Sobre experiência e progresso: contribuições de Walter Benjamin para uma análise das jornadas de junho / On Experience and progress: Walter Benjamin’s contributions to the analysis of the June Days (original) (raw)
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Este artigo busca uma articulação entre as noções de experiência e progresso na obra de Wal-ter Benjamin e as manifestações populares recentes no Brasil. As jornadas de junho marcaram um momento paradigmático no país. Sua relativa intempestividade, seus processos constituin-tes e, sobretudo, seus desdobramentos alteraram o cenário político-social. Nesse sentido, traz contribuições interessantes para se (re)pensar as noções de progresso e experiência em Ben-jamin. O conceito de experiência é mobilizado para observar os múltiplos discursos empreen-didos a respeito dessas manifestações e determinar as implicações políticas dessas posturas. No texto, a crítica ao progresso de Benjamin é retomada na análise do modelo neodesenvol-vimentista adotado pelo Estado. Com o pretexto dos megaeventos que o país e a cidade do Rio de Janeiro irão sediar, a lógica do progresso tem sido empreendida em favor de interesses imobiliários e econômicos em detrimento de demandas reais e urgentes da cidade. Palavras-chave: Walter Benjamin; Experiência; Progresso; Movimentos Sociais.
Symposium of Philosophical and Academic Advising, SOFIA Papers, 2018
Apesar das várias transformações e rearranjos conceituais que acometeram o problema da experiência (Erfahrung) ao longo do percurso intelectual de Walter Benjamin, trata-se ainda de um dos poucos temas que perpassa toda sua obra. Com efeito, o conceito benjaminiano de experiência carrega certas peculiaridades em relação à inserção estrita no interior de uma reflexão sobre o conhecimento, como fizeram Aristóteles e Kant. Para além dessa restrição, ele se enquadra em uma dimensão mais ampla da relação entre homem e mundo, compreendendo características relativas ao conhecimento, à ação, à sensibilidade, à comunicação, à fé, dentre outros aspectos da experiência humana predominantes ao longo de um determinado contexto histórico, cultural e social. Em meio a isso, pode ser identificada uma tendência que orienta suas reflexões, desde os escritos produzidos nos tenros anos de juventude até aqueles redigidos sob o horizonte sombrio da Europa dos anos 30, a saber, a posição crítica em relação à experiência de seu próprio tempo. Em 1913, em um de seus primeiros escritos, intitulado precisamente "Experiência", Benjamin critica a vulgaridade filisteia e a falta de sentido com as quais os adultos costumam agir no início do século XX. Eles dedicam suas vidas a frustrar e suprimir sonhos e aspirações juvenis, relegando-os a mera animosidade que aquece todos os espíritos joviais e desaparece inevitavelmente com o estabelecimento da vida adulta: "mascarados" por uma experiência imóvel e impenetrável, os adultos se armam contra os argumentos dos jovens que procuram se emancipar de sua tutela intelectual. Alguns anos depois, precisamente entre 1917 e 1918, em Sobre o programa da filosofia vindoura, Benjamin elabora uma crítica ao sistema de Kant, especialmente ao caráter matemático-mecânico limitado e empobrecido de seu conceito de experiência, supostamente influenciado pela Weltanschauung do Iluminismo. Benjamin propõe uma reforma da filosofia pela extensão da perspectiva kantiana através da fundação de um conceito metafísico de experiência, que incluiria não só o conhecimento, mas também a arte, a história e a religião; é uma substituição do paradigma matemático-mecânico por um baseado na dimensão criativa da linguagem que permite tal extensão. Ao longo da década de 30, o problema da experiência desempenha novamente um papel central nas obras de Benjamin, enquanto declínio da experiência coletiva. Suas reflexões durante esse período examinam as consequências históricas, políticas e sociais de tal declínio, bem como formulam um diagnóstico crítico de uma nova e ascendente configuração da experiência, cujo nome é vivência (Erlebnis). Todavia, pretende-se concentrar neste artigo apenas no período inicial, marcado por uma perspectiva idealista; não obstante isso, discute-se também alguns pontos que permitem conectar essa perspectiva inicial aos desenvolvimentos materialistas dos