Estilos juvenis na periferia urbana : conhecendo culturas de alunos de uma escola municipal na Restinga Velha (original) (raw)

Coletivos juvenis nas periferias

DOAJ (DOAJ: Directory of Open Access Journals), 2021

No contexto de intensa crise no Brasil e no mundo, se aprofunda a deterioração dos mercados de trabalho, atingindo gravemente os jovens moradores de periferias urbanas. Parte deles busca construir alternativas de geração de trabalho e renda a partir de seus coletivos de pertencimento. O artigo apresenta os resultados iniciais de pesquisa qualitativa realizada junto a jovens desses coletivos, evidenciando seus desafios, bem como mudanças de percepção em relação ao próprio trabalho e às possibilidades de outros modos de engajamento na demanda por esse direito. Palavras-chave: Coletivos juvenis. Participação política. Trabalho. Pandemia. São Paulo. Resumen En el contexto de una intensa crisis en Brasil y en el mundo, el deterioro de los mercados laborales se profundiza, afectando severamente a los jóvenes que viven en las periferias urbanas. La construcción de alternativas para la generación de trabajo e ingresos pasa a formar parte de la agenda de los grupos juveniles. El artículo presenta los resultados iniciales de una investigación cualitativa realizada con jóvenes de estos grupos, mostrando cambios en la percepción en relación a su propio trabajo y a diferentes posibilidades de compromiso en la demanda de este derecho. Palabras-clave: Grupo de jóvenes. Participación política. Trabajo. Pandemia. São Paulo.

Itinerários em periferias e redes no entorno escolar: diálogos com moradoras idosas da Restinga/Porto Alegre

Reflexão e Ação

O artigo toma narrativas de moradoras do bairro Restinga, em Porto Alegre, para problematizar as redes de ação que compunham os itinerários biográficos, analisando as articulações dessas redes com as experiências narradas em relação à instituição escolar. Para tanto, apoia-se em contribuições de Martuccelli e de Requena Santos na delimitação de suportes e redes sociais. Após um inventário das condições sociais para atuação, e dos arranjos relacionais agenciados pelas mulheres, o texto destaca os laços com as arenas política, religiosa e musical-carnavalesca, transversalizadas pela pertença territorial, como espaços sociais de diferenciação dos percursos. O lugar da escola é interpretado, então, a partir das experiências, de modo a indiciar sentidos diversos para as vivências na instituição, no instigar para a ação política ou na temporalidade diferente da laboral. Assim, propõe-se discussão sobre a posição da escola desde os espaços de possíveis produzidos em contextos de periferia.

Geografando" práticas juvenis que (de)marcam a metrópole: uma questao de currículo escolar?

Geograficidade, 2012

Busca-se problematizar como determinadas práticas culturais exercidas por sujeitos jovens nas fendas e na pele das cidades podem produzir múltiplos (e provisórios) pertencimentos identitários. São tematizados grafites e pichações que vestem as ruas e paredes de Porto Alegre/ RS e em que medida elas nos fazem refletir sobre "outros" modos de "ser" e "estar" jovem nas metrópoles, "vestidas" com suas marcas, de seus tempos, de seus pensamentos. Tais culturas contribuem para os nomadismos e flutuações, também para a "lugarização" dos espaços, que movimentam uma espécie de rede de relações de toda ordem. Mostrar que os jovens possuem culturas próprias e que estas precisam ser compreendidas pelos professores possibilita maiores significações no ensino. Práticas pedagógicas que enfocam as diversas formas de manifestação juvenil e suas peculiaridades trazem subsídios para que possa haver uma aproximação maior com o mundo dos sujeitos jovens, da escola, bem como o ensino da geografia.

A juventude da periferia na escola: o que é problema?

RELACult - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade, 2016

Este artigo objetivou problematizar a noção de “aluna/o-problema”, inicialmente definida por critérios como baixo rendimento escolar, indisciplina, recuperação paralela, com vistas a compreender como tal noção é apropriada e resignificada pelos diferentes sujeitos da comunidade escolar e como opera na construção de identidades das/os estudantes Para tanto, utilizou-se a metodologia de pesquisa qualitativa, a partir da abordagem de Estudo de Caso, entre estudantes do 7º ano de uma Escola Municipal de um bairro periférico da cidade de Uruguaiana/RS. Concluiu-se que a noção de “aluna/o- problema” guarda uma complexidade de sentidos e aponta para o encontro entre universos simbólicos e visões de mundo distintos no espaço escolar, constituídos por marcadores sociais da diferença que se interseccionam, tais como gênero, raça, classe. Ao descortinar esses significados implícitos, esta pesquisa buscou contribuir para o repensar das alteridades no contexto escolar e das relações de ensinagem...

