Retórica, política e religião (original) (raw)
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Cauriensia. Revista anual de ciencias eclesiásticas, 2019
Partindo do texto de Paul Ricoeur sobre Ética e Política, propõe-se uma releitura que, seguindo a mesma direção, vá além da posição de Ricoeur, atribuindo à dimensão ética um estatuto mais fundamental. Para isso, é inevitável abordar a questão do seu fundamento primeiro. É precisamente nesse nível da abordagem que se toca a questão do religioso. Nesse sentido, a dimensão religiosa poderia constituir um recurso fundamentador da ética, por um lado, e, através desta, da atividade política. Algumas sugestões de J. B. Metz inspiram esta última perspetiva.
uma análise da atuação de parlamentares evangélicos sobre direitos das mulheres e de LGBTs no Brasil
aristotélica, uma segunda escola gramatical, a língua é, por convenção de agrupamentos humanos, analogia, regularidade, proporção, enfim ratio, razão.
O livro História e Retórica, realizado para a coleção Escrever e pensar com a História, visa apresentaro os debates em torno à escrita e à reflexão sobre o conhecimento histórico colocando no centro de sua atenção as relações entre história e retórica. Partimos da consideração de que o problema que a retórica coloca para a historiografia é a consideração da linguagem, em suas mais diversas formas, na representação, na composição e na pesquisa históricas. A linguagem estaria presente não apenas no momento em que o historiador se põe a escrever o resultado de sua pesquisa mas também no modo como ele figura ou conceitualiza sua história, ligando os eventos e dando sentido à sua narrativa. Dessa forma, refletir sobre história e retórica signifca pensar sobre a relação entre o texto e a realidade histórica, o estatuto da história enquanto um conhecimento válido e as funções do conhecimento histórico nas diversas configurações sociais que ele já. O livro se estrutura em três capítulos. No primeiro, apresentamos a história e os principais elementos que constituem a retórica clássica, assim como procuramos demonstrar as discussões entre história e oratória assim como entre história e poética. No segundo, refletimos sobre a constituição da historiografia enquanto ciência, a dificuldade que ela (ainda) possui para se relacionar com o mundo histórico, o qual acaba por dotar de sentido através das concepções prévias que guiam o trabalho do historiador. Vemos, assim, como a constituição da história científica ocorreu sobre um progressivo esquecimento do problema da linguagem e, por conseguinte, também da retórica. O terceiro capítulo procura mapear a retomada da retórica no século XX e as implicações que ela trouxe para a compreensão da historiografia sob a forma do "giro linguístico", refletindo novamente sobre o que significam as pretensões de cientificidade do discurso histórico e a relação entre as palavras e o mundo.
INTERAÇÕES
É sabido que no Brasil historicamente encontramos entre candidatos a cargos eletivos a menção recorrente do nome de Deus no seu currículo de vida. A finalidade parece evidente: promover sua ilibada dignidade moral e religiosa entre possíveis eleitores. Existem muitos estudos sociológicos sobre a relação entre religião e prática política no Brasil. O presente texto segue esta linha de investigação, mas com uma nova abordagem desde a perspectiva da teologia prática. Uma pressuposição evidente em nosso texto é que, nas últimas eleições gerais que tivemos no Brasil em 2018, se pode verificar amplamente o uso e abuso explícito do nome de Deus por muitos candidatos, boa parte deles eleitos. Tais candidatos assumiram que eles tinham uma mensagem exclusiva e religiosamente fundamentada ao povo que crê em Deus. Tentamos explorar aqui este uso e abuso desde o exemplo específico do presidente eleito, capitão reformado do Exército Brasileiro Jair M. Bolsonaro.
Cadernos de Pesquisa do CDHIS
Este artigo discute alguns aspectos da incorporação do âmbito histórico no romance a partir de um breve exame da obra The Antiquary (1816), de Walter Scott. Para isso, propõe-se um recorte histórico-temático que assume, por um lado, a permanência fragmentada da Retórica na Europa do século XVIII e de toda uma tradição de subgêneros narrativos vinculados a ela; e, por outro, um crescente mercado de bens culturais a que se vinculam noções como “originalidade”, “propriedade intelectual”, “autoria/autoridade”, entre outras (Cf. WATT, 2007, p. 15; HANSEN, 2008, p. 213). Relendo a clássica noção lukacsiana da “natureza descontínuo-heterogênea” do romance (LUKÁCS, 2000, p. 101), propõe-se aqui que o protagonismo do antiquário na obra de Scott logra articular passado e presente por um viés intencionalmente paradoxal, figurando o perspectivismo histórico que é a base do romance moderno. Palavras-chave: Romance histórico; Retórica; Walter Scott.
Religião, política e sociedade
A MITOLOGIA IORUBÁ: MATRIARCADO E ANCESTRALIDADE NA FENOMENOLOGIA DOS CANDOMBLÉS DO BRASIL, 2021
Os textos que compõem os debates da obra Religião, Política e Sociedade vão ao encontro das várias reflexões e abordagens tanto teóricas quanto de análise a partir de linhas temáticas como: sistemas culturais religiosos presentes na América Latina; construção de sujeitos religiosos e políticos a partir das diversas matrizes religiosas; processos de secularização e laicidade; relações político-religiosas; e a problematização derivada de certas práticas na formação identitária que geram violência, em decorrência ora da supervalorização ora da subestimação e menosprezo de formas de existência, crença e visões de mundo. No capítulo A MITOLOGIA IORUBÁ: MATRIARCADO E ANCESTRALIDADE NA FENOMENOLOGIA DOS CANDOMBLÉS DO BRASIL, de minha autoria, analisei a presença do matriarcado na mitologia Iorubá para entender como os Orixás, enquanto imagem arquetípica, afetam e influenciam o comportamento social ao conferir características aos “filhos e filhas de santo”. No panteão Iorubá, por representarem o matriarcado, o arquétipo feminino, e a ancestralidade vinculada a este, se relaciona com conceitos fundadores da filosofia africana, cujos pilares de formação social são centrados na figura feminina. Foram analisados conceitos ligados à mitologia Iorubá, filosofia africana, fenomenologia e religião, relacionando-se os Orixás, especialmente os femininos, e a estrutura fenomênica do cotidiano de pessoas ligadas aos candomblés. Concluiu-se que esta relação empodera pessoas dentro e fora dos terreiros através da força ancestral da mitologia Iorubá, especialmente as mulheres.
Ensaios Filosóficos, 2010
Os diálogos que explicitam a filosofia platônica, sempre demonstram bastante proficuidade para o estudo acerca do Belo, no Fedro; tendo em vista que diversos tratados filosóficos que abordam muitas vezes temas comuns e muito caros à humanidade – como questões ligadas ao sentido da vida, da existência e principalmente do amor à sabedoria. Nesse sentido, se por um lado à filosofia abre um leque de possibilidades de entendimento e discussão de um tema através de sua abordagem profunda, de outro a leitura de Platão se encarrega de apresentar o vivido e o pensamento grego antigo – demonstrados na forma de arte, dando as suas questões a flexibilidade, mobilidade e erudição, características da dialética platônica. É com vistas a contribuirmos ainda mais na ampliação desse debate, que este trabalho pretende ser um estudo sobre a possibilidade de interpretar Fedro de Platão e os demais temas que o abrangem, tais como o amor, a erótica, a alma, a teoria das idéias, as manias divinas e seus enclaves; pois acreditamos que, no que diz respeito aos aspectos da filosofia antiga, Platão faz parte do cerne do seu desvelamento, sendo um dos que melhor traduz os conceitos filosóficos de sua época.