A atenção compartilhada para o mundo em comum (original) (raw)

Humanidade futuro em comum

Livro: Humanidade futuro em comum Capítulo: "Humanismo Integral Revisitado" - Elton Vitoriano Ribeiro - pp.4221-429.

O comum, a comunidade (e seus opostos)

PÓS: Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG, 2023

Resumo: O artigo a seguir é produto de uma palestra apresentada no Colóquio Encruzilhadas, Fricções e Dissensos na Arte Colaborativa, realizado na UFMG em novembro de 2022. O objetivo do texto é pensar a articulação entre os conceitos de “comum” e “comunidade” por meio de uma reflexão sobre o “comum” enquanto elemento fundante de sociabilidade e enquanto objeto de luta política a partir da perspectiva desenvolvida por alguns pensadores contemporâneos. Para isso o texto: 1) apresenta uma caracterização geral do conceito de comunidade nos termos em que foi pensado especialmente pela tradição sociológica; 2) aponta a crítica de Roberto Esposito a esta abordagem e sua reinterpretação dos conceitos de comunidade e de comum e, por fim; 3) conecta sua reflexão sobre a necessidade de expansão dos espaços do comum com outras perspectivas contemporâneas em torno de uma política do comum, tal como desenvolvidas por Hardt e Negri, Silvia Federici e Dardot e Laval

Apontamentos sobre o comum em Portugal e no Brasil

Cadernos de Arquitetura e Urbanismo v.27, n.39, 1º sem, 2020

Novas teorias sobre o comum têm sido formuladas com o intuito de se pensar uma alternativa ao binômio público-privado em algumas urbes do mundo. Todavia, parece irresponsável pensar que tal prática política acomete de maneira homogênea o Norte e o Sul global. Frente a isso, este estudo apresenta uma breve introdução acerca das teorias dos comuns urbanos, colocadas em prática por meio das okupas, e uma comparação entre essas manifestações em Portugal e no Brasil, levando o estudo, ainda, a traçar um paralelo com a teoria decolonial sem a pretensão de esgotar o assunto do comum.

O conceito do comum: notas introdutórias

Com a publicação de Bem-estar comum, escrito por Michael Hardt e Antonio Negri (2016), de O comum: ensaio sobre a revolução no século XXI, de Christian Laval e Pierre Dardot (2017), e de Calibã e a bruxa, de Silvia Federici, o tema do comum (procomún em espanhol, commons em inglês) voltou a ganhar a atenção de pesquisadores das ciências humanas e sociais no Brasil. Neste artigo, retomamos um esforço realizado por Sergio Amadeu da Silveira em 2007, quando publicou o artigo “O conceito de commons na cibercultura”, e realizamos um percurso por autores que trabalham com o conceito de comum, contribuindo para descrever e localizar parte da bibliografia disponível sobre o tema, sendo grande parcela ainda indisponível em português. No artigo, tratamos da obra de autores como Garrett Hardin, Elinor Ostrom, David Bollier, Laval e Dardot, Hardt e Negri, Silvia Federici, Michel Bauwens, Silke Helfrich, Imre Simon, Miguel Said Vieira, Joan Subirats e César Rendueles, Yochai Benkler, Rafael Zanatta e Ugo Mattei, entre outros.

O comum e a coprodução cidadã

2020

Artigo publicado na publicação extraída do ciclo PARTICIPAÇÃO SOCIAL E OS DIREITOS CULTURAIS DO SÉCULO XXI, do Centro de Pesquisa e Formação do SESC-SP. O artigo busca refletir sobre as políticas do século 21 a partir do comum, considerando que a própria ideia de participação precisa ser revista. Muitos dos ativistas e formuladores do campo do comum passaram a trabalhar com a ideia de coprodução cidadã, em substituição à de participação. Ou seja, com a defesa de que é preciso repensar por completo a relação estado-sociedade, saindo de um modelo passivo para um ativo, um modelo em que o cidadão não é convocado a falar sobre, mas a fazer, moldar coletivamente a política.

Atenção compartilhada e partilha de experiências na produção coletiva de sentidos

Ayvu: Revista de Psicologia

Este artigo visa analisar, a partir de uma abordagem enativa, como a atenção compartilhada participa da produção coletiva de sentidos – processo através do qual damos sentido ao mundo através de nossas interações com as pessoas. Tradicionalmente, fenômenos da cognição social como a produção coletiva de sentidos foram investigados a partir de perspectivas cognitivistas, mas, recentemente, vêm se tornando objeto, também, de abordagens enativas da cognição. Entretanto, apesar de os estudos enativistas ressaltarem o caráter incorporado da produção coletiva de sentidos, pouco exploram seu caráter experiencial. Através de um exemplo descrito em primeira pessoa, o presente trabalho pretende lançar luz sobre o caráter experiencial da produção coletiva de sentidos, buscando explicitar, mais especificamente, como a atenção compartilhada participa desse processo. Argumenta-se que a atenção compartilhada desempenha papel central na constituição de um plano comum da experiência, a partir do qual...

Resenha O conhecimento comum

Resenha da obra: MAFFESOLI, Michel. O conhecimento comum: introdução à sociologia compreensiva. Porto Alegre: Sulina, 2010.

O Mundo, o mundo: da alegoria da globalização à revelação do comum

Contemporânea: revista de comunicação e cultura, 2013

Proponho a análise do filme O mundo (2004), de Jia Zhangke, como alegoria aberta da globalização. A noção de alegoria aberta, ou abertura alegórica, possibilita abordar a globalização como condição de possibilidade do filme (que decorre, em parte, da participação da China nos circuitos globais de capital e de comércio) e como horizonte de sentido da narrativa (que está baseada, em parte, na metáfora do espaço do World Park de Pequim como Mundo em globalização). A análise do modo cinematográfico de constituição da alegoria da globalização conduz a uma comparação entre o trabalho de encenação de O mundo e a chamada “geografia criativa”, que constitui, desde Kuleshov, um dos efeitos mais fundamentais da montagem cinematográfica na representação do espaço. O trabalho de encenação é, no filme, uma forma de interrogar as fantasias e as promessas da globalização, em sua condição abstrata, a partir das disjunções do cotidiano dos trabalhadores e das trabalhadoras que o filme acompanha. O reconhecimento dos limites da alegoria da globalização permite a análise da narrativa como revelação do comum: do qualquer, da partilha, da experiência de estar junto.

Condição humana, mundo comum e educação

Educação, 2020

Nós, errantes, espécie aberta e inacabada, obrigada a se ver com a incerteza e a dramaticidade da condição humana, escolhemos e estabelecemos modelos de convivência sempre provisórios, passíveis de modificação e aperfeiçoamento. Pensar a educação das gerações vindouras exige um olhar para aquilo que temos em comum, ou seja, o mundo humano, fruto de nossas interações e criações. O esforço do presente texto consiste em compreender o que compõe a nossa condição humana e, a partir dela, o que a educação escolar e a docência têm a contribuir para a construção de um mundo humano comum. Será na perspectiva teórica da filósofa Hannah Arendt, especialmente a partir de sua obra A Condição Humana, que essas tematizações serão propostas. Tomar o mundo humano comum como base e orientação para educarmos os recém-chegados significa que alimentamos o desejo de que este mundo continue, dure, se eternize.