Um Estudo Sobre "Culturas Juvenis" Na Escola

Atos de Pesquisa em Educação, 2013

RESUMO Este artigo, recorte de uma pesquisa de mestrado em educação, discute a formação de grupos na sala de aula a partir do conceito de tribos urbanas de Michel Maffesoli, tendo como temática de fundo as culturas juvenis. O conceito de tribo aqui empregado é definido como um fenômeno recorrente nas sociedades contemporâneas onde as 'massas' humanas se dividem em pequenos grupos que partilham ideais em comum. A pesquisa foi feita com uma turma de 1º ano do Ensino Médio da rede estadual de ensino em Blumenau, SC. Foram realizadas entrevistas em grupo e individuais com 18 alunos que frequentam a mesma turma e que integram os 5 diferentes grupos detectados em sala de aula durante a observação de campo. Na pesquisa identifica-se que é possível utilizar o conceito de 'proxemia' de Maffesoli para explicar a formação dos grupos (tribos) em sala de aula. As tribos se constituem ora a partir das redes de relações sociais dos sujeitos, ora por disposições estéticas características de uma cultura juvenil. O ideal comunitário partilhado pelo grupo serve como mecanismo de sustentação do mesmo.

Um projeto de multiplicidade entre pesquisa, extensão, universidade e comunidade: vivenciando a cultura no bairro Restinga

Revista do Departamento de Psicologia. UFF, 2007

A proposta deste estudo é analisar os processos de construção de um campo de abertura institucional e de integração do ensino, pesquisa e extensão, a partir de uma posição heterogênea de intercessores e pesquisadores em um projeto de extensão desenvolvido entre a universidade e oficineiros do bairro Restinga em Porto Alegre. São observados movimentos sistêmicos entre: Ensino/Pesquisa/Extensão,Universidade/Comunidade, Sociologia/Comunicação/Psicologia Social, Juventude/Vulnerabilidade Social, Escola/Violência. A partir da pesquisa-intervenção produziu-se uma análise das possibilidades e conflitos nas atividades do projeto, no estabelecimento de câmbios estruturais entre seus elementos, auxiliando na sua manutenção como sistema pela produção de si mesmo.

Juventudes e escolarização: trajetórias escolares de jovens em espaço social de periferia urbana

2016

As agendas para as políticas de direitos dirigidas à juventude ganharam contornos de preocupação nos cenários nacional e internacionais mobilizados por programas de organismos supranacionais, em especial, veiculados pela Organização das Nações Unidas a seus países membros, através do Programa Mundial de Ação para a Juventude, no ano de 1985. No Brasil, a expectativa de superação dos impactos sociais e econômicos das políticas de corte neoliberal dos anos noventa, reposiciona, tardiamente, o governo central na formulação de políticas públicas para a juventude tendo como marco o Plano Nacional da Juventude (2004) e, também, um conjunto de medidas legislacionais que veio a ancorar as ações de caráter institucional para os jovens. É nosso objetivo apresentar resultados preliminares de uma pesquisa em andamento, no âmbito do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Educação – Processos Formativos e Desigualdades Sociais, sobre trajetórias de escolarização de jovens que estudam ou suspendera...

Culturas Juvenis e Pertencimento Urbano: Mapeando os Fluxos Juvenis na Cidade

Revista FSA, 2018

Como os jovens contemporâneos se apropriam do espaço urbano? A resposta para esta pergunta preconiza denso aporte de discussão teórica e de percepções das vivências juvenis em relação à cidade. O principal objetivo do estudo foi reconhecer a apropriação do espaço urbano pelos jovens contemporâneos, a fim de entender por quais espaços transitam e sua relação com estes espaços, sejam estes públicos ou privados. Tratou-se de um estudo qualitativo que, para atingir os objetivos propostos, fez uso da metodologia de cartas. Para a análise dos dados, foi utilizada análise de questões discursivas, aplicada a esta pesquisa na análise das cartas escritas pelos sujeitos. Os achados do estudo apontaram na direção de diferentes formas de apropriação do espaço urbano com recorrências significativas, como por exemplo, que os três lugares mais citados na cidade de investigação foram locais públicos conhecidos; parques/áreas de lazer e ócio. Os shoppings centers apareceram com significativa relevância nos dados de pesquisa: dos lugares citados, sete foram shoppings, o que nos leva àreflexão sobre os espaços e os modos de consumo da juventude contemporânea. Desta forma, conclui-se, ainda, que no prelo, que os jovens contemporâneos de escola pública possuem significativas vivências urbanas; entretanto, falta-lhes uma maior apropriação deste espaço, com o intuito de melhor conhecê-lo, seus pontos principais e suas questões de ordem público e social.

Entre estigmas e afetos: a experiência escolar de jovens em uma periferia de Curitiba-PR

2021

Este trabalho e resultado de pesquisa empirica, baseada em observacao participante e realizada em escola da rede publica estadual em Curitiba, Parana. De forma geral, pretende-se discutir a experiencia dos jovens em termos escolares. A hipotese e que essa experiencia e marcada pelas condicoes territoriais e sociais em que a escola esta inserida: uma periferia. Por isso, pergunta-se se a condicao de periferia da regiao repercute nas experiencias dos estudantes. As interacoes no interior da escola e com a regiao se constituem nos objetos centrais, a partir dos quais defendemos que, de um lado, esta experiencia e estigmatizante; de outro, e afetiva. Nesse sentido, argumenta-se que o processo de estigmatizacao se vincula e divide espaco com o processo de atribuir sentido a escola, por meio de uma potencial sociabilidade dos afetos. Por fim, questiona-se: se nao a experiencia desses jovens, o que, afinal, daria sentido a escola?