escritos tardios. ######## Despite the several transformations and conceptual rearrangements that affected the problem of experience (Erfahrung) along Walter Benjamin’s intellectual journey, it is still one of the few themes that remain throughout his work. Indeed, Benjamin’s concept of experience holds some peculiarities about the strict insertion of reflection on knowledge, as Aristotle and Kant have done. Beyond this restriction, it fits into a broader dimension of the relation between man and world, comprising the features with regard to knowledge, action, sensibility, communication, faith and other aspects of human experience, prevailing throughout a given historical, cultural and social context. In the midst of this, may be identified an aspect that guides his reflections, from the writings produced in the tenderyears of youth to those written under the gloomy horizon of the Europe of the 30s, namely, the critical position about the experience of his own time. In 1913, in one of his earliest writings, precisely entitled “Experience”, Benjamin criticizes the philistine vulgarity and meaninglessness with which adults use to act in the early twentieth century. They devote their lives to frustrate and suppress youthful dreams and aspirations, relegating them to mere animosity that warms all young spirits and inevitably fades away with the onset of adulthood: “masked” by an immovable and impenetrable experience, the adults arm themselves against the arguments of young people who seek to emancipate themselves from their intellectual guardianship. In this text, Benjamin’s answer sounds highly idealistic: it consists in seeking ground on something “inexperienceable” that transcends the gray world dominated by adults. After a few years, precisely between 1917 and 1918, Benjamin retakes the theme of experience and radicalizesthe idealism of his position. In a short article entitled On the Program of Coming Philosophy, he elaborates a critique to Kant’s system, especially to the limited and impoverished mathematical-mechanical character of its concept of experience, supposedlyinfluenced by the Weltanschauung of the Enlightenment. Benjamin draws attention to the dazzling character of this experience, which blinds the spirits to its potentialities and prevents their accomplishment. Thus, he proposes a reform of philosophy by the extension of Kant’s perspective through the foundation of a metaphysical concept of experience, which would include not only knowledge, but also art, history and religion; it is a substitution of the mathematical-mechanical paradigm by one based on the creative dimension of language that enables such extension. Throughout the 1930s, the problem of experience plays again a central role in Benjamin’s works, namely as the decline of collective experience. His reflections during this period examine the historical, political, and social consequences of such decline, as well as formulate a critical diagnosis of a new and ascending configuration of experience, whose name is lived experience (Erlebnis). However, we intend to focus in this work only on the early period, characterized by an idealistic perspective; although this, we also discuss some points that allow us to connect such early perspective to the materialistic developments of the late writings.
Modernidade e declínio da experiência em Walter Benjamin
Acta Scientiarum. Human and Social Sciences, 2010
As categorias erfahrung (experiência autêntica) e erlebnis (experiência inautêntica) são fundamentais na abordagem da Modernidade realizada por Walter Benjamin, centrada na análise dos modos de perceber e sentir o mundo, que se alteraram a partir de transformações sociais profundas-urbanização, mercantilização, difusão da técnica, tecnologização crescente da palavra. Walter Benjamin analisou, em diversas obras, o fenômeno do declínio da erhfarung (experiência autêntica) num crescendo que pondera os efeitos psicossociais do surgimento da escrita (com a queda da linguagem adâmica, apta à transmissão do ser das coisas), da imprensa, da indústria cultural, da vivência anônima e desenraizada nas grandes cidades. O resultado deste longo processo de instauração da Modernidade foi a entronização de uma percepção fragmentada, descontínua e irrefletidaa erlebnis (experiência inautêntica).
