Questão Da Medicalização Como Um Atravessamento À Inclusão Escolar (original) (raw)

A Medicalização do Fracasso Escolar

Revista de Psicanálise – Grandes temas do conhecimento, 2015

Fala-se muito, no ambiente da escola, em manter a ordem e a organização da sala de aula, como se isso fosse garantia de um espaço saudável,excluindo o diferente, homogeneizando as características de cada comportamento individual e descaracterizando a diversidade. Com essa ideia de tornar os cidadãos mais “perfeitos” de uma padronização, passou-se a patologizar algo natural e humano, a vida...

Fracasso escolar e medicalização

Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 2020

The article seeks a reflective analysis about the problem that presents itself in Basic Education in face of the learning problems that some children have. Inadequate responses on the part of students to pre-established standards at school, regarding content and methodological procedures, consider them students with learning difficulties, culminating in school failure and incessant search for diagnoses in the medical field. Professional performance in the face of the situations indicated was experienced as a school failure revealed by the numerous referrals of students to the Municipal Center for Assessment and Special Education, in the municipality of Fazenda Rio Grande, Parana, to the medical field.

O trágico na cena escolar e a medicalização como desenlace

Estilos da Clinica

O artigo propõe discutir um fenômeno que na última década tem ganhado vulto na cena escolar: a medicalização do sintoma de aprendizagem como forma de desenlace para o sofrimento que este engendra – tanto para estudante quanto para professores e famílias. Como estratégia metodológica, este escrito parte de uma retomada da tragédia clássica para, dela, destacar elementos que possibilitam compor diferentes cenários que indicam desdobramentos possíveis para o encontro com a dimensão insolúvel da (ex)sistência. O escrito tem como objetivo refletir sobre as consequências deste encontro para a relação estabelecida entre os atores escolares envolvidos com a práxis educativa. Retomando a figura trágica do deus ex machina, o trabalho indica que a medicalização, o mais das vezes, ingressa na cena escolar como elemento externo que suspende as condições necessárias a uma consideração do impossível próprio ao educar e daquilo que disso deriva: a abertura para uma invenção que mobilize os elemento...

Para uma crítica da medicalização na educação

Este artigo analisa criticamente o processo crescente de medicalização da vida cotidiana e suas expressões contemporâneas no campo da educação escolar à luz dos pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural, buscando desvelar o processo de produção dos fenômenos do não aprender e não se comportar na escola, bem como os fatores que determinam sua identificação por profissionais da saúde e da educação como sintomas de doenças e transtornos. Dentre as muitas disfunções comumente associadas ao desempenho escolar de crianças na atualidade, são destacados e analisados o TDAH e o TOD. As análises desenvolvidas ao longo do texto indicam que a compreensão da medicalização como um desdobramento inevitável do processo de patologização dos problemas educacionais exige um trabalho intelectual crítico e o desenvolvimento de novos posicionamentos de psicólogos, educadores e profissionais da saúde em relação à sociedade, à educação e ao desenvolvimento humano.

Saúde e escola: reflexões em torno da medicalização da educação

É sabido que à escola chegam crianças e jovens com diferentes pontos de partida. O que não se sabe ao certo é até onde chegam essas crianças e jovens, e que percurso a escola lhes reserva, particularmente numa altura em que os profissionais de Educação se veem divididos entre inúmeras tarefas - algumas meramente administrativas – e parece cada vez mais comum atribuir-se ao comportamento “pouco adequado” dos alunos explicações de natureza tendencialmente biomédica. Face à emergência crescente de transtornos e deficits torna-se, assim, inevitável refletir criticamente acerca do que efetivamente acarretam em termos de saúde pública. Este artigo centra-se numa investigação acerca do papel da escola no sucesso educativo e no desenvolvimento integral dos alunos sinalizados ou com indicação médica para ingestão de medicação a partir de diagnósticos “nebulosos”. O conceito de medicalização adquire uma dimensão central e as suas implicações são discutidas com base num conjunto de notas de terreno e entrevistas realizadas com pais e profissionais de Educação da zona Norte de Portugal.

Puxando O Tapete Da Medicalização Do Ensino: Uma Outra Educação É Possível

Nuances: estudos sobre Educação, 2014

A partir de um conto ilustrativo, este artigo discute a medicalização do ensino. O recorte escolhido para isto é o modelo de escola hegemônico e os caminhos pelos quais este oferece solo fértil para tal fenômeno. Tendo o materialismo histórico como referencial teórico, este modelo tem sua naturalização desconstruída pelo desvelamento de suas raízes históricas e seus desencontros com o modo de vida e produção contemporâneos. Por fim, experiências educacionais não medicalizantes são apresentadas.http://dx.doi.org/10.14572/nuances.v25i1.2733

Fracasso Escolar e o fenômeno da Medicalização: um estudo sobre as concepções dos professores

2014

Este estudo teve como objetivo analisar a concepcao dos professores sobre fracasso escolar e a sua relacao com a medicalizacao na educacao. Para isso, foram realizados estudos teoricos e empiricos. Como abordagem metodologica utilizou-se a pesquisa qualitativa e definiu-se como referencial teorico para sustentar e discutir os dados coletados em entrevistas os conceitos de Foucault sobre sociedade disciplinar, controle e poder, e, para compreender as instituicoes escolares, a teoria da reproducao social e os conceitos de violencia simbolica, habitus e capital cultural discutidos por Bourdieu. Os sujeitos da pesquisa foram professoras atuantes na rede municipal no ensino fundamental 1 da cidade de Londrina, estado do Parana. No primeiro estudo empirico foram realizadas 11 entrevistas semiestruturadas e, no segundo, 3 entrevistas em profundidade. Os dados coletados nas entrevistas foram analisados por meio da tecnica de Analise de Conteudo proposta por Bardin. Como resultado, a pesquis...

Medicalização da educação especial

2021

Trazemos nesse artigo um recorte da situação da medicalização da educação especial no Brasil, também denominada inclusiva, com destaque para a emergência de analisadores que marcam o biologismo extremo e a negligência frente à complexidade dos processos subjetivos do ser humano. No contexto neoliberal, as crianças são medicadas com psicofármacos cada vez mais cedo, sendo o primeiro encaminhamento para a área da saúde realizado pela escola na maioria das vezes no estudo realizado. A partir do viés metodológico da cartografia, estratégias e narrativas apontam para arranjos micropolíticos de práticas não-medicalizantes como possíveis "linhas de fuga" à esmagadora expansão da indústria farmacêutica para tratar do "distúrbio chamado infância". Face à emergência da pandemia de COVID-19 em 2020, exploramos as tensões que envolvem essa discussão e que, neste momento, se intensificaram.