O BUROCRATÊS: ANÁLISE À LUZ DE UMA GRAMÁTICA RETÓRICA - Maria Inez Matoso SILVEIRA - Universidade Federal de Alagoas - UFAL (original) (raw)
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O BUROCRATÊS: ANÁLISE À LUZ DE UMA GRAMÁTICA RETÓRICA
dsaaa herdeiro, 1990
RESUMO O burocratês é o registro lingüístico dos documentos administrativos oficiais. A autora analisa a linguagem burocrática em 48 exemplares de ofícios, gênero freqüente na correspondência administrativa. O referencial embasador da análise é de cunho sócio-retórico e comprovou as relações de força materializadas no uso da língua nas instâncias do poder institucional. ABSTRACT The bureaucratese is an official style used in written documents in administration of modern western communities. The author analyzed 48 official letters using a social-rhetorical discourse analysis and found many marks of power in the texts. This is an evidence of the principle that language materializes power relations, especially in official institutions. PALAVRAS-CHAVE Burocratês. Gênero textual ofício. Análise crítica e sócio-retórica. KEY WORDS Bureaucratese. Official letters. Social-rhetorical discourse analysis. Introdução Este trabalho tem como tema a linguagem burocrática, comumente chamada de burocratês, por analogia ao juridiquês (linguagem jurídica), do qual é herdeiro, e dele continua recebendo muita influência. Não se trata de um dialeto da língua, porque não é adquirido de forma natural; e também não tem fronteiras geográficas. Segundo Mendonça (1987), o
ELEMENTOS DE UMA ANÁLISE BAKUNINIANA DA BUROCRACIA
1987
O fenômeno da burocracia é, do ponto de vista marxista, algo de inédito na medida em que nunca havia sido considerado pelos pais fundadores como sistema político moderno de dominação. A questão que vem então ao espírito é: e quanto ao anarquismo? O marxismo não tinha desenvolvido uma reflexão sobre o sistema burocrático porque ele tinha por certo que o socialismo seria uma conseqüência inevitável do desenvolvimento das contradições do capitalismo. Para Bakunin, ao contrário, o socialismo é só uma possibilidade, nada mais. Um outro sistema pode desenvolver-se "se não ficarmos atentos", diz: o sistema da burocracia de Estado, como conseqüência do fracasso da revolução proletária. Este estudo foi publicado em “IRL-Informations et Réflexions libertaires”, no varão de 1987. Texto publicado originalmente no livro "Marxismo e Anarquismo", de René Berthier e Éric Vilain, publicado pela editora Imaginário em 2011. Tradução: Plínio Augusto Coêlho.
O SIGNIFICADO HISTÓRICO DA CLASSE BUROCRÁTICA
VIANA, Nildo. O Significado Histórico da Classe Burocrática. Enfrentamento. Goiânia: ano 13, N. 23, jan./jun. 2018. , 2018
A burocracia como fenômeno social e histórico é um dos temais mais discutidos no interior das ciências humanas. Contudo, essa discussão é realizada sob uma perspectiva ideológica, a começar pelo mais renomado sociólogo que tratou desse fenômeno, Max Weber. O caráter ideológico presente na maioria das abordagens sobre burocracia se revela no ocultamento dos seres humanos reais, de carne e osso, que permitem a existência das organizações burocráticas. Por isso é necessário discutir a questão da classe burocrática e seu significado histórico, que é o nosso objetivo no presente artigo. Burocracia e Ideologia O significado histórico da classe burocrática é ocultado pelas ideologias e a principal forma de ocultamento é no tratamento da burocracia como mera forma organizacional, sob forma fetichista, abstratificada, como se não fosse relações sociais e não existisse uma classe social envolvida em sua existência. Outra forma de realizar tal ocultamento é entender a burocracia como "camada social" e não classe social. Esse processo é realizado por várias ideologias e produtos derivados e por isso não poderemos abordar todas, sendo que vamos nos limitar a apenas duas entre as principais ideologias que ocultam a classe burocrática: a concepção weberiana e a concepção leninista. A concepção weberiana traz algumas contribuições para pensar a burocracia como forma organizacional, mas abstrai a burocracia como classe social. Um dos temas fundamentais da sociologia weberiana é justamente a burocracia. Weber, a partir de uma concepção liberal, realiza algumas críticas ao fenômeno burocrático, pois burocracia e indivíduo são coisas opostas para um liberal e individualista. Um liberal sempre toma partido do indivíduo, visto abstratificadamente. Weber tenta compreender a burocracia a partir do método
XXVI SemeAD, 2023
O propósito deste artigo é investigar como a burocracia está sendo discutida no contexto da inteligência artificial. Desenvolvemos uma revisão sistemática da literatura na qual identificamos 236 registros dentro desta temática. Com base em critérios de seleção, identificamos 36 artigos dentro do escopo. Para análise dos resultados, foi utilizado estatística descritiva com o propósito de examinar a tendência temporal e a performance das publicações. Na segunda parte da análise, avaliamos a literatura utilizando a análise de conteúdo para a criação de 8 categorias a fim de relacionar com o número de artigos e de citações para elaborar um mapeamento científico. Nossas evidências mostram que as categorias mais relevantes se referem aos temas “governança, política e regulação” e “considerações éticas e impactos sociais”. Esses destaques condizem com o estágio inicial da investigação sobre sistemas autônomos de decisão e a burocracia estatal, tendo em vista que é recente a discussão sobre como regular estas novas tecnologias e quais suas possíveis consequências éticas e sociais.
