicam a continuidade da oralitura na literatura, retomando então as questões postas por Condé e os preceitos da Crioulidade primeiramente expostos para enfim propor uma análise da literatura crioula feminina da perspectiva do mosaico de Laberge (2010) de modo a expandir a perspectiva da Crioulidade como movimento.

O Bildungsroman feminino do século XIX em A Senhora de Wildfell Hall e Jane Eyre

2018

O Bildungsroman surge na Alemanha, no final do século XVIII, tendo Goethe como um de seus principais expoentes. Pertencem a este gênero romances nos quais são retratados os processos de formação e amadurecimento do protagonista, diante de situações de confronto com os acontecimentos do mundo, da sociedade. Nesses romances, é destacada a prioridade da subjetividade mediante os valores sociais da época em que estão situados. Entretanto, a tradição desse tipo de romance estendeu-se para além dos limites do período e de sua nacionalidade. Este era considerado um gênero literário exclusivamente masculino, pelo fato de que "às mulheres não era, na época, possível a liberdade de movimentos que permite ao herói o contato com múltiplas experiências sociais decisivas no percurso de autoconhecimento" (FLORA, 2009). Contudo, sua temática se tornou popular na literatura produzida por mulheres na Inglaterra do século XIX. Os Bildungsromane femininos podem ser considerados como uma transgressão ou reinvenção do gênero tradicional. Tendo isso em vista, o presente trabalho teve como objetivos: compreender o Bildungsroman feminino do século XIX; investigar o projeto romântico na era vitoriana presente nas obras; e comparar a representação da subjetividade feminina, mediante os valores sociais da época, nas protagonistas. Quanto à sua metodologia: ela é bibliográfica, de cunho sociológico, possuindo caráter explicativo.

As múltiplas vozes narrativas de Jane Eyre: romance e filme

Tradterm

O que acontece com a voz de quem narra quando a narrativa muda de língua, tempo, espaço e/ou meio? Para examinar tal questão, adotamos como exemplo uma tradução para o português e uma adaptação cinematográfica do romance Jane Eyre (1847), de Charlotte Brontë. No plano da tradução interlingual, várias questões se colocam, como quando a narradora-personagem se dirige ao leitor. Como traduzir esse ‘reader’, que em português necessariamente terá marcação de gênero? A quem Jane se dirige? Já no filme de Robert Stevenson (1943), a narradora desdobra-se: a voz de Joan Fontaine em voice-over divide a tarefa narrativa com a câmera. A partir de conceitos narratológicos de Booth (1980) e Genette (1995) e dos estudos de Kozloff (1988) a respeito do uso de voice-over no cinema, examinamos a hipótese de que tradução e adaptação pressupõem ajustes significativos na voz narrativa.

Gênero e etnicidade na literatura de autoria feminina

Em Tese, 2011

O objetivo deste trabalho é tecer algumas considerações sobre<br />poemas e contos de escritoras negras contemporâneas a fim de<br />demonstrar o quanto o ponto de vista interno da autoria influencia na<br />voz do eu lírico e nos perfis de personagens construídos. As escritoras<br />selecionadas para este artigo são Cristiane Sobral, Lia Vieira,<br />Conceição Evaristo e Esmeralda Ribeiro, que abordam em sua<br…

Autoria Feminina na Literatura de Língua Inglesa: Mary Shelley e Frankenstein

Research, Society and Development, 2021

Este artigo tem como objetivo apresentar uma discussão a respeito das obras de autoria feminina no acervo do PNLD Literário de 2018 e propor uma análise da obra Frankenstein ou O Prometeu moderno (1818) da escritora Mary Shelley, a partir da edição em português pela Zahar, publicada no ano de 2017. Para a realização da pesquisa pretende-se, por meio do aporte teórico da Estética da Recepção, observar as potencialidades da obra para a construção do leitor estético na sala de aula e se o livro possui discurso emancipatório, já que, no ano de 2018, foi incorporado ao catálogo do PNLD - Literário, indicado para as séries do Ensino Médio. Justifica-se a escolha do referido texto (SHELLEY, 2017) por ser de autoria feminina, por ser considerado um clássico universal, por estar presente no PNLD Literário de 2018 e por sua temática ser atual e relevante aos alunos.