Represa Billings: Monitoramento contínuo da qualidade da água (original) (raw)

Sobre a Represa Billings A represa Billings (RB) situa-se a sudeste da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e represa as águas do Rio Grande. A área da sua bacia é de aproximadamente 47.456 ha e abrange os municípios de Rio Grande da Serra (integralmente), Diadema, Ribeirão Pires, Santo André, São Bernardo do Campo e São Paulo (todos parcialmente). O reservatório foi concebido em 1927 pelo engenheiro Asa W. K. Billings com intuito de gerar energia hidrelétrica. Na década de 1940 realizaram-se obras para desviar parte das águas do Rio Tietê direcionando-as à represa, com o objetivo de aumentar a vazão e a geração de energia. O rápido crescimento populacional da RMSP, nesse período, aliado ao precário sistema de saneamento intensificaram a poluição das águas do Rio Tietê, seus afluentes e, consequentemente, do reservatório Billings. No final da década de 1950 deu-se início o a captação de água do Rio Grande para abastecimento urbano, para atender à elevada demanda, decorrente do acréscimo populacional na região do ABC. A utilização das águas da RB para o consumo humano fomentou a preservação da qualidade desse manancial. Assim, em meados dos anos 1980, construiu-se a Barragem do Rio Grande (antiga Barragem Anchieta) para separar a água de melhor qualidade, isolando-se o braço do Rio Grande dos demais braços da RB. Em 1983, surge o Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONSEMA-SP) e iniciam-se os debates sobre a qualidade das águas na RB. No ano seguinte, inicia-se o monitoramento da qualidade da água na Billings, o qual, atualmente é responsabilidade da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). De modo a garantir a qualidade para o abastecimento público, em 1992 é paralisada a reversão das águas do Rio Tietê e afluentes para a Represa, sendo autorizada apenas para o controle de cheias. Ainda assim, esse bombeamento esporádico prejudica significativamente a recuperação da qualidade desse manancial até os dias atuais, além de tornar mais caro o tratamento da água. No ano de 2000, a Sabesp inicia a transferência de água da Billings (Braço Taquaquecetuba) para o Reservatório Guarapiranga, ampliando o uso da RB para abastecimento urbano. Considerando as suas dimensões, estima-se que a Billings possui capacidade de abastecer até 4,5 milhões de pessoas. No entanto, isso não é possível em função da elevada poluição de partes da RB, consequência da intensa ocupação irregular na décadas de 1960 a 1980, falta de planejamento urbano, saneamento básico precário, descarte inadequado de lixo e perda de cobertura vegetal.