“Ideologia de gênero” na produção acadêmica brasileira recente (original) (raw)

Intersecções entre Balé, Gênero e Sexualidade na Produção Acadêmica no Brasil

LICERE - Revista do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer

O objetivo deste estudo foi descrever como foram tratadas as questões de gênero e sexualidade nas teses e dissertações sobre balé no Brasil até 2019. Foi realizada busca no banco da CAPES e dado maior ênfase analítica aos trabalhos com proximidade aos conceitos e análises históricas, sociais e culturais. Houve um padrão de problematizações referentes à aproximação do universo do balé às características de feminilidade, sendo que isso produz, simultaneamente, o afastamento da lógica social de masculinidade e a estigmatização dos homens que dançam – foram comuns afirmações de que, pelo senso comum, esse ambiente é atrelado à homossexualidade. Acredita-se que uma alternativa viável e talvez inovadora seja admitir a existência de ações subversivas propositais em relação às regras heteronormativas dos homens nesse universo artístico.

A propósito da “síntese brasileira” nos estudos de gêneros

Revista de Estudos da Linguagem, 2016

Em publicações recentes, pesquisadores estrangeiros têm mencionado a existência de uma “síntese brasileira” nos estudos de gêneros (textuais/discursivos), a qual teria sido impulsionada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e pelo Simpósio Internacional de Estudos de Gêneros Textuais (SIGET), configurando-se como um modelo teórico alternativo, uma quarta ou quinta grande tendência mundial de estudos de gêneros, capaz de conciliar abordagens linguísticas, retóricas, sociológicas e pedagógicas. O aludido modelo brasileiro encontraria suas bases teóricas e metodológicas na Escola de Genebra e no interacionismo sociodiscursivo. Este trabalho tem como objetivo discutir o estatuto da “síntese brasileira” conforme defendida principalmente por Bawarshi e Reiff ([2010] 2013), mas também por Swales (2012), a partir de um levantamento panorâmico das abordagens teóricas correntes no país, incluindo uma discussão das principais influências que marcam a pesquisa brasileira no campo dos gê...

Ideologia de gênero: o que dizem periódicos brasileiros?

Revista Educação, Psicologia e Interfaces, 2020

A proposta deste artigo é analisar como a tida Ideologia de Gênero tem sido abordada em periódicos brasileiros de distintas áreas do conhecimento. Trata-se de uma investigação de natureza quantitativa e qualitativa, cuja metodologia é a realização de estudo da arte de produções acadêmicas que apresentam a discussão. Os resultados encontrados em quinze publicações apontam que a temática é pertinente, devido às conjecturas atuais que colocam em xeque o saber científico sobre as questões relativas às identidades de gênero e orientações sexuais. Conclui-se necessário transpor algumas preconcepções, uma vez que isto implica em consolidar o respeito às diversas identidades.

Gênero, sexualidade e infância: produção acadêmica em debate

Argumentum

Analisa como os temas gênero e sexualidade de criança e adolescente foram discutidos/concebidos na produção científica dos periódicos da área do Serviço Social entre 2011 e 2020. Realizou-se um levantamento dos artigos no Portal de Periódicos da Capes com base nos descritores gênero, sexualidade, criança, adolescente e infância, tendo sido mapeados 54 artigos em língua portuguesa e, dentre esses, selecionados 10 para análise. As produções estudadas centram-se, principalmente, nas regiões Sudeste e Sul, em periódicos qualis B1 e B2 cujos autores estão vinculados, sobretudo, a instituições acadêmicas universitárias. A maioria dos artigos registra uma crítica ao viés estritamente biológico de sexualidade infantil e de gênero, uma vez que seus autores compreendem essa questão como construção histórico-cultural. Conclui-se que ainda são poucas as produções sobre a temática, observando-se, entretanto, um aumento expressivo de 2019 para 2020.

A origem internacional da "idelogia de gênero"

Críticas feministas, LGBTs e queers, 2019

O capítulo apresenta uma narrativa sobre a origem internacional da “ideologia de gênero”. Partimos do importante ciclo de conferências realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) no início da década de 1990. Identificamos em Nova York, na III Conferência Preparatória para Pequim, durante maço de 1995, o ponto de inflexão para o início de uma campanha internacional, comandada pelo Vaticano, contra o gênero. Analisamos por fim, o protagonismo da Santa Sé na organização dessa cruzada antigênero.