As experiências de Walter Benjamin
2006
Esse artigo tem como objetivo refletir sobre o conceito de experiencia na obra do filosofo alemao Walter Benjamin e sua ressonancia na atualidade. A partir de pequenos fragmentos, ensaios e criticas literarias redigidas pelo filosofo no inicio do seculo XX e possivel compreender como Benjamin se situava num posicionamento teorico plural: por vezes, denotava as mazelas da sociedade moderna na qual estava inserido, revelando um sentimento nostalgico em relacao a uma experiencia perdida. Em outros momentos, ensaiava alternativas possiveis para a elaboracao de novas experiencias, tendo como inspiracao, principalmente, as obras de Bergson, Baudelaire, do surrealismo, assim como o uso do haxixe e o cotidiano das criancas. O presente trabalho visa mapear a trajetoria de Benjamin em busca de sua propria experiencia, revelando seus ditos poeticos, tecendo uma reflexao sobre as assertivas do filosofo alemao para a vida contemporanea.
“Experiência e Comunicação em Walter Benjamin”
É tendo em conta a dimensão de experimentação, de exposição ao mundo e ao outro, que a experiência se torna uma conceito que se insere num paradigma comunicacional. Se a experiência for tida como um encontro com o mundo, então ela é necessariamente perspectivada em conjugação com a comunicação uma vez que é a ela que devemos a possibilidade de partilhar, adoptar (e ultrapassar) as fronteiras ou os quadros de sentido que fundam a experiência.Nas sociedades contemporâneas, uma parte substancial do movimento comunicativo é realizado de forma mediatizada. Como entender, então, o efeito da mediatização da comunicação ao nível da experiência? Tendo como ponto de partida as meditações de Walter Benjaminem torno da Erfahrung e da Erlebnis, expostas fragmentariamente ao longo da sua obra, e da dicotomização entre uma experiência autêntica e uma experiência inautêntica, propomo-nos refletir sobre a comunicação e a sua mediatização. E procuramos pistas que nos elucidem em que medida a ubiquidade dos media afeta a riqueza da experiência comunicativa.
Notas sobre narração e experiência em Walter Benjamin
Anuário de Literatura, 2008
Resumo: O objetivo deste texto é elucidar alguns escritos clássicos sobre o conceito de experiência (Erfahrung) em Walter Benjamin, mostrando sua relação com a narração (Erzählung) e a memória.
Reflexões sobre a noção de experiência na obra de Walter Benjamin
Comunicações, 2019
Tem-se por objetivo neste estudo analisar a noção de experiência na obra de Walter Benjamin como resultado de reflexões realizadas pelo autor sobre o tema desde sua sua juventude e até sua maturidade. Demonstou-se variações sobre qualidades do conceito de experiência, que foram sendo construídas, gradualmente, conforme o autor mudava seu foco de análise e observação social para falar de experiência e modernidade. Deste trânsito, foram feitas inferências para demonstrar que a noção desenvolvida pelo autor se caracteriza por meio dos desvios que ele mesmo faz durante a vida e que o ajudaram a construir seu entendimento sobre a ideia de experiência. Deste modo, Benjamin voltou-se para o conhecimento como um exercício que evoca o acontecimento, os agoras, os sentidos da aura. Essa dimensão conceitual congrega em si o conhecimento que se constitui a partir de se ter experiências e não apenas de fazê-las como visa a ciência moderna (AGANBEN, 2005). Foram utilizados seis ensaios para estab...
