Ana Luiza Romão Braz - As folhas de “O Livro do Travesseiro” e sua escrita: sobre o papel de Sei Shônagon na corte da imperatriz Teishi (original) (raw)
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A (Re)Leitura Da Saga Das “Filhas Do Rei” Em Bride of New France (2011), De Suzanne Desrochers
2017
Ao analisar o romance Bride of New France ([2011] 2013), da canadense Suzanne Desrochers, objetivamos mostrar como se deu a insercao da mulher branca europeia na Nova Franca, o atual Canada, durante o seculo XVII, pelo vies da ficcao. As jovens, destinadas a essa terra recem-descoberta, foram nomeadas como “filhas do Rei” e tinham a tarefa de casar com colonizadores brancos, bem como deles gerar filhos. Nesse fato historico se apoia a ficcao de Desrochers. De acordo com Zug (2016), a presenca feminina serviria como incentivo para que os desbravadores nao retornassem a sua terra natal e, ademais, povoassem o local recem-anexado a coroa francesa. A narrativa hibrida, que mescla historia e ficcao, apresenta a chegada a nova terra, o casamento e o processo de adaptacao das personagens que representam as “filhas do Rei”. Trata-se de uma obra romanesca que nao corrobora com a versao historiografica apresentada pelos disseminadores do discurso falocentrico, mas que rele, criticamente, o pr...
O Livro de Cinco Anéis Go Rin No Sho
Introdução 13 O Livro da Terra 14 O Caminho da Estratégia 14 Comparação do Caminho do Carpinteiro com a estratégia 14 O Caminho da Estratégia 15 Esboço dos cinco livros deste livro de estratégia 15 O Nome Ichi Ryu Ni To (uma escola -duas espadas) 16 A vantagem dos dois caracteres que significam "estratégia" 17 A vantagem das armas na estratégia 17 A noção de tempo na estratégia 18 O Livro da Água 19 A influência espiritual na estratégia 19 A postura do corpo na estratégia 20 O olhar na estratégia 20 Como segurar a espada longa 20 Trabalho dos pés 20 As cinco atitudes 20 O caminho da espada longa 21 Os cinco enfoques 21 O ensino da "atitude sem atitude" 22 Atingir o inimigo "num só tempo" 22 A "sincronização dupla do abdômen" 22 Nenhum esquema, nenhuma idéia 23 O golpe da água corrente 23 Golpe contínuo 23 O golpe de fogo e pedras 23 O golpe das folhas vermelhas 23 O corpo em lugar da espada longa 23 Golpear e talhar 23 Corpo de macaco chinês 24 Corpo de cola e laca 24 Lutar pela altura 24 A sensação de grudar 24 O ataque com o corpo 24 Três maneiras de bloquear um ataque 24 Apunhalar o rosto 25 Apunhalar o coração 25 Revidar "Tut-TUT!" 25 O bloqueio de choque 25 Há muitos inimigos 25 A vantagem na hora da luta 26 Um golpe 26 Comunicação direta 26 O Livro do Fogo 27 Dependendo do lugar 27 Três métodos para surpreender o inimigo 27 Prender a almofada 28 Cruzar o riacho 29 Conhecer o momento 29 Pisar na espada 29 Conhecer o "desabamento" 29 Tornar-se o inimigo 30 Soltar quatro mãos 30 Movimentar a sombra 30 Prender a sombra 30 Passar 31 Provocar a perda de equilíbrio 31 Amedrontar 31 Absorver-se 31 Atacar os cantos 31 Lançar confusão 32 Os três gritos 32 Misturar-se 32 Esmagar 32 A passagem de montanha a mar 32 Penetrar às profundezas 33 Renovar 33 Cabeça de rato, pescoço de boi 33 O comandante conhece os soldados 33 Soltar a espada 33 O corpo da pedra 34 O Livro do vento 35 Outras escolas que usam a espada extralonga 35 O espírito forte da espada longa em outras escolas 36 O uso da espada longa mais curta em outras escolas 36 Outras escolas com muitos métodos de uso da espada longa 36 O uso das atitudes da espada longa em outras escolas 37 Fixação do olhar nas outras escolas 37 O uso dos pés nas outras escolas 38 A velocidade em outras escolas 38 "Interior" e "superfície" nas outras escolas 38 O Livro do Nada 40 Notas 41 Posfácio 46 Mapa do Japão à época de Musashi, mostrando as localidades citadas no livro.