BUROCRACIA À BRASILEIRA: Uma breve análise à luz dos ensinamentos de Mises
1. INTRODUÇÃO máquina pública brasileira não é novidade. Inicia-se no período colonial, como forma de garantir o cumprimento de obrigações perante a Coroa, como o exclusivo colonial. Por conseguinte, a transição para um Estado intervencionista com vistas a supostamente organizar a sociedade surge com Getúlio Vargas e se estende até o início do período militar, na década de 1960. Emerge uma "nova engenharia político-institucional", que alterou a relação Estado-sociedade. "Tudo se tornava mais complexo" e, adiciona-se, burocrático 17 . De lá para cá, o que se pode perceber é o constante aumento do poder estatal e da máquina pública. Há hoje no Brasil 38 ministérios, incontáveis
APONTAMENTOS SOBRE CRíTICA E RAÇA NA lITERATURA BRASIlEIRA: ANOTAÇÕES A PARTIR DE LIMA BARRETO
Nas últimas décadas a literatura negra/afro-brasileira/negro-brasileira tem alargado de forma significativa o alcance, a dimensão e o escopo daquilo que se convencionou chamar de literatura brasileira. Condições de possibilidade inéditas permitiram a solidificação do debate e instituição acadêmica de disciplinas e pesquisas que se voltaram à temática da produção textual de pessoas negras.
ANÁLISE DA ABORDAGEM DO TEMA “ANTÁRTICA” EM LIVROS
O Ensino de Ciências deve transcender a simples transmissão de conceitos fundamentais, permitindo a compreensão do ser humano como parte integrante de um todo complexo e interdependente. Neste contexto, abordar o tema "Antártica" é um importante avanço para o ensino, considerando que tal continente apresenta interações diretas com o sistema climato-ambiental do planeta. O presente trabalho consiste na realização de uma análise do tema "Antártica" em livros didáticos do Ensino Fundamental. Os resultados preliminares demonstram que nenhum dos 14 livros analisados possui capítulo específico para o tema, bem como alguns apresentam imagens do continente sem referência de sua importância ambiental. A análise de textos paralelos revela que em um total de 230 textos, não há citação relativa ao tema. Os resultados obtidos denotam que a abordagem do tema no ensino fundamental ainda é escassa, cabendo propostas para inserção do tema no segmento em questão.
A TEORIA DA ESTRUTURA RETÓRICA COMO ÂNCORA PARA A ANÁFORA ESQUEMÁTICA
Neste trabalho, analiso o emprego da anáfora esquemática em textos escritos por alunos do Ensino Fundamental II da rede pública do estado de Minas Gerais, com o objetivo de averiguar se as relações retóricas que emergem entre as porções textuais, onde se configura a anáfora esquemática, favorecem a construção do referente, uma vez que a anáfora esquemática não possui um referente pontualizado no contexto enunciativo. O aporte teórico que fundamenta esta pesquisa é balizado pela linguística textual no que se refere ao emprego da anáfora esquemática proposta por Marchuschi (1998b). A anáfora esquemática obedece às instruções oriundas tanto do sistema lexical como do plano discursivo, de maneira que a administração referencial da anáfora não é somente de ordem lexical nem puramente uma questão pragmática.
O BRICOLEUR, UMA CLÍNICA RIZOMÁTICA E O "FAZER PSI": REPENSANDO AS PRÁTICAS PSICOLÓGICAS
Caderno de graduação - UNITAL, 2016
This article proposes a reflection about the term DIY, taking it as its methodological way, once it aims to rethink the “Psi practices”, thus questioning the usual clinical method in a transdisciplinary point of view. Such reflection serves as an apparatus that aids the professional (bricoleur) to evade away from scientistic logic through this process known as DIY which aims to promote an interrelationship with other knowledge, such as anthropology, arts, philosophy, sociology, popular knowledge, etc. Therefore, through a literature review, and under the influence of Deleuze and Guattari’s ideas, the text will emphasize the need for the emergence of a rhizomatic clinic, that based in DIY, will be able to create the tools that aim to provide the necessary support in the face of current demands brought to the PSI professional.
Resumo: Esse artigo apresenta os resultados de uma pesquisa qualitativa com caráter fenomenológico, abordando o brincar na visão de gestalt-terapeutas que trabalham com crianças, tendo como objetivo compreender o brincar na visão da Gestalt-terapia. Para realizá-la, obteve-se a participação de nove gestalt-terapeutas atuantes na área da Psicologia Clínica, de diferentes partes do Brasil. A coleta de dados foi realizada por meio de questionários enviados para os participantes via e-mail. A análise de dados passou primeiramente por quatro etapas de acordo com a proposta de Amedeo Giorgi e, em seguida, mais três de Antônio Coppe, na qual se revelou a essência, estrutura e configuração de sentido do tema, a partir dos elementos apreendidos da experiência de todos os participantes. Foram identificadas sete unidades de significado que revelaram a contribuição da Gestalt-terapia ao brincar, a diversidade de possibilidades do brincar, sua compreensão e forma, bem como as habilidades, conhecimento e dificuldades para atuar nesta área. Assim, pôde-se repensar o brincar sob as óticas da relação: brincar e Gestalt-terapia e competências para atuar na Gestalt-terapia infantil, além de contribuir exercitando um edificar de conhecimento fundamentado em pressupostos da Gestalt-terapia. Palavras-chave: Brincar; Gestalt-terapia; Fenomenologia.