Esta dissertação examina, a partir de escritos-chave para os desenvolvimentos filosóficos de Walter Benjamin na década de 30, a relação entre as noções de diagnóstico de época e declínio da experiência (Verfall der Erfahrung). Assumindo a centralidade da temática das transformações na experiência para o diagnóstico benjaminiano, devidamente justificada nos capítulos introdutórios do trabalho, a argumentação é construída com base (i) na reconstituição da gênese e das guinadas conceituais operadas na concepção de experiência (Erfahrung), de seu idealismo de juventude à sua interdependência em relação à concepção de vivência (Erlebnis) que caracteriza a filosofia tardia de Benjamin. Em seguida, de modo a preencher quaisquer eventuais lacunas, (ii) a atenção passa a ser dirigida a conceitos afins aos de experiência e vivência, bem como ao modo como eles articulam, juntos, o prisma teórico segundo o qual Benjamin leu sua própria época. Por fim, (iii) considerando o núcleo duro do projeto das Passagens e o livro planejado sobre Baudelaire – a saber, Charles Baudelaire, um lírico no auge do capitalismo –, pretende-se esboçar os contornos de alguns dos elementos materiais mais centrais de seu diagnóstico, de modo a permitir a compreensão de como os conceitos mobilizados nos capítulos anteriores o norteiam e auxiliam na sua iluminação. ####### This work examines the relationship between the notions of diagnosis of the times and decline of experience (Verfall der Erfahrung) from essential writings to the philosophical developments made by Walter Benjamin in the 1930s. Assuming the central role of the theme of transformations on experience to Benjamin’s diagnosis, duly justified in the introductory chapters, the argumentation is built on (i) the reconstitution of the genesis and the conceptual twists operated in the conception of experience (Erfahrung), from its early idealism to its interdependency concerning the conception of lived experience (Erlebnis) that characterizes Benjamin`s later writings. Then, in order to fill any possible gaps, (ii) the attention is turned to concepts related to those of experience and lived experience, as well as to how they articulate together the theoretical prism according to which Benjamin read his own time. Finally, (iii) considering the hard core of The Arcades Project and the planned book on Baudelaire – namely, Charles Baudelaire: a Lyric Poet in the Era of High Capitalism –, it is intended to sketch the outlines of some of the most important material elements of Benjamin`s diagnosis, in order to allow an understanding of how the concepts mobilized in the previous chapters guide it and help in its illumination.
Experiência e Conhecimento / Walter Benjamin
É possível manter as mais elevadas determinações do conhecimento que deu Kant e, no entanto, contradizer sua concepção teórico-cognitiva da estrutura sobre conhecimento natural ou experiência. Estas supremas determinações descansam no sistema das categorias. Mas como se sabe, Kant não estabeleceu tais determinações como únicas, senão que fez dependente a validez das categorias para a experiência da natureza de sua relação com respeito aos contextos determinados espaço-temporalmente. Nessa explicação da dependência da validez das categorias descansa a contraposição de Kant à metafísica. A afirmação sobre a possibilidade da metafísica pode ter agora realmente pelo menos três significações diferentes, das quais Kant afirmou a positiva possibilidade de uma e discutiu a das outras duas.
Notas Sobre a Concepção De Experiência No Jovem Walter Benjamin
Blucher Philosophy Proceedings, 2018
Resumo: Apesar das várias transformações e rearranjos conceituais que acometeram o problema da experiência (Erfahrung) ao longo do percurso intelectual de Walter Benjamin, trata-se ainda de um dos poucos temas que perpassa toda sua obra. Com efeito, o conceito benjaminiano de experiência carrega certas peculiaridades em relação à inserção estrita no interior de uma reflexão sobre o conhecimento, como fizeram Aristóteles e Kant. Para além dessa restrição, ele se enquadra em uma dimensão mais ampla da relação entre homem e mundo, compreendendo características relativas ao conhecimento, à ação, à sensibilidade, à comunicação, à fé, dentre outros aspectos da experiência humana predominantes ao longo de um determinado contexto histórico, cultural e social. Em meio a isso, pode ser identificada uma tendência que orienta suas reflexões, desde os escritos produzidos nos tenros anos de juventude até aqueles redigidos sob o horizonte sombrio da Europa dos anos 30, a saber, a posição crítica em relação à experiência de seu próprio tempo. Em 1913, em um de seus primeiros escritos, intitulado precisamente "Experiência", Benjamin critica a vulgaridade filisteia e a falta de sentido com as quais os adultos costumam agir no início do século XX. Eles dedicam suas vidas a frustrar e suprimir sonhos e aspirações juvenis, relegando-os a mera animosidade que aquece todos