A toga de marfim: a elitização da Justiça na literatura brasileira
Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, 2020
Questão tormentosa é a definição da titularidade dos honorários de sucumbência nos processos trabalhistas em que houve sucessão de procurador. O presente trabalho visa a elucidar qual caminho pode ser trilhado para solução dessa controvérsia. Para tanto, a partir do método lógico-dedutivo será tratado primeiramente sobre os honorários de sucumbência, abordando aspectos histórico-legislativos, bem como a compreensão doutrinária do instituto. Na sequência, a referida verba honorária será analisada a partir do tratamento doutrinário e da legislação trabalhista, mormente a fim de estabelecer as diferenças lógico-sistemáticas do instituto no âmbito civil e trabalhista. Ato contínuo, partindo-se dos parâmetros alinhavados, busca-se responder quem tem titularidade para cobrar os honorários sucumbenciais fixados quando há sucessão de procuradores a eventual partilha entre os patronos.
A Rainha Ginga, da História à Literatura
2021
Leitura circunstanciada de duas obras literárias que se dedicam à personagem histórica, literária e mítica de origem angolana Nzinga Mbandi. Uma já reconhecida pela crítica, o romance do autor angolano José Eduardo Agualusa, publicado em 2015, e outra, da autora estadunidense Patricia McKissack, publicada em 2000. O estudo procura comparar em ambas as narrativas as relações mantidas com fontes históricas, tendo em vista, especialmente, que a narrativa de McKissack se constitui como adaptação para o público infanto-juvenil, localizado em espaço e cultura, inicialmente, estranhos à personagem
Autoria e memória em Sei Shônagon
ESPAÇO / ESPAÇOS: VI Colóquio Internacional Sul de Literatura Comparada, 2015
O Livro de Travesseiro, de SEI Shônagon (Japão, séculos X–XI), é um texto que pode ser lido como extremamente moderno: é fragmentário, questiona e reconfigura gêneros e categorias, e se baseia em uma persona/narradora central com uma presença dramática, individualista, e definida como em permanente crise. São essas características que permitem, por exemplo, que o livro seja retomado pelo cinema na pós-modernidade (GREENAWAY, 1996). Ao mesmo tempo, trata-se de um texto de caráter memorial, autobiográfico e elegíaco, uma homenagem e testemunho de uma época que já se encerrara no momento da escritura. É um texto híbrido, que se encaixa com dificuldade em noções despersonalizadas de autor. MINER (1990) propõe que se leve em conta a poética japonesa como base para uma interpretação da voz autoral dessa época e lugar. A poética japonesa, baseada na lírica, estaria mais próxima do “il n’y a pas de hors-texte” de DERRIDA (1967) do que da “mort de l’auteur” de BARTHES (1968) e FOUCAULT (1969). O presente trabalho busca discutir os pressupostos que permitem ler O Livro de Travesseiro como, por um lado, autoficção, e, por outro, como escrita de testemunho, e como as diferenças entre a maneira de ler no Japão e no Ocidente têm consequências importantes para a nossa concepção de autoria e verdade no texto literário. O texto é discutido a partir de modalidades como narrativa, ficção e testemunho, de maneira a esclarecer como esses conceitos podem se articular na leitura contemporânea de um texto da Antiguidade. PALAVRAS-CHAVE: Sei Shônagon, O Livro de Travesseiro, autoria, texto auto-referencial, autoficção, literatura memorial, autoria feminina. The Pillow Book of Sei Shônagon (Japan, X–XI centuries) can be categorized as a memoir, an elegy and a tribute to an era that had already ended at the time of its writing. It is a hybrid text that sits uneasily with depersonalized notions of authorship. MINER (1990) proposes to take into account Japanese poetics as the basis for an interpretation of authorial voice within that context. Japanese poetics is based on the lyric genre, and could be described as closer to DERRIDA’s “il n’y a pas de hors-texte” (1967) than to BARTHES’s (1968) and FOUCAULT’s (1969) “mort de l’auteur”. This paper seeks to discuss the assumptions that allow reading The Pillow Book as on the one hand, self-fiction, and on the other hand, as testimonial literature, and how the differences between the uses of reading in Japan and in the West have important consequences for our conception of authorship and truth in the literary text.
Este artigo tem o objetivo de observar a narrativa transmídia e seu lugar na denominação espaço-tempo do período em que vivemos. Com base nas análises de Anthony Giddens, David Harvey e Zygmunt Bauman, busca-se discutir características que levam à indefinição de uma nomenclatura que delimite e demarque o período histórico atual. Os autores citados o denominam, respectivamente, de Modernidade, Pós-modernidade e Modernidade Líquida. Em seguida, com as definições de Henry Jenkins para a narrativa transmídia e suas características temporais, parte-se para o estudo de uma das formas de participação do público com o seriado de televisão Game of Thrones, por meio de vídeos de reações a cenas e aos capítulos, postados no youtube. Pretende-se identificar, na criação e no compartilhamento desses vídeos, traços que possam aproximá-los das características do tempo contemporâneo.