O ocaso do eurocentrismo (original) (raw)

Notas sobre o eurocentrismo no Brasil

Revista Espaco Academico, 2011

O ensino de história no Brasil sofre de graves distorções, ensinando-se a história europeia como se fosse mundial. O eurocentrismo perpetuase em todo o sistema de ensino, na produção histórica acadêmica e na própria percepção de mundo da sociedade brasileira graças, principalmente, à inércia. Combatê-lo e implementar um ensino e uma historiografia mais condizentes com a realidade mundial seria cultural e economicamente benéfico para a população e o país.

O eurocentrismo que não cabe no UE-centrismo

Revista Intellector , 2023

[ES]Respecto del campo de estudios de la integración regional, Amitav Acharya y José Briceño Ruiz explanaran la posición prevaleciente del punto de vista y la influencia desde Europa, o particularmente de la Unión Europea (UE), acerca de las distintas experiencias regionales en el mundo y ese campo de estudios. Sin embargo, ellos desplegaron términos diferentes: UE-centrismo y eurocentrismo, respectivamente. Así, se objetiva contrastar las concepciones asociadas a los dos términos, considerando incluso el contexto del campo de estudios, a fín de proponer que hay eurocentrismos que no caben en la concepción de UE-centrismo. [PT]Com relação ao campo de estudos da integração regional, Amitav Acharya e José Briceño Ruiz explanaram a predominância do ponto de vista e a influência desde a Europa, ou particularmente da União Europeia (UE), sobre as variadas experiências regionais no mundo e sobre esse campo de estudos. Apesar desse ponto em comum, eles empregaram termos diferentes: UE-centrismo e eurocentrismo, respectivamente. Assim, objetiva-se contrastar as concepções associadas a tais termos, tendo em vista o contexto do campo de estudos inclusive, para propor que há eurocentrismos que não cabem na concepção do UE-centrismo.

Explorando O Eurocentrismo Nos Manuais Portugueses De História

Estudos de Sociologia, 2010

In this article, we present an analytical approach developed under the investigation project “Race” and Africa in Portugal: a study about history school manuals. We particularly explore the construction of a Eurocentric view of national/European history resulting from an epistemology based on a teleological conception of historical time and the design of a geography based on the dichotomy center/peripheries. In order to do so, we propose three analytical lines: (i) the employment of space/time for the construction of a logical historical narrative; (ii) the use of the national democratic State as the paradigm of political, social and economic administration; (iii) the naturalization of relations of power and violence, as a way of producing a narrative depoliticized of certain crucial processes (such as slavery or Christianization). Next, we analyze the implications of this framework for education, by arguing that the prevalence of a positivist epistemology – which proposes an approa...

História Do Eurocentrismo Na História Intelectual

2020

This article aims to realize a theoretical and historiographic balance on the concept of eurocentrism throughout five intellectual perspectives from different geographical spaces and times: the critique on the Global History developed by Perla Pacheco; indian postcolonialism, represented by Subaltern Studies and authors Dipesh Chakrabarty and Sanjay Seth, in addition the proponents of Third World thinking in postcolonial context, such as Robert Young; latin-american Decolonialism of Anibal Quijano, Enrique Dussel; and, thus, the studies related to Marxist tradition framed as the Theories of Development/ Underdevelopment proposed by Andre Gunder Frank and Samir Amin. The balance of intellectual these perspectives has as a goal to point out its similarities and contrasts. Either on theoretical and methodological points of view, we aimed to also observe the different semantic senses produced by these intellectuals for the concept. It was possible to note two currents that produced a cr...

Eurocentrismo e Racismo Ou Em Torno Da Periculosidade Das Teorias

Problemata

Resumo: Embora a questão do racismo venha sendo problematizada há décadas, especialmente na América Latina e na África, por teóricos de diversas áreas do campo das Ciências Humanas, aparentemente ainda são raros os estudos propriamente filosóficos a este respeito. Nesse artigo partimos de posições pontuais acerca da questão racial, manifestas por diversos pensadores-tomamos o cuidado de selecionar autores a quem podemos considerar, cada um a seu modo, co-responsáveis pela estruturação da sociedade ocidental contemporânea, seja em suas formas de organização dos estados, da justiça, dos sistemas ético-políticos. A partir destes autores, problematizamos um elemento político das teorias filosóficas, destacando que suas construções teóricas pressupõem uma certa concepção-racista, como veremos-de ser humano, a qual se reflete na própria concepção de organização social. Passamos, a seguir, para uma análise de como fenômeno similar pode ser verificado no pensamento hegeliano, o qual é tomado como ponto de partida filosófico por uma variedade dos mais relevantes filósofos deste início de século XXI. Concluímos, então, com uma crítica de perfil pós-colonialista a este padrão teórico, veladamente racista, que se constituiu como corpus filosófico eurocêntrico, influindo ainda hoje na organização social.

O mar no meio do mundo: reflexão sobre os sentidos do eurocentrismo

Neste trabalho, será realizada uma análise do texto “Mittel und Meere” ou “Means & Seas”, de Vilém Flusser. No caso específico desta reflexão, vamos avaliar de que maneira a imagem do Mediterrâneo como centro da Terra, apontada por Flusser, ainda habita o imaginário de diferentes culturas, em especial o Brasil. Para isso, será realizado um resumo analítico do texto em questão, seguido por uma conclusão argumentativa, cujo objetivo será alinhavar a relação entre os autores apresentados na disciplina, a força perene da imagem do mundo eurocêntrico e a construção da identidade de povos e culturas. Em uma visão de forte componente antropofágico, Flusser mostra a sobreposição de imagens que associamos às três referências que ele deseja relacionar à civilização que nasceu no entorno do Mediterrâneo: Alemanha, Estados Unidos e Brasil. Como se entoasse uma velha canção de marinheiro, o autor nos faz atravessar os grandes oceanos que separam esses países, em busca de tesouros ou, quem sabe, dos resíduos descartados e enterrados sob pesadas camadas de entorpecimento sensorial.