os espíritos joviais e desaparece inevitavelmente com o estabelecimento da vida adulta: "mascarados" por uma experiência imóvel e impenetrável, os adultos se armam contra os argumentos dos jovens que procuram se emancipar de sua tutela intelectual. Alguns anos depois, precisamente entre 1917 e 1918, em Sobre o programa da filosofia vindoura, Benjamin elabora uma crítica ao sistema de Kant, especialmente ao caráter matemático-mecânico limitado e empobrecido de seu conceito de experiência, supostamente influenciado pela Weltanschauung do Iluminismo. Benjamin propõe uma reforma da filosofia pela extensão da perspectiva kantiana através da fundação de um conceito metafísico de experiência, que incluiria não só o conhecimento, mas também a arte, a história e a religião; é uma substituição do paradigma matemático-mecânico por um baseado na dimensão criativa da linguagem que permite tal extensão. Ao longo da década de 30, o problema da experiência desempenha novamente um papel central nas obras de Benjamin, enquanto declínio da experiência coletiva. Suas reflexões durante esse período examinam as consequências históricas, políticas e sociais de tal declínio, bem como formulam um diagnóstico crítico de uma nova e ascendente configuração da experiência, cujo nome é vivência (Erlebnis). Todavia, pretende-se concentrar neste artigo apenas no período inicial, marcado por uma perspectiva idealista; não obstante isso, discute-se também alguns pontos que permitem conectar essa perspectiva inicial aos desenvolvimentos materialistas dos escritos tardios. Notas sobre a concepção de experiência no jovem Walter Benjamin Notes on young Walter Benjamin's conception of experience Abstract: Despite the several transformations and conceptual rearrangements that affected the problem of experience (Erfahrung) along Walter Benjamin's intellectual journey, it is still one of the few themes that remain throughout his work. Indeed, Benjamin's concept of experience holds some peculiarities about the strict insertion of reflection on knowledge, as Aristotle and Kant have done. Beyond this restriction, it fits into a broader dimension of the relation between man and world, comprising the features with regard to knowledge, action, sensibility, communication, faith and other aspects of human experience, prevailing throughout a given historical, cultural and social context. In the midst of this, may be identified an aspect that guides his reflections, from the writings produced in the tender years of youth to those written under the gloomy horizon of the Europe of the 30s, namely, the critical position about the experience of his own time. In 1913, in one of his earliest writings, precisely entitled "Experience", Benjamin criticizes the philistine vulgarity and meaninglessness with which adults use to act in the early twentieth century. They devote their lives to frustrate and suppress youthful dreams and aspirations, relegating them to mere animosity that warms all young spirits and inevitably fades away with the onset of adulthood: "masked" by an immovable and impenetrable experience, the adults arm themselves against the arguments of young people who seek to emancipate themselves from their intellectual guardianship. In this text, Benjamin's answer sounds highly idealistic: it consists in seeking ground on something "inexperienceable" that transcends the gray world dominated by adults. After a few years, precisely between 1917 and 1918, Benjamin retakes the theme of experience and radicalizes the idealism of his position. In a short article entitled On the Program of Coming Philosophy, he elaborates a critique to Kant's system, especially to the limited and impoverished mathematical-mechanical character of its concept of experience, supposedly influenced by the Weltanschauung of the Enlightenment. Benjamin draws attention to the dazzling character of this experience, which blinds the spirits to its potentialities and prevents their accomplishment. Thus, he proposes a reform of philosophy by the extension of Kant's perspective through the foundation of a metaphysical concept of experience, which would include not only knowledge, but also art, history and religion; it is a substitution of the mathematical-mechanical paradigm by one based on the creative dimension of language that enables such extension. Throughout the 1930s, the problem of experience plays again a central role in Benjamin's works, namely as the decline of collective experience. His reflections during this period examine the historical, political, and social consequences of such decline, as well as formulate a critical diagnosis of a new and ascending configuration of experience, whose name is lived experience (Erlebnis). However, we intend to focus in this work only on the early period, characterized by an idealistic perspective; although this, we also discuss some points that allow us to connect such early perspective to the materialistic developments